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terça-feira, 30 de setembro de 2003

Melhor não saber

O pai pergunta ao filho de 12 anos se ele sabe como são feitos os bebês e ele, aos prantos, responde:

- Não quero saber! Prometa que não vai me contar.

E o pai, espantado, pergunta por que o filho não quer saber e ele, ainda aos prantos, responde:

- Quando eu tinha 6 anos me contaram que não havia coelho da Páscoa, aos 7 descobri que não havia Fada Madrinha e aos 8 me contaram que o Papai Noel é você ! Se eu descobrir que os adultos não trepam, não tenho mais razão para viver!

Essa quem me mandou foi a Gwynn

domingo, 28 de setembro de 2003

Boa pancada

Recomendo muito a leitura desse artigo do mestre Marcos Sá Corrêa sobre a viagem da ministra Benedita para um encontro pecuário na Argentina às custas do Tesouro e sobre a liberação da soja transgênica - mais dois lindos momentos desse governo infame que eu ajudei a eleger num momento de desatino que, juro, nunca mais vai se repetir.

terça-feira, 23 de setembro de 2003

Questão de gosto

Diz a imprensa italiana que o Vaticano vai editar uma diretiva coibindo o que classifica como “abusos litúrgicos”. Além de danças, aplausos e textos laicos na missa, o documento recomenda evitar o uso de meninas em vez de meninos como coroinhas.

A justificativa é que a função é um posto potencial para o desenvolvimento da vocação sacerdotal – e a igreja católica veta o sacerdócio a mulheres. Logo, quanto mais meninas forem coroinhas, menos meninos o serão e menor será o número de futuros padres.

Ok, faz sentido. Mas, diante dos recentes escândalos de pedofilia (na maioria envolvendo vítimas do sexo masculino), dá para desconfiar que os padres querem mesmo é ter mais menininhos por perto.

Depois os comunistas é que comiam criancinha...

domingo, 14 de setembro de 2003

Diálogos X-Crotos XIX

No Cefet, havia apenas dois negros em nossa turma, um deles meu querido irmão Cócis. Quando estávamos no terceiro ano, a professora de Geografia, Sônia (também negra), quis puxar um papo engajado com meu amigo por conta do nome dele:

– Cócis? Que nome diferente. É africano?

– Não, é húngaro.

Ela ficou emputecida e queria mandá-lo para a coordenação de disciplina. Foi um custo convencê-la que era verdade, que o nome era homenagem ao jogador Kocsis, da seleção húngara de 1954.

sexta-feira, 12 de setembro de 2003

Gentileza quase fatal

Hoje de manhã eu estava me vestindo quando o telefone tocou. Atendi e uma voz feminina mandou um “Senhor, Leonardo?”. Fiquei cabreiro, telefonema matutino me chamando de “senhor” não podia ser boa coisa.

– Sim – disse eu, quase num gemido.

– Aqui é fulana, sua gerente no Banco Real.

Aí que eu gelei mesmo. Minha conta não está no vermelho (ainda) e não estou devendo nada ao banco. Mas mesmo assim, fiquei repassando mentalmente todos os cheques emitidos desde 1996, imaginando que alguém tivesse limpado a conta ou comprado um iate no meu nome... Essas paranóias de praxe.

– Pois não – emendei, já num fiapo de voz.

– Estou lhe telefonando para desejar um feliz aniversário e mais uma vez me colocar à disposição.

Eu agradeci a gentileza, mas fiquei pensando: numa dessas, uma pessoa com as coronárias menos em dia acaba fazendo check out. Da próxima vez vou pedir para ela cantar “Parabéns pra você” antes de se identificar.

Ah, sim. Estou completando hoje 37 invernos assombrando este plano da existência.

quinta-feira, 11 de setembro de 2003

Chega de dívidas

Gente, dei adeus à pindaíba. Minha querida Selina enviou-me o endereço de um site maravilhoso para quem está precisando de dinheiro. Fui lá e descobri que posso levantar quase dez mil libras nas condições atuais.

Francamente, nunca imaginei que minha alma valesse tanto.

Vai você também.

quarta-feira, 10 de setembro de 2003

Preconceito é o seguinte...

Atenção galera

Está circulando pela Internet um e-mail com uma mensagem com uma série de frases muito cretinas atribuídas a Lula, do gênero “a maior parte de nossas importações vem de outros países”.

Muito engraçado, muito divertido, mas tem um detalhe: nenhuma das frases é realmente dele. São todas de George W. Bush, compiladas e datadas pela revista virtual Slate (clique aqui para ver mais).

Não que Lula não tenha sua própria coleção de citações infelizes. Só que elas não provêm de estupidez ou de – como no caso do antecessor dele – arrogância. Estão mais para elaboração atabalhoada de conceitos nem sempre errados. A melhor para mim é “Quero fazer do Brasil um líder dos países pobres”. Ok, mas qual o eleitor que deseja continuar a ser pobre?

De qualquer forma, esse e-mail que anda circulando é mais um exemplo do preconceito que ainda campeia por aí. Ele tem que ser burro – como se alguém, no Brasil, pudesse passar de retirante a presidente sendo burro...

Se, como Bush, ele tivesse nascido no seio da plutocracia da Nova Inglaterra e fosse inteiramente identificado com sua classe, aí sim, poderia cursar Yale sem ser um aluno mais que medíocre até ser eleito (ops, nomeado) presidente, mesmo dizendo coisas como “não penso muito em mim e nos motivos para fazer o que faço”.

Mas deve ser mais divertido ser preconceituoso, não?

terça-feira, 9 de setembro de 2003

É chato concordar, mas...

Do ponto de vista do ensino fundamental e do ensino médio, o ex-ministro Paulo Renato só não foi um zero à esquerda porque zeros à esquerda não atrapalham. No afã de produzir as estatísticas das quais os tucanos tanto gostam, permitiu a mais completa esculhambação da educação básica brasileira e contribuiu em muito para 75% dos nossos alfabetizados só o sejam no nome.

Mas, no ensino superior (a despeito de diversos erros e violências) a gestão anterior nos deixou a primeira e (até prova em contrário) melhor forma avaliação dos cursos universitários, da qual o Provão é apenas a face mais conhecida.

Paulo Renato publica hoje no Globo um artigo duro defendendo a avaliação atual e criticando a proposta apresentada ao MEC de desfigurar todo o sistema. O que mais me dói é ter que concordar com um sujeito que, em outros setores, fez atrocidades. Mas...

Se o ministro Cristóvam Buarque desfizer 10% das infelicidades do antecessor (as fábricas de analfabetos funcionais, a farra dos centros universitários etc.) já terá entrado para a História. Não precisa esculhambar as poucas coisas boas.
Glacê de titica

Experimente fazer um bolo (ou comprar, se não tiver intimidade com a cozinha) bem suculento, de preferência com um pouco de rum na massa, recheado com baba de moça ou doce de leite. Maravilha, não? Agora pegue um pote bem cheio de fezes. Pode ser de qualquer tipo, tanto faz. Cubra todo o bolo com ela – use uma colher de confeiteiro para ficar bonitinho, faça uma decoração fecal no bolo.

Repare uma coisa: o bolo perdeu completamente sua atração e sua finalidade, e nem por isso as fezes ficaram mais apetitosas – a não ser que você seja uma mosca ou tenha alguma perversão muito doentia.

Pensei nessa escatologia ao ouvir no rádio um troço chamado “Sing For The Moment”, no qual Eminem despeja sua usual boçalidade withe trash em cima de “Dream On”, primeiro sucesso do Aerosmith. Suas letras (se é que se pode usar a expressão) passaram da glorificação da violência para a auto-justificativa, mas não consegue sair do estacionamento de trailers. Refletem maravilhosamente a indigência mental que tomou conta da América e é festejada por aqui também.

“Ah, mas os autores permitiram.” Claro, isso representa dinheiro. Cada ameba que comprar o CD para ser chamada de cadela (“mulher” no estranho idioma rapper) vai estar contribuindo para a conta bancária de Stephen Tyler e Joe Perry. A coisa é cada vez menos show e cada vez mais business.

De qualquer forma, nessa receita o bolo fino que era “Dream On” deixou de ser comestível. Mas e o rap de Eminem, ficou mais apetitoso? Francamente? Acho que as moscas nem notaram.

quarta-feira, 3 de setembro de 2003

Vai ser só decepção?

Eu costumo dizer que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso só me deu uma decepção: sair candidato com um programa de direita e aliado à pior escória que a ditadura militar produziu. Dali em diante, não esperava nada de bom. O desmantelamento do Estado brasileiro e da indústria nacional, a formação dos monopólios privados, o desemprego galopante, a fragilidade da economia... tudo isso estava dentro da expectativa. As poucas coisas (a meu ver, claro) positivas contaram como bônus inesperados.

Com o governo Lula esta acontecendo para mim exatamente o inverso. Engolidas a aliança com o PL e a suavizada no programa de governo, ainda era, em síntese, o que se espera de um candidato de oposição: mudar o que não funciona, preservar o que funciona. Fui lá e votei, como havia votado nas eleições anteriores. Infelizmente, está sendo para mim uma decepção atrás da outra.

Ok, ok. No que se refere ao "mudar o que não funciona", especialmente na área econômica, ainda podem alegar a herança do governo anterior etc. etc. Claro que esse argumento se enfraquece a cada dia e logo vai perder a validade.

Mas não é isso que está me incomodando. O problema é ver práticas sórdidas da política sempre condenadas pelo PT (como apadrinhamento político em detrimento da qualidade do serviço público) serem adotadas pelo partido e defendidas pelos caciques. E não justifica dizer que "sempre foi assim". Para encarar o que "sempre foi assim" eu teria votado no PFL.

Conheço gente muito séria dentro do Inca e as histórias que essas pessoas contam são ainda piores que as publicadas nos jornais. Quantos outros centros de excelência estão sendo sucateados porque foram entregues a deputados, que nomearam parentes, que eram casados com outros políticos etc. etc. etc.?

Para mim, a cereja bichada nesse creme azedo veio hoje, ao ler no Globo que um relatório apresentado ao ministro da Educação, Cristovam Buarque, (e com toda pinta de ter sido bem recebido) pretende, na prática, acabar com o Provão, eliminando sua obrigatoriedade, fazendo-o por amostragem e atribuindo às próprias universidades a avaliação dos cursos. Francamente? Ao ler isso lamentei muito não ter anulado meu voto.

Educação sempre foi uma das minhas áreas de interesse - fui do Caderno Vestibular do Globo e, quando coordenador da editoria de País, sempre batalhei por mais espaço para o assunto. Por conta disso, acho que o ex-ministro Paulo Renato fez diversas barbaridades no afã tucano para fabricação de estatísticas - autorizar cursos relâmpago que dão diploma de ensino básico em seis meses, às vezes sem aulas, por exemplo. As estatísticas de alunos matriculados e portadores de diploma são lindas, mas do ponto de vista qualitativo produziram-se multidões de analfabetos funcionais.

Imaginava (ok, ok, esperava) que Cristovam fosse atacar esse tipo de coisa, ou a esbórnia dos "centros universitários" que não produzem uma linha de pesquisa ou fazem atividades extensão, mas gozam dos privilégios do título e cobram caro pelo diploma.

Em vez disso, o MEC avança numa das poucas coisas boas que seu antecessor de Cristovam fez. O Provão foi a primeira forma objetiva de avaliar a qualidade dos cursos - via qualidade dos formandos - e, junto com o sistema de avaliação feito pelo MEC nas instituições, pintou um quadro bem mais preciso do ensino superior brasileiro. Comprovou, entre outras coisas, a superioridade das universidades públicas e, por conta do boicote, o pavor que os cursos de Comunicação Social das supracitadas têm de serem avaliados por sua eficiência.

Mas não foi só isso, a avaliação obrigou diversas faculdades particulares a investirem, deu aos vestibulandos um parâmetro para saberem onde é melhor o curso que querem seguir e ainda permitiu ao bom aluno da faculdade não tão boa ter uma comprovação de sua qualidade.

Em vez disso, o grupo propõe que as instituições façam uma auto-avaliação que depois será checada por uma comissão. Burocracria tola; se a comissão vai checar mesmo, qual a necessidade da auto-avaliação? Já o Provão deixa de ser obrigatório e passa a ser feito por amostragem aleatória. E o resultado, claro, sem notas ou rankings de instituições.

As Faculdades Integradas São Furdúncio, que funcionam à noite numa salinha do Jardim Escola Leitãozinho Tarado, e não agüentavam mais levar conceito E, agradecem penhoradamente.

segunda-feira, 1 de setembro de 2003

Endereço certo

Com essa ninguém mais vai ficar perdido por aí nas madrugadas de bebedeira. Esta etiqueta vai garantir que você chegue em casa - mas não garante sua integridade física depois.



Cortesia da Bete