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terça-feira, 26 de agosto de 2003

Saúde é o que interessa

Primeiro descobriu-se que pizza reduz o risco de câncer no estômago.
Depois que cerveja combate a osteoporose.
Agora que masturbação previne o câncer de próstata.

Moral da história: nunca foi tão fácil cuidar da saúde.

Contribuição do Blau, titular do Só de Onda

domingo, 24 de agosto de 2003

Dá pra processar

Juro que vou parar de pegar no pé do Skank, mas essa é irresistível.

No encarte do (bom) Cosmotron há um momento de merchandising explícito: a lista de instrumentos ou acessórios usados pelos integrantes da banda. Lá descobrimos que o baixista Lelo Zaneti usa baixos Yamaha.

Nada contra a prática, difundida nos anos 70 pelo Kiss – grande pioneiro na arte de ganhar dinheiro.

O problema é que em todas as fotos do encarte Zaneti aparece com um baixo Rickenbaker. Ok, ok, o Rickenbaker é uma jóia, foi meu sonho de consumo por anos a fio e, se eu tivesse um, também ia querer mostrar pra todo mundo. Maldade é arrancar dinheiro dos japas da Yamaha e depois posar com o instrumento da concorrência.

sexta-feira, 22 de agosto de 2003

Imagine nós...

Diz o Globo On Line que o ator Ewan McGregor teve depressão e encheu a cara regularmente por conta do trabalho em “Guerra nas Estrelas – Episódio I – A Ameaça Fantasma”, que classifica como cúmulo da chatice.

Podia ser pior: ele podia estar vendo Jar Jar Binks (como nós tivemos que ver), podia ter participado da cena em que Anakim Skywalker (não acredito que aquele viadinho mirim vá virar Darth Vader) disse “Mamãe, o problema do universo é as pessoas não ajudam umas às outras”, e, claro, podia ter pagado para ver aquela bomba, em vez de ganhar os tubos para usar uma trancinha e dar uns pulos.

Nós é que devíamos tomar um porre

quinta-feira, 21 de agosto de 2003

De barriga cheia

Não é por nada, não, mas a possibilidade de a governadora diminutiva estar grávida tem um certo sabor de vingança. Tem alguém fazendo com ela no sentido concreto o que ela está fazendo com o Estado do Rio no figurado.
Respeitem Gaston Leroux

Pô, galera. Chamar a bunda do Gerald Thomas de Fantasma da Ópera já é esculacho...

quarta-feira, 20 de agosto de 2003

Loura no cassino

Antes que a Gwynn me dê porrada...

Uma loura muito sensual entrou num cassino. Trocou dez mil dólares por fichas e dirigiu-se à mesa da roleta. Lá chegando, anunciou que apostaria todo o seu dinheiro e que acertaria os números em um único lance. E, fitando os dois empregados responsáveis pela roleta, acrescentou:

- Olha, espero que vocês não se importem, mas tenho mais sorte quando estou toda nua...

Dito isto, ela se despiu completamente e depois colocou as fichas todas sobre a mesa.

Inteiramente abestalhado, o "croupier" acionou a

roleta. Enquanto esta girava, a loura cantava:

- "MÃEZINHA PRECISA DE ROUPAS NOVAS! MÃEZINHA PRECISA DE ROUPAS NOVAS!"

Assim que a roleta parou, ela começou a dar grandes pulos e a gritar:

- GANHEI!!! GANHEI!!! QUE MARAVIIIIILHAAA!!! GANHEEEI!!!

Ela então abraçou e beijou cada um dos croupiers. Em seguida debruçou-se sobre a mesa e recolheu todo o dinheiro e as fichas. Vestiu-se rapidissimamente e se mandou.

Os croupiers se entreolharam boquiabertos. Finalmente, um deles, voltando a si, perguntou:

- No que que ela apostou, você viu?

E o outro:

- Eu não... Pensei que VOCÊ estivesse olhando...

Moral da história: Nem toda loura é burra, mas homem é sempre homem...

terça-feira, 19 de agosto de 2003

Tremenda injustiça

Com tanto americano merecendo um carro-bomba, matam um brasileiro. E, o que é pior, um brasileiro cuja missão no Iraque era tentar resolver algumas das diversas porcalhadas que Bush e sua turma vêm aprontando...

sexta-feira, 15 de agosto de 2003

Quina

Galera, fiz a quina. Infelizmente não foi nalguma loteria. Tinha cinco pedras na minha vesícula, que tomou uma denúncia vazia anteontem.

Olha, laparoscopia pode até ser simples e rápida. Mas se alguém disser que a recuperação é indolor, espanquem por mim.

segunda-feira, 11 de agosto de 2003

Reflexão importante

Mulheres são criaturas curiosas...

Tacam cera quente nas próprias pernas;
fazem tatuagem (hoje mais comum em mulheres que em homens);
furam o corpo para colocar piercing (idem);
encaram mensalmente as cólicas menstruais;
dão à luz;
tomam injeção de botox para paralisar o rosto;
fazem cirurgia plástica e agüentam orgulhosamente a dor da recuperação e
algumas tomam porrada (e gostam)...

... mas quando a gente pede para elas virarem, dizem logo: “Aí, não! Dóóói...”

Mandada pelo meu prezado Ricardo Benjo

Histórias de família V

Contei algumas histórias do lado Pimentel (materno), então nada mais justo que relatar algumas do ramo paterno (da Luz), até para mostrar que é desse lado que vem a tradição do kardecismo suíno.

Meu padrinho, irmão caçula do meu pai, trabalhava na Igrotec, uma empresa na Zona Norte. Lá era colega (e amigo, acreditem) de um cara chamado Sólon, que sofria de asma. Com todo o respeito aos que padecem desse mal, a doença tem um sério aspecto psicológico, pois nada detona mais facilmente uma crise do que ver-se privado da bombinha.

Para provar essa teoria, Tio Zeca escondeu a bombinha do Sólon no começo de um dia de trabalho. Como a vítima não deu pelo furto, continuou respirando normalmente. As horas se passaram e até meu tio esqueceu da brincadeira.

Depois do almoço, Tio Zeca teve que sair a trabalho e (claro) esqueceu de deixar com algum cúmplice a localização da bombinha. Vale lembrar que isso se passou na década de 70, quando celular no Brasil ainda era ficção científica.

Horas depois, meu tio voltou e encontrou um rebuliço no trabalho. Estavam todos em volta do Sólon, que, já roxo, puxava o ar com a maior dificuldade e repetia uma frase quase como um mantra.

“Hiiiinnm (onomatopéia de asmático tentando respirar), eu mato aquele filho da puta. Hiiiinnm, eu mato aquele filho da puta...”

O fato de eles terem continuado amigos prova que o ser humano perdoa qualquer coisa.

sexta-feira, 8 de agosto de 2003

Legalmente loura

Após seu longo curso de Direiro, a loura abre seu escritório.

No primeiro dia alguém bate na porta. Para marcar aquela presença, ela pega o telefone e pede para a pessoa entrar e esperar, e fica meia hora fingindo uma conversa.

- Sim, claro! Eu não perco uma causa! Esta está muito fácil...

O homem olha para ela com uma cara desconfiada!

- Com certeza, no próximo julgamento o Juiz nos dará sentença favorável e venceremos! (e assim ficou enrolando...)

Quando desligou, após aquela "longa conversa", toda educada pergunta:

- Pois não, cavalheiro, no que posso ajudá-lo?

O homem responde:

- Sou da Telefônica, vim instalar sua linha...

Essa quem me mandou foi o Nuno

quinta-feira, 7 de agosto de 2003

Decepção

Como sou velho, lembro-me da votação da Emenda Dante de Oliveira, através da qual tentou-se, em 1984, trazer de volta as eleições diretas ao país após vinte anos de ditadura militar. A emenda foi rejeitada porque os votos sim não atingiram a maioria qualificada de dois terços.

Lembro que, além do ódio profundo ao parlamentares do PDS (partido do governo que gerou PFL, PPB e PP) que votaram “não”, senti um desprezo igualmente profundo pelos que se abstiveram ou inventaram desculpas para não comparecer à sessão. A turma do “não” ao menos teve coragem de exercer sua canalhice. Os ausentes e abstencionistas foram canalhas covardes.

Esta semana tive uma forte decepção com o deputado federal Chico Alencar (PT-RJ), em quem votei diversas vezes para deputado estadual e prefeito. Ele e outros parlamentares do partido se abstiveram na votação da Reforma da Previdência. O caso aqui não é o mérito da reforma, mas a postura do parlamentar.

Babá e Luciana Genro botaram os seus na reta e votaram “não” contra a orientação do partido. Ficaram com suas convicções e, no frigir dos ovos, com os compromissos assumidos durante a campanha e a vida política. Certos ou errados, tomaram uma atitude e vão ser julgados por ela pelo partido e pelos eleitores.

Entre os que votaram “sim”, deve haver muitos que o fizeram contra suas convicções, para preservar a unidade e a disciplina partidária. Outros devem achar que a reforma realmente é fundamental para a governabilidade. Como eu disse, não estou discutindo o mérito do projeto. Esses deputados também tomaram uma atitude e vão ser julgados pelo eleitor.

Agora, como o eleitor pode julgar o deputado Chico Alencar e seus colegas? Se ele era contra a reforma, deveria honrar suas convicções, votar “não” e arcar com as conseqüências. Se achava que a decisão do partido deveria ser cumprida, devia votar “sim” e igualmente arcar com isso. Parlamentares não são eleitos para ficar no “nem contra nem a favor, muito pelo contrário”.

Em outubro do ano passado cheguei quase a votar nele, mas acabei ficando com o deputado no qual voto há bem uns 12 anos – mas recomendei-o a indecisos e me sinto profundamente constrangido por isso.

Em “Os Imperdoáveis”, o xerife Little Bill (Gene Hackman) diz a um repórter que até aceita um homem com mau caráter, mas nunca um sem caráter. Cada um decide se o “mau caráter” está no “sim” ou no “não”. Mas os “sem caráter” são que ficaram no meio.

quarta-feira, 6 de agosto de 2003

Histórias de família IV

Meu avô é um sujeito essencialmente bom. Não quer dizer que não tenha defeitos, mas está sempre pronto a ser solidário. Nisso, claro, entra nas piores frias.

Uma vez estávamos almoçando eu, ele e minha avó num restaurante aqui da Tijuca e falávamos exatamente sobre isso. Ele falou que agora não se metia mais em roubada. Só ajudava instituições sérias, como um leprosário em Minas que mandava nota fiscal, fotos etc. etc... Nem bem ele terminou de falar isso e entrou no Jornal Hoje (a TV estava ligada bem ao lado da nossa mesa) uma chamada bombástica: “Estelionatária em Minas dava golpes abusando da caridade alheia”. Uma advogada tambiqueira (categoria infelizmente cada vez mais comum) arrancava dinheiro de solidários de todo o país dizendo representar um leprosário – tinha até nota fiscal fria e fotos de um hotel fazenda que dizia serem do hospital. Diante da cara de estupor do velho, eu e minha vó conseguimos nos segurar por 0,001 segundo antes de explodirmos numa gargalhada.

Mas a história em questão não é essa não. Aconteceu nos anos 50, quando ele trabalhava no extinto IAPB, lá na Graça Aranha, Centro do Rio. Ia ele para o Castelo tomar o ônibus para a Ilha quando foi abordado por um sujeito amarelo com dois meninos pequenos. O amarelo não é figura de linguagem, não. Segundo meu avô, o homem estava com a pele amarela, mesmo.

Dada a tonalidade do sujeito, seu João não estranhou quando o dito disse sofrer de hepatite e explicou seu drama. Viera do interior do Estado para uma consulta no Hospital dos Servidores e tivera que trazer os filhos. Trazia apenas o dinheiro da passagem de volta, mas, como a consulta atrasara muito, tivera que dar de comer aos pequenos. Com isso, não tinha dinheiro para voltar para casa.

Meu avô, já quase com lágrimas nos olhos, viu quanto tinha no bolso e achou que não dava para três passagens intermunicipais. Como o homem parecia estar nas últimas, mandou que ele sentasse nas escadas da Igreja de Santa Luzia (na rua homônima) e foi parando os demais transeuntes para organizar uma coleta em prol do amarelo.

Eis que chega um guarda municipal aos berros perguntando que palhaçada era aquela, dizendo que ia levar todo mundo pro distrito etc. Assustado, o amarelo e sua prole deram no pé. Revoltado com a insensibilidade da otoridade, meu avô chamou o guarda às falas.

“Como é que você faz isso? O homem estava doente!!!”

“Que doente que nada, doutor. Aquilo é um trambiqueiro conhecido por aqui.”

“Você está louco? E a cor dele?”

“Passa o dedo na cara dele pra ver. Aquilo é maquiagem.”

O velho nunca se recuperou desse choque de realidade...

sexta-feira, 1 de agosto de 2003

Histórias de família III

Essa aqui é com a família alheia. Mais precisamente com a família do ator Eduardo Galvão – a quem meu avô sempre se refere como “aquele filho do Geraldo que aparece na TV”. Eles moravam perto dos meus avós no bairro dos Bancários, na Ilha do Governador.

Minha mãe não tem certeza se o protagonista foi o próprio Eduardo ou algum dos irmãos mais próximos da idade dele. De qualquer forma, era um dos mais novos e mais atentados de uma longa fila de meninos.

O guri, além de só ter contato com outros meninos, era tido como o responsável por tudo que acontecia de errado – as que ele aprontava e as que os mais velhos lhe imputavam.

Eis que um dia nasceu uma menina no clã e foram todos visitar. Lá pelas tantas a recém-nascida fez xixi e foi todo mundo acompanhar o ritual de troca de fraldas. Quando a fralda suja foi retirada, o menino não conseguiu conter o espanto diante daquela visão inédita. Vendo o susto, todos em volta olharam para ele, que, acostumado, foi logo se defendendo:

“Não fui eu, eu juro que não fui eu que cortei o piruzinho da neném!”
Histórias de família II

Essa aconteceu na mesma época – fim dos anos 40, início dos 50. Quando a situação permitia, meus avós iam flanar na fazenda do seu Schmidt, lá para os lados de Barra do Piraí. A casa do alemão era um proto-hotel-fazenda – sem os luxos modernos, claro. Os moradores da cidade se hospedavam lá para curtir a natureza, ver tirar leite da vaca (e passar mal com o leite puro) e andar na charrete puxada pelo jumento Gato Preto.

Numa dessas férias por lá, estavam todos os hóspedes juntos tomando aquele magnífico café-da-manhã de fazenda quando o anfitrião começou a brincar com a criança mais nova da mesa, minha madrinha, com uns três ou quatro anos.

“Focê está gostando da fassenda, Ifa Marria?”

Ela fez que sim com a cabeça.

“As coissas aqui son diferrentes das da citate, non?”

Ela fez que sim com a cabeça.

“E o que focê fiu de mais diferrente? Fala, Ifa Marria.”

Ela respondeu:

“O peru do Gato Preto. É graaaande.”

A gargalhada foi geral, mas meus avós queriam que um buraco na terra os tragasse.
Histórias de família I

Iniciozinho dos anos 50, na Vila Paraíso, em Vaz Lobo – bairro classificado pela minha adorada e saudosa avó como “cu de Madureira”. Dona Iva, a avó supracitada, havia proibido os filhos de brincarem na casa de determinada vizinha, pois a dita cuja bajulava as crianças com doces e refresco para saber todas as fofocas da vida alheia. Por conta disso, ficou furiosa ao ver o filho mais velho, então com uns sete anos, entrando na “casa proibida”.

Como o causo se passou antes de inventarem a psicologia infantil, Dona Iva armou-se de um chinelo, berrou um “Joãozinho!!!!” e ficou atrás da porta da casa esperando o filho chegar. Instantes depois, abre-se a porta, e ela, na tocaia, só vê o cabelo louro do guri entrando na sala.

Partindo do princípio que ele sabia porque estava apanhando, minha avó foi logo descendo o chinelo. Só que, na primeira pausa pra respirar, notou que a cara do filho não era exatamente a cara do filho. Era Miguel, caçula de uma família de judeus europeus que morava na Vila – da mesma altura que meu tio e com o mesmo cabelo louro. Para piorar o choque, o menino, aos prantos, disse:

“Ai, Tona Ifa, a minha mãe xá me pate tanto. Agorra a senhorra fai me pater tampém?”

Sendo mãe, ela sabia que poucas coisas revoltam mais que ver um adulto batendo no seu filho. Desesperada, pegou o menino, correu para a casa dele, contou a história para a família e preparou-se para ser fulminada. Para sua surpresa, a mãe do Miguel abriu um sorriso e disse:

“Nom fique assim, Tona Ifa. Ele tampém me desopeteceu e ia apanhar quando chegasse em cassa. A sernhorra só me poupou trrapalho.”

Fosse hoje, aposto que iam acusar minha avó de anti-semitismo.