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segunda-feira, 20 de dezembro de 2004

Difícil de engolir

Difícil de engolir

Tudo bem que a idéia de o Pinochet passar o tempo que lhe resta entrevados por conta de um derrame é adorável, mas esse AVC que ele teve no sábado tem um cheiro indelével de caô...

Vocês lembram quando ele esteve preso na Inglaterra? Conseguiu voltar para o Chile sob a alegação de que estava à morte. Desceu do avião em Santiago numa cadeira de rodas, mas levantou-se e saiu cumprimentando todo mundo. Só faltou sapatear.

Agora, às vésperar de a Justiça chilena decidir se ele tem ou não condições de ser julgado, o infeliz tem um AVC? Bom demais pra ser verdade, como se dizia na reunião de pauta do Globo...

terça-feira, 7 de dezembro de 2004

É longa, mas é boa

É longa, mas é ótima...

... e só faz sentido para quem gosta de rock.

Para entender as diferentes vertentes do Metal e do Rock, vamos imaginar uma fábula e seus respectivos desfechos na abordagem de cada estilo.

A historia começa assim:

"No alto do castelo, há uma linda princesa - muito carente - que foi ali trancada, e é guardada por um grande e terrível dragão"...

E termina assim:

Metal Melódico:
O protagonista chega no castelo num cavalo alado branco, escapa do dragão, salva a princesa, fogem para longe e fazem amor.

True Metal:
O protagonista chega no castelo e vence o dragão em uma batalha justa usando uma espada. Banhado no sangue do dragão, transa com a princesa.

Thrash Metal:
O protagonista chega no castelo, arranca a cabeça do dragão, salva a princesa e transa com ela.

Heavy Metal:
O protagonista chega no castelo numa Harley Davidson, mata o dragão, enche a cara de cerveja com a princesa e depois transa com ela.

Folk Metal:
O protagonista chega acompanhado de vários amigos tocando acordeon, alaúde, viola e outros instrumentos estranhos. Fazem o dragão dormir depois de tanto dançar, e vão embora... sem a princesa.

Viking Metal:
O protagonista chega em um navio, mata o dragão com um machado, assa e come. Estupra a princesa, pilha o castelo e toca fogo em tudo antes de ir embora.

Death Metal:
O protagonista chega, mata o dragão, transa com a princesa, mata a princesa e vai embora.

Black Metal:
Chega de madrugada, dentro da neblina. Mata o dragão e empala em frente ao castelo. Sodomiza a princesa, a corta com uma faca e bebe o seu sangue em um ritual até matá-la. Depois descobre que ela não era mais virgem e a empala junto com o dragão.

Gore:
Chega, mata o dragão. Sobe no castelo, transa com a princesa e a mata. Depois transa com ela de novo. Queima o corpo da princesa e transa com ele de novo.

Splatter:
Chega, mata o dragão, abre-o com um bisturi. Sodomiza a princesa com as tripas do dragão. Abre buracos nela com o bisturi e estupra cada um dos buracos. Depois mata a princesa, faz uma autópsia, tira fotos, e lança um álbum cuja capa é uma das fotos.

Doom Metal:
Chega no castelo, olha o tamanho do dragão, fica deprimido e se mata. O dragão come o cadáver do protagonista e depois come a princesa.

White Metal:
Chega no castelo, exorciza o dragão, converte a princesa e usa o castelo para sediar mais uma igreja evangélica.

New Metal:
Chega no castelo se achando o bonzão e dizendo o quanto é bom de briga. Acha que é capaz de vencer o dragão; perde feio e leva o maior cacete. Foge e encontra a princesa. Conta para ela sobre a sua infância triste. A princesa dá um soco na cara dele e vai procurar o protagonista Heavy Metal. O protagonista New Metal toma um Prozac e vai gravar um disco "The Best Of".

Rock n'Roll Clássico:
Chega de moto fumando um baseado e oferece para o dragão, que logo fica seu amigo. Depois acampa com a princesa numa parte mais afastada do jardim e depois de muito sexo, drogas e rock n'roll, tem uma overdose de LSD e morre sufocado no próprio vômito.

Punk Rock:
Joga uma pedra no dragão e depois foge. Picha o muro do castelo com um "A" de anarquia. Faz um moicano na princesa e depois abre uma barraquinha de fanzines no saguão do castelo.

Progressivo:
Chega, toca um solo virtuoso de guitarra de 26 minutos. O dragão se mata de tanto tédio. Chega até a princesa e toca outro solo que explora todas as técnicas de atonalismo em compassos ternários compostos aprendidas no último ano de conservatório. A princesa foge e vai procurar o protagonista Heavy Metal.

Hard Rock:
Chega em um conversível vermelho, com duas loiras peitudas e tomando Jack Daniel's. Mata o dragão com uma faca e faz uma orgia com a princesa e as loiras.

Cortesia do meu prezado Pedro Doria.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2004

Crueldade

Crueldade

Minha ex-querida Claudia Manes fez comigo uma maldade sem tamanho: mandou-me o link com o trailer da versão estendida de O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei.

Quando vi o filme no cinema, constatei desolado que Peter Jackson cortou praticamente todas as minhas passagens favoritas do livro. Lamentei a ausência da confrontação de Aragorn com Sauron usando o palantir, a aparição da Boca de Sauron, a cura de Éowyn e Faramir e o início do romance entre eles, achei péssimo que este último (um dos personagens mais densos do livro) fosse reduzido quase a um figurante flechado. Mas, acima de tudo, senti falta do confronto entre Gandalf e Saruman e do final no Shire.

Pois bem, tirando o final, está tudo na versão estendida... Pela bagatela de US$ 28 na CD Universe, mais US$ 10 de despesas de postagem. Ou seja, R$ 102, ao que se deve somar 65% de imposto. Resultado final? R$ 169,29. É ou não é uma crueldade.

Ah, o ex-querida é brincadeirinha.

segunda-feira, 29 de novembro de 2004

Fim do mundo

Fim do mundo

Sei que vou levar até pedrada, mas que se dane. O blog é meu, mesmo.

Eu sou pai, tenho uma criança em casa. Imaginar que alguém considere viver nas ruas um direito da criança é algo que nunca vai entrar na minha cabeça.

Babação absoluta

Babação absoluta

Filhos dão um trabalho tremendo e uma despesa de arrancar os cabelos - mas fazem tudo isso desaparecer com coisas simples, como a que me aconteceu hoje de manhã.

Há tempos vimos estimulando Luísa a andar, apoiada no chiqueirinho, nos móveis ou nas nossas mãos. Hoje, brincando comigo no tapete de borracha, ela andou sozinha pela primeira vez. Seus dois primeiros passos foram uma experiência só nossa. Depois, diante de Cristina, repetiu a façanha e chegou a dar cinco passos sem apoio nenhum.

Ok, ok. Sei que a partir de agora "Volta aqui, Luísa!" vai ser uma das frases mais comuns do meu vocabulário, mas estou nas nuvens.

Torço que não, mas...

Torço que não, mas...

Antes de mais nada, alguns esclarecimentos úteis:

- Tenho Luís Fernando Veríssimo na categoria de ídolo.

- Sou rubro-negro de berço e estou torcendo alucinadamente para que o Flamengo escape do rebaixamento no Campeonato Brasileiro - daí estar feliz da vida com a vitória sobre o Palmeiras.

Isto posto, não dá para concordar com a coluna que Veríssimo publicou hoje no Globo. Nela, um proverbial marciano fica chocado ao saber que, por conta do regulamento, o já deficitário campeonato corre o risco de perder na sua elite a maior torcida do país. Fico surpreso que Veríssimo - em tudo um saudável crítico da lógica imoral do mercado - pense no campeonato como uma equação mercadológica.

Como disse, torço desesperadamente para que o Flamengo não termine a competição entre os quatro últimos da tabela. Mas, se terminar, tem que cair. Aturar meus cunhados vascaínos nesse caso seria o inferno na terra, mas é o preço a pagar.

Eu acredito - e ninguém é obrigado a concordar - que dois dos grandes problemas do Brasil parecem ser nossa incapacidade atávica de respeitar regras mínimas de organização e nossa complacência com a mediocridade. O Flamengo não está suando sangue para escapar do rebaixamento porque os Deuses são maus. Está por pura incompetência, por desorganização técnica e administrativa.

O time que hoje detonou fora de casa um dos líderes do campeonato foi o mesmo que tomou de seis do Atlético Mineiro - colega de Zona da Morte. Dá para reclamar se cair? Não. Como não dá para aceitar um tapetão.

Lembram do Fluminense nos anos 90? Caiu para a segundona, mas escapou graças a uma virada de mesa - numa das imagens mais patéticas da década, o então presidente do clube chegou a estourar um champanhe para comemorar a desonestidade. Resultado, conseguiu ser o único time rebaixado para a série B duas vezes seguidas e ainda amargou uma descida para a terceirona. Foi só aí que começou a atacar de fato seus problemas e voltar a crescer. Não é à toa que está em primeiro entre os cariocas no Brasileirão.

Desculpem o simplismo, mas eu realmente acho que não dá pra ser ético em meio expediente.

quinta-feira, 18 de novembro de 2004

Desenredo

Desenredo

(Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro)

Por toda terra que passo
Me espanta tudo o que vejo
A morte tece seu fio
De vida feita ao avesso

O olhar que prende anda solto
O olhar que solta anda preso
Mas quando eu chego
Eu me enredo
Nas tranças do teu desejo

O mundo todo marcado
A ferro, fogo e desprezo
A vida é o fio do tempo
A morte é o fim do novelo

O olhar que assusta
Anda morto
O olhar que avisa
Anda aceso

Mas quando eu chego
Eu me perco
Nas tramas do teu segredo

Ê, Minas
Ê, Minas
É hora de partir
Eu vou
Vou-me embora pra bem longe

A cera da vela queimando
O homem fazendo o seu preço
A morte que a vida anda armando
A vida que a morte anda tendo

O olhar mais fraco anda afoito
O olhar mais forte, indefeso
Mas quando eu chego
Eu me enrosco
Nas cordas do teu cabelo

Ê, Minas
Ê, Minas
É hora de partir
Eu vou
Vou-me embora pra bem longe

(Está aqui por nenhum motivo em especial, apenas porque adoro essa música)

Diálogos X-Crotos - Vida Real

Diálogos X-Crotos - Vida Real

Minha prezada Lanika publicou essa história no Multiply. Encaixava-se tão bem nos Diálogos X-Crotos que pedi a autorização dela para reproduzir. Cá está:

Hora do almoço. Pego meu Études literaires sur Baudelaire e penso em dar uma pausa no ritmo frenético de pré-lançamento de filme lendo na praça em frente ao meu trabalho. Estou, como sempre, vestida de preto. Talvez um pouco mais arrumada que o habitual. E pago o preço por isso:

Motoboy saindo do prédio: "Nossa colega... o viúvo era um cara de sorte. "

Se eu ganhasse um centavo de dólar todas as vezes que ouvi essa frase ao longo dos anos - pelo menos os outros tinham a decência de falar "falecido", animalzinho! - estava rica. Bateu, levou:

Eu: "Infelizmente ele ainda não morreu. Mas eu adoraria matá-lo! "

Ele: "Poxa, mas eu bem que queria estar no lugar dele".

Eu (não agüento): "Por quê? Você também quer que eu te mate?"

Atravessei a rua e fui tratar de ler meu livro, ignorando o ataque de gagueira do sujeito.

sábado, 13 de novembro de 2004

Até que enfim

Até que enfim

Li hoje no jornal que o governo brasileiro classificou a China como uma "economia de mercado". A Fiesp soltou nota dizendo que não é, não, e fico meio na dúvida quanto à relevância da classificação pelo Planalto.

De qualquer forma, seria muito bom se a economia chinesa fosse universalmente aceita como "de mercado", pois isso acabaria de vez com um sofisma que a minha geração ouviu ad nauseum: que o capitalismo (do qual "economia de mercado" é só nome de fantasia) está umbilicalmente ligado à democracia.

Pelo contrário. Nenhum empresário vai admitir isso em on, mas, se pudesse escolher, preferiria produzir num lugar sem liberdade sindical, sem imprensa para denunciar corrupção, sem um Judiciário independente, sem partidos de oposição etc. etc. Basta lembrar que anos atrás a tetéia latino-americana da banca era o Chile, cuja economia cresceu horrores sob a igualmente horrorosa ditadura de Pinochet - sem falar do Milagre no governo Médici.

Pois bem, de agora em diante temos a China para nos lembrar que capitalismo gosta, e muitcho, de uma ditadurazinha.

sexta-feira, 12 de novembro de 2004


Chique que só

Eu (ponto com) diante de Ariano Suassuna em Jaboatão (PE). Não bastasse ser um gênio do teatro e uma pessoa de uma cultura vastíssima, é de uma simpatia a toda prova.
 Posted by Hello

terça-feira, 9 de novembro de 2004

Para bom entendedor...

Para bom entendedor...

Cheguei de viagem de dei de cara com meus DVDs (que ficam embaixo da mesa de centro) presos com fita crepe e todos os objetos de cima da dita mesa removidos. Nem precisei perguntar para chegar à conclusão óbvia... Luísa começou a engatinhar.

Agora ninguém segura.

quinta-feira, 4 de novembro de 2004


Mídia em cima do lance Posted by Hello

Semaninha de merda...

Semaninha de merda...

Por enquanto ainda é boato, mas parece que Yasser Arafat teve morte cerebral. Em se confirmar, desaparece o último dos dois signatários da mais sólida iniciativa de paz do Oriente Médio. O outro, o saudoso primeiro-ministro Itzak Rabin, foi assassinado por um extremista judeu, em meio a uma pesada campanha de difamação promovida pelo partido direitista Likud, atual detentor do poder em Israel.

De cara, pode-se dizer que, após a vitória de Bush, a eventual morte de Arafat vai fazer a alegria da direita norte-americana. Para ser a melhor semana de todos os tempos para eles, só falta todos os gays morrerem ao mesmo tempo.

Por outro lado, a morte cerebral não significa que o comandante tenha que deixar a chefia da Autoridade Palestina. Bush também não usa muito o cérebro e conseguiu até se reeleger.

quarta-feira, 3 de novembro de 2004

Nostalgia

Nostalgia

Recebi hoje uma mensagem com uma notícia boa demais pra ser verdade, mesmo publicada na Folha. A fonte é a Reuters, mas a dita agência está com a credibilidade mais em baixa de umbigo de cobra, depois da pesquisa de boca de urna nos EUA.

Mas diz a notícia que um sujeito de 46 anos entrou na área dos leões no zoológico de Taipé para converter os animais ao cristianismo. Sim, isso mesmo que você leu. Aos gritos de "Jesus vai salvar vocês!", o homem chegou a poucos metros de dois leões.

Para a sorte do maluco, os leões tinham sido alimentados, o que o salvou de ser devorado. Porém, como nem leão agüenta o proselitismo dessa gente, um dos animais tascou-lhe uma dentada na perna, antes que o tratador interviesse. Parece que o leão passa bem.

Lembrou-me a anedota clássica do sujeito que, acossado por um leão, fechou os olhos e pediu aos céus que transformassem a fera num bom cristão. Quando olhou, o bicho estava ajoelhado e rezando: "Senhor, obrigado por esse alimento. Amém."

Tremenda mistura de nostalgia com revisionismo histórico: é o primeiro cristão que se atira voluntariamente aos leões. Que outros (especialmente um certo casal de Campos) sigam esse edificante exemplo.

Mais oito anos

Mais oito anos

Com a derrota de John Kerry, George W. Bush se credencia como o mais forte candidato presidencial em 2008. Não, eu não estou maluco. A Constituição norte-americana determina que uma pessoa só pode ser eleita para a Casa Branca duas vezes. Bem, eleito, eleito mesmo ele só foi agora. De repente deve poder concorrer de novo.

Cloaca de urna

Cloaca de urna

Toda eleição as pessoas falam nos erros da pesquisa de boca de urna do Ibope, especialmente em São Paulo - a última foi uma notável exceção. Mas Carlos Augusto Montenegro pode dormir sossegado. O Instituto Zogby e a Reuters deram uma nova definição para "erro de pesquisa". Ontem à tarde, com metade dos estados norte-americanos ainda em votação, soltaram uma pesquisa dizendo que John Kerry não apenas ganharia a eleição, como ainda carregaria 313 votos no Colégio Eleitoral.

Quando vi na Globonews a chamada "Boca de urna dá vitória a Kerry", fiquei feliz da vida. Mas a felicidade foi toda embora quando o noticiário detalhou a "pesquisa". Praticamente todos os Estados de Sexo Grupal (tradução livre para Swinging States) foram dados para o democrata - parecia muito mais wishful thinking que pesquisa séria. Quero ver agora o que o instituto e a agência vão dizer.

Quanto à vitória de Bush, não fossem as conseqüências para o resto do mundo, diria quase que é bem feito. Se os americanos querem um presidente que mente patologicamente para levar o país à guerra, que está produzindo um déficit público que vai estuprar-lhes a economia, que delega enormes nacos do governo a empresas e a grupos de extrema-direita evangélica, pior para eles. Claro que as perspectivas para os próximos quatro anos são tétricas, mas a gente sobrevive.

Por enquanto ainda estou saboreando as derrotas de Crivella e Garotinho. Depois choro a vitória de Bush...

segunda-feira, 1 de novembro de 2004

Sensacional

Sensacional

Ok, eu concordo que comemorar Halloween é macaquice, pura imitação dos americanos. Mas, eu fosse numa festa dessas, ia copiar a fantasia desse sujeito abaixo.



Afinal, é aterrorizante e, pior, retrata um tipo de monstro que existe de verdade.

quarta-feira, 27 de outubro de 2004

Bem-vinda

Galera, nova recomendação. Loch Ness é o blog da minha querida Claudia Manes, sócia-atleta aqui do Espírito de Porco. Ainda está no comecinho, mas, conhecendo-a, sei que vai pintar muita coisa boa.

domingo, 24 de outubro de 2004

Paulada com porrete de pelica

Prezados, confiram o artigo de Marcos Sá Corrêa sobre o episódio do marketeiro de briga do Plananto.

sexta-feira, 22 de outubro de 2004

Estamos mal parados...

O que é pior, o marketeiro do Planalto ser preso numa rinha de briga de galos (que, além de ser crime, é uma prática que mostra apenas crueldade e torpeza) ou insistir que não fez nada de errado?

Será que esses boçais a quem eu, num momento de insensatez que não vai se repetir, ajudei a entregar o país não entendem que são governo, que têm alguns compromissos mínimos com conduta, com ética e, principalmente, com lei?

Atualização: Para piorar o que já era ruim, o noticiário hoje dá conta que, ao ser preso em flagrante, Duda Mendonça sacou o celular e ligou para o ministro da Justiça para pedir ajuda. Só falta agora o ministro ajudar...
Inamovível

Ontem, conversando com um chefe da empresa baseado em São Paulo, comentávamos que o baixo nível da campanha para o segundo turno lá não refletia a qualidade dos candidatos. Goste-se ou não deles, Marta Suplicy e José Serra têm biografias e projetos respeitáveis. Numa cidade que já elegeu Maluf e Pitta, um segundo turno com os candidatos atuais é quase um luxo.

Independentemente disso, impressiona ver uma notícia na Folha On Line. Segundo o Ibope, Marta subiu um ponto percentual e agora tem 37% da preferência. O problema é que isso representa apenas 1,18 ponto percentual acima dos 35,8% de votos que ela recebeu no primeiro turno. Como a margem de erro é de dois pontos, ela está estacionada. E isso depois de (ou por) o PT ir buscar apoio até de Paulo Maluf.

É para acender alguns alertas vermelhos (com trocadilho, please)...

Autalização: Leio hoje no Globo que Marta não subiu um, sim caiu dois pontos percentuais. A explicação (subentendida) está na mesma página, um cartaz dela com Maluf.

quarta-feira, 20 de outubro de 2004

Carta da desgovernadora à imprensa inglesa

Very Excellent Mister,

We read in your niuspeipe that Rio is quepital of coqueine. And vorse, dat here is laiki Sudan i Xexenia. Rio is veri, veri diferenti, Rio is vonderful. We nou deti is bicose de elexion, and this articol has the finguer of Cesar Maia, from devils party. Do not mix garlic with bugarlic. Rio is Rio, Sudan is Sudan and Xexenia, I dont qnow uere it is. Best regards,

Little Rose,
Wife of Little Boy,
Governor in charge of wonderful city

Contribuição da minha querida Claudia Manes

terça-feira, 19 de outubro de 2004

Sacadas de peso

Mais uma dicar certeira é Glutus Obesus, blog da querida amiga orkuteira Cláudia Roncador.
É pelos textos...

Povo, a recomendação, já incorporada aos links permanentes da página, é LAD, blog que meu prezado Pedro Doria mantém em parceria com Marcos Moura.

São textos espirituosos, boas sacadas, pensatas interessantes, rese... Peraí. Quem eu estou querendo enganar? Se eu li três textos, foi muito. Fucei todas as páginas para ver as belíssimas fotos eróticas que os dois garimpam.

Sinceramente, o LAD é que nem o World Trade Center. Só entra avião.

segunda-feira, 11 de outubro de 2004

Saudade

A cultura brasileira, já tão combalida, sofreu hoje um abalo irreparável. Morreu no Rio o escritor Fernando Sabino. Cristina, grande fã dele, mandou-me do trabalho esta crônica. Espero que vocês gostem tanto quanto eu gostei.

'A Última Crônica', de Fernando Sabino

"A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o meu último poema". Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.

Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.

Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho - um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular. A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.

São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: "Parabéns pra você, parabéns pra você..." Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura - ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido - vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.

Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso."

Crônica publicada no livro "A Companheira de viagem" (Editora Record, 1965)
Maldade

Foi anunciada hoje nos EUA a morte do ator Christopher Superman Reeve. O passamento, dizem as agências, foi identificado pela sobrinha do morto. "Eu estranhei que há três dias o tio Chris não piscava", disse a menina.

sexta-feira, 8 de outubro de 2004

quinta-feira, 23 de setembro de 2004

Sente o drama

Triste não é o meu prezado Pedro Dória ter virado pato-alfa na piada do Sexcut. Chato mesmo foi a Leila Sterenberg ter-lhe descido a bordoada em casa por ele ficar de sem-vergonhice na Internet.

segunda-feira, 13 de setembro de 2004

E eu não vi!

Acabo de chegar do lançamento de De cada amor tu herdarás só o cinismo, primeiro romance do meu querido Arthur Dapieve. O livro começa nos últimos acordes do show do REM no Rock In Rio 3, quando o publicitário quarentão Bernardino Oliveira encontra Adelaide, a estagiária toda boa que vira sua cabeça.

O autor jura de pés juntos - e enfatiza na dedicatória de meu exemplar - que se trata de uma obra inteiramente ficcional. Tomara. Afinal, eu assisti ao dito show ao lado do Dapi e não me conformaria de não ter notado a ruiva gostosa que ele descreve no livro.

domingo, 12 de setembro de 2004

38 invernos

O papo hoje é Pink Floyd

The Sun is the same in a relative way, but you're older
And shorter of breath and one day closer do death.

sexta-feira, 10 de setembro de 2004

Passo a palavra

Conversando com uma amiga, lembrei-me deste magnífico artigo do mestre Millôr. Para mim, ninguém explicou tão bem o que era viver na "Cidade Maravilhosa". E olhe que foi escrito exatos vinte anos antes de o lúmpen evangélico tomar o poder...

O Carioca É. Antes de Tudo.
Millôr Fernandes

Os paulistanos(!) que me perdoem, mas ser carioca é essencial. Os derrotistas que me desculpem, mas o carioca taí mesmo pra ficar e seu jeito não mudou. Continua livre por mais que o prendam, buscando uma comunicação humana por mais que o agridam, aceitando o pão que o diabo amassou como se fosse o leite da bondade humana. O carioca, todos sabem, é um cara nascido dois terços no Rio e outro terço em Minas, Ceará, Bahia, e São Paulo, sem falar em todos os outros Estados, sobretudo o maior deles o estado de espírito. Tira de letra, o carioca, no futebol como na vida. Não é um conformista - mas sabe que a vida é aqui e agora e que tristezas não pagam dívidas. Sem fundamental violência, a violência nele é tão rara que a expressão "botei pra quebrar" significa exatamente o contrário, que não botou pra quebrar coisa nenhuma, mas apenas "rasgou a fantasia", conseguiu uma profunda e alegre comunicação - numa festa, numa reunião, num bate-coxa, num ato de amor ou de paixão - e se divertiu às pampas. Sem falar que sua diversão é definitivamente coletiva, ligada à dos outros. Pois, ou está na rua, que é de todos, ou no recesso do lar, que, no Rio é sempre, em qualquer classe social, uma open-house, aberta sob o signo humanístico do "pode vir que a casa é sua".

Carioca, é. Moreno e de 1,70 metro de altura na minha geração, com muitos louros de 1,80 metro importados da Escandinávia na geração atual, o carioca pensa que não trabalha. Virador por natureza, janota por defesa psicológica, autocrítico e autogozador não poupando, naturalmente, os amigos e a mãe dos amigos - ele vai correndo à praia no tempo do almoço apenas pra livrar a cara da vergonhosa pecha de trabalhador incansável. E nisso se opõe frontalmente ao "paulista", que, se tiver que ir à praia nos dias da semana, vai escondido pra ninguém pensar que ele é um vagabundo.

Amante de sua cidade, patriota do seu bairro, o carioca vai de som (na música), vai de olho (é um paquerador incansável e tem um pescoço que gira 360 graus), vai de olfato (o odor é de suprema importância na fisiologia sexual do carioca).

Sem falar, que, em tudo, vai de espírito; digam o que disserem, o papo, invenção carioca, ainda é o melhor do Brasil, incorporando as tendências básicas do discurso nacional: o humanismo mineiro, o pragmatismo paulista, a verborragia baiana.

E basta ouvir pra ver que o nervo de todas as conversas cariocas, a do bar sofisticado como a do botequim pobre e sujo, por isso mesmo sofisticadíssimo, a do living-room granfa, a da cama (antes e depois), é o humor, a crítica, a piada, a graça, o descontraimento. Não há deuses e nada é sagrado no Olimpo da sacanagem. O carioca é, antes de tudo, e acima de tudo, um lúdico. Ainda mais forte e mais otimista do que o homem da anedota clássica que, atravessado de lado a lado por um punhal, dizia: "Só dói quando eu rio", o carioca, envenenado pela poluição, neurotizado pelo tráfego, martirizado pela burocracia, esmagado pela economia, vai levando, defendido pela couraça verbal do seu humor.

Só dói quando ele não ri.

Só dói quando ele não bate papo.

Só dói quando ele não joga no bicho.

Só dói quando ele não vai ao Maracanã.

Só dói quando ele não samba.

Só dói quando ele esquece toda essa folclorada acima, que lhe foi impingida anos a fio com o objetivo de torná-lo objeto de turismo, e enfrenta a dura realidade... carioca.

Texto extraído do livro "Que País é Este?", Editora Nórdica - Rio de Janeiro, 1978, pág. 50.
Tudo menos isso

Tenho pedido desesperadamente aos meus Deuses para que o furacão Ivan pegue leve em sua passagem pela Jamaica, sem causar a hecatombe que provocou em Granada.

Não que eu me importe muito com os jamaicanos, mas tenho até pesadelos com a quantidade de shows e especiais de reggae que neguinho ia inventar para uma campanha de reconstrução da Jamaica. Ia se um tal de "iô" pra cá, "iô, iô, iô" pra lá, e "tchec, tchec" acolá... É preferível deixar como está.

Não, eu não sou um bom ser humano.

terça-feira, 7 de setembro de 2004

A Vila da Marushcka

Na Rua Senador Dantas, no Centro do Rio, havia um cinema que, em seus últimos dias, especializou-se em exibir filmes pornôs. Todo início de tarde ele ficava lotado de office boys para uma masturbação pós-prandial. O nome do cinema, hoje um estacionamento, fugiu-me, mas não era um poeira, não; chegou a passar bons filmes comerciais. Mas, diante do esvaziamento da Cinelândia, apostou suas últimas fichas no filão do sexo explícito.

No fim de 1987 estreou no Brasil um filme chamado Diabo no corpo, produção ítalo-fracesa dirigida por Marco Bellochio. O filme tinha pretensões intelectuais e, claro, era chato de doer. Seu único atributo era a nudez praticamente constante da atriz principal, a holandesa Maruschka Detmers - que já mostrava as formas no cartaz sensual. O ponto alto é a cena em que ela aplica um rápido mas real felatio no ator Federico Pitzalis.

Talvez por conta dessa cena fugaz e do cartaz sexy, o filme foi exibido da dita sessão-punheta do cinema supracitado. Bem, vocês imaginam, né? Os boys esperavam duas horas de lesco-lesco e deram de cara com duas horas de nudez soft-core, blá-blá-blá intelectualóide em italiano e um mísera e rápida cena de sexo oral. Rolou quebra-quebra, e o caso foi parar nos telejornais locais.

Como e por que eu lembrei dessa história? Hoje, assistindo A Vila, novo filme de M. Night Shyamalan. Não, ninguém chupa ninguém na Vila. A semelhança é que o cinema estava cheio de aborrecentes atrás de uma história de terror sanguinolenta, e o filme é tudo, menos isso. Dos quatro filmes de Shyamalan, é o mais adulto - talvez por isso as crianças, personagens centrais dos anteriores, sejam mero elemento cenográfico neste.

Em seus dois primeiros filmes (o aclamado Sexto sentido e o subestimado Corpo fechado), Shyamalan mostrou duas especialidades: dirigir crianças e dar rasteiras no público. Já no fraco Sinais, ainda que arrancasse uma belíssima performance dos atores-mirins, cochilou no roteiro e produziu pela primeira vez uma história previsível. Desde o começo está na cara que são alienígenas mesmo, que a asma do menino vai ter um papel fundamental e que tudo é um pano de fundo para o pastor recuperar sua fé. Chaaaaato.

Desta vez ele voltou a carregar nas surpresas e nas idas e vindas de uma história que, independentemente de sustos eventuais e de uma única cena de sangue, está completamente fora dos padrões do terror. Por disso saí do cinema ouvindo de um bando de gente cuja soma da idade com o QI não chegava a 40 variações de "Maluco, que filme merda".

Em tempo, para não estragar a surpresa, vou deixar passar umas semanas antes de comentar a história. Só um detalhe: são três rasteira que ele dá. A primeira eu matei antes mesmo de assistir, só lendo a resenha e ruminando o estilo do diretor. A segunda eu matei logo no começo, percebendo uma falha no meu raciocínio anterior. Na terceira, confesso, eu caí.

Depois eu explico...

domingo, 5 de setembro de 2004

Irremediavelmente perdido

Luísa me deu um golpe de misericórdia: disse "pa-pa" se esticando na minha direção.

sexta-feira, 27 de agosto de 2004

Eu confesso

Bertrand Russell decretou:
"Tudo que já foi tramado contra os reis deve ser aplaudido, a não ser quando foi tramado por padres - caso em que se deve ficar a favor dos reis."
Com base nessa lógica, devo confessar que torci descaradamente pela Argentina na semi-final de basquete masculino contra o Dream Team norte-americano. Ok, ok. Se faturarem o ouro, nuestros hermanos vão ficar insuportáveis... mas ainda não vão ser páreo para a arrogância dos jogadores de basquete dos EUA.

Em tempo, não sei quem os americanos vão enfrentar na disputa pelo bronze, mas, seja lá quem for, eu sou desde criancinha.
Andersen revisitado ou Momento Toupeira

Todo mundo conhece um conto de Andersen chamado A roupa nova do rei? Nele, espertalhões oferecem a um rei um tecido mágico que só as pessoas inteligentes podem ver. Claro que não tem nada ali, mas, temendo serem tachados de burros, o rei e toda a corte elogiam a beleza do pano. Os malandros confeccionam uma roupa inteira com o tecido, cobram os tubos e se mandam, e o rei decide desfilar com ele pela cidade. Lá pelas tantas, uma criança, que não tinha essa vaidade dos adultos, olha de pergunta: "Mamãe, por que o rei está nu?" As pessoas percebem que, no desespero de parecerem inteligentes, tornaram-se alvos fáceis de picaretas.

Hoje noticiou-se um momento Andersen na Tate Gallery, em Londres. Ao entrar numa das salas, uma das faxineiras deu de cara com um saco de lixo cheio de papéis amassados. Consciente de suas obrigações, ela recolheu o saco e botou com o resto do lixo. Só que o objeto era parte da instalação "Reconstrução da primeira demonstração pública de arte autodestrutiva", do alemão Gustav Metzger. A obra, segundo o autor, mostrava a "existência finita" da arte.

Ok, não foi exatamente um momento Andersen completo. Para tal, os curadores da galeria deveriam olhar uns para os outros e dizer: "Realmente, é só um saco de lixo cheio de papel". Como a criança do mestre dinamarquês, a faxineira estava livre da pretensão e dos discursos mirabolantes elaborados para classificar como arte um saco de lixo. Mas hoje em dia é mais fácil desconversar.

Ah, antes que a nossa não-tão-anônima visitante se manifeste, sim, eu sou uma toupeira. Eu olho um saco de lixo e vejo um saco de lixo. Olho uma parede vermelha e vejo uma parede vermelha. E nenhum texto explicativo vai me convencer que aquilo é arte. Para mim o talento tem que estar na obra, não no discurso que a justifica.
Urinante!!!

Um dos meus sites de humor favoritos é o Landover Baptist, uma paródia cruel e (um pouquinho) exagerada das seitas fundamentalistas do Sul do EUA. Os artigos são uma barbaridade atrás da outra, coisas como colônia de férias com aulas de tiro para crianças de cinco anos, matança de coelhinhos na Páscoa, críticas fundamentalistas de filmes etc. Ok, é humor negro, mas eu adoro.

Mas o melhor não está nos artigos, e sim na seção de cartas. São dezenas e dezenas de e-mail de gente contestando matérias, gente dizendo que a visão deles em relação ao homossexualismo (um artigo sobre tendências gays em bebês) é distorcida etc etc. Pombas, neguinho não notou que é um site satírico!
Cri-cri

Nada como viver numa cidade sem violência... Tinha seis carros da polícia (duas patamo) e pelo menos oito motos escoltando os medalhistas olímpicos hoje no Centro do Rio. Somando isso ao número de coleguinhas fazendo matéria, tinha mais gente no cortejo que nas calçadas.

Nada contra homenagear os atletas (viva eles!), mas 14 viaturas...

terça-feira, 24 de agosto de 2004

Dama de Negro

O velho coração pagão sempre bate mais forte diante desta antiga canção do Uriah Heep, composta por Ken Hensley e lançada no disco Salisbury:

LADY IN BLACK

She came to me one morning
One lonely Sunday morning
Her long hair flowing
In the midwinter wind
I know not how she found me
For in darkness I was walking
And destruction lay around me
From a fight I could not win
Ah ah ah

She asked me name my foe then
I said the need within some men
To fight and kill their brothers
Without thought of love or Gods
And I begged her give me horses
To trample down my enemies
So eager was my passion
To devour this waste of life
Ah ah ah

But she wouldn't think of battle that
Reduces men to animals
So easy to begin
And yet impossible to end
For she?s the mother of all men
Who counselled me so wisely then
I feared to walk alone again
And asked if she would stay
Ah ah ah

Oh lady lend your hand outright
And let me rest here at your side
Have faith and trust
In peace she said
And filled my heart with life
There is no strength in numbers
Have no such misconception
But when you need me
Be assured I won't be far away
Ah ah ah

Thus having spoke she turned away
And though I found no words to say
I stood and watched until I saw
Her black coat disappear
My labour is no easier
But now I know I'm not alone
I find new heart each time
I think upon that windy day
And if one day she comes to you
Drink deeply from her words so wise
Take courage from her
As your prize
And say hello for me
Ah ah ah

segunda-feira, 23 de agosto de 2004

Não me surpreenderá...

... se amanhã os jornais trouxerem coleguinhas da crônica esportiva escrevendo coisas como "eu sempre disse que a Daiane era superestimada".
Safra farta

Prezados, fornicou-se loucamente em 2003, e o reflexo se nota este ano. Depois da nossa Luísa, da Luiza do meu irmão Guilherme e da Laura da Telma, a safra de 2004 recebeu na semana passada Sophia, filha do Eduardo e da Kátia, e Paulo, do Jan Theophilo e da Priscila.

Sejam todos bem-vindos a Sol III.

quarta-feira, 18 de agosto de 2004

Justiça seja feita

Para não dizerem que o Espírito de Porco só implica, recomendo muito o artigo do pastor Eduardo Rosa Pedreira, publicado hoje no Globo. Um murro com manopla de pelica nos Crivellas da vida.

domingo, 15 de agosto de 2004

O tempora, o mores

Eu não gosto de reggae. Posso dar 342 motivos, todos eles ligados a música, mas é mais fácil resumir a um: o reggae não me emociona, não me toca. Se você, eventual leitor, gosta, parabéns. Cada pessoa reage emocionalmente de uma forma. Seria muito chato se todos gostassem do mesmo tipo de música, especialmente se fosse sertanejo...

Mas o ponto aqui não é esse. Assim que entrei no Orkut fui convidado a participar de uma comunidade com outros desapreciadores de reggae. Mesmo sem ver muito sentido em comunidades de antagonismo - prefiro ignorar o que não gosto -, fui lá ver qual era.

Prezados, fiquei chocado. Não sabia que, para não gostar de reggae, era condite sine qua non ser racista. Era um tal de "macacos" pra cá, "piolhentos" pra lá, "maconheiros" mais adiante... Eu ainda tentei argumentar numa mensagem que Jimi Hendrix era negro, Lenny Kravitz usou dread locks durante muito tempo e que o Black Sabbath tinha uma música (Sweet Leaf) inteiramente dedicada à maconha. Fui ignorado e o papo continuou como se fosse sala de Chat da KKK.

Cacete, rock'n'roll nasceu mulato. Keith Richards disse uma vez que (ainda) queria ser Chuck Berry. Os quatro primeiros (e melhores) discos do Led Zeppelin são releituras de blues, a coisa mais negra que existe. E ainda assim tem roqueiro racista, gente que justifica seu gosto musical pelo mais rastaquera preconceito.

Claro que eu já dei o fora da dita comunidade. Prefiro continuar desgostando de reggae quieto no meu canto a me misturar com essa gente.

terça-feira, 10 de agosto de 2004

Babação exclusiva

Luísa ficou tão internauta que ganhou um espaço só para ela. Conheçam o Cantinho da Luísa.

segunda-feira, 9 de agosto de 2004

Depois é implicância minha...

Arcelino Popó de Freitas tinha uma carreira invejável no Boxe. Colecionava títulos, batia mais que petista na oposição etc. Aí virou evangélico e posou para a capa da revista Enfoque Gospel. Neste fim de semana, enfrentou o norte-americano Diego Chico Corales, botando em jogo o título dos pesos leves da Associação Mundial de Boxe. Resultado? Apanhou, beijou a lona e jogou a toalha. Deve ter sido o primeiro cristão da História a levar a sério aquele papo de "dar a outra face".

domingo, 8 de agosto de 2004

Infame, infame

Por que as surdas-mudas só se masturbam com uma das mãos?

Porque com a outra elas gemem.

segunda-feira, 2 de agosto de 2004

Lógica irrefutável

Vou omitir o nome do casal para preservar-lhes a intimidade.

Uma querida amiga minha (um tantinho acima do peso) estava tentando convencer o marido a pagar-lhe uma temporada num spa. Travou-se o seguinte diálogo:

- Cê podia me pagar um spa. Com essa perda inicial ficava mais fácil eu embalar numa dieta depois.

- Mas neném, eu gosto de você do jeito que você é.

- Tudo bem, se você quer, pode continuar comendo uma mulher gorda. Mas se você morrer, a primeira coisa que eu vou fazer com o seguro vai ser ir prum spa, vou ficar gostosa e vai aparecer um monte de paquera. Aí algum sujeito esperto vai comer uma mulher que ficou gostosa às tuas custas e que você não aproveitou...

Ele topou pagar na mesma hora.
Fernando rides again

Eu adoro meu cunhado, mas tem horas que não dá pra livrar a cara.

Minha irmã ausentou-se de casa e pediu que ele cuidasse dos peixes, dando comida e trocando a água do aquário. Talvez achando que estava muito quente, pegou garrafas d'água na geladeira e mandou para dentro do aquário. Os peixes, desacostumados àquela temperatura de fenda abissal, morreram na hora.

Ou seja, meu cunhado conseguiu afogar os peixes...

A outra história é surreal demais - só pode ser aleivosia da minha irmã.

Diz ela que eles vinham pela Avenida Brasil, quando Fernando resolveu parar numa camelô de caquis. A mulher disse que cada caixa custava dois reais, ao que ele respondeu prontamente com: "Faz duas por cinco?"

A mulher olhou com surpresa e disse: "Moço, acho que o senhor não entendeu. Cada caixa sai por dois. Duas saem a quatro."

Mas isso talvez tenha até explicação. Vai ver ele é fã do Caetano...

domingo, 1 de agosto de 2004

Pelo prazer de extorquir

No sábado à noite, voltando de um evento, passei por uma meia dúzia de blitzen da PM, o que motivou uma colega para a qual dei carona a fazer comentários como "dá-lhe extorsão". Fiquei pensando no extremo descrédito da nossa PM e lembrei-me de um episódio que ilustra maravilhosamente isso.

Aconteceu há bem uns 24 ou 23 anos. Na época, minha mãe e minha tia (a que teve um filho prematuro de onze meses) eram sócias numa loja de plantas, a Vivinha, Vasos e Artesanato, lá na Ilha do Governador. Meu pai e meu tio, quando os empregos lhes permitiam, ajudavam, e uma das principais ajudas era buscar plantas na Ceasa na noite de sexta para sábado.

Era na sexta, a partir das 22h, que chegavam na Ceasa (na Avenida Brasil, altura de Irajá) caminhões e mais caminhões trazendo de São Paulo samambaias, avencas, espadas-de-São-Jorge e tantas outras. Eu às vezes ia junto mediante a promessa de uma ceia no saudoso Gordon da Avenida Brasil.

Para fazer esse transporte nós tínhamos uma Kombi que era uma verdadeira ruína, uma infração rolante de qualquer código de trânsito. Uma noite vínhamos eu e meu pai na dita Kombi, completamente entulhados de plantas, quando fomos parados por uma patrulhinha. Os PMs andaram em volta do nosso carro, olharam os 432 possíveis itens multáveis e partiram para o ataque, pedindo grana para não apreender a Kombi e todo o conteúdo.

Nessa hora, meu pai (que é muuuuito pior que eu), escondeu o lado economista em algum canto da mente, aproveitou a bermuda e a barba por fazer e mandou um "ô, seu guarda, a dona da loja não dá nem dinheiro pro café. Eu tive que trazer de casa um pão pro menino. Eu juro que não tenho dinheiro nenhum." Eis que, para meu eterno assombro, um dos guardas olhou, coçou a cabeça e disse: "Então dá pra gente uma plantinha".

Juro, era a extorsão pelo simples prazer de extorquir, por acharem que era impossível parar um carro e não levar nada. Pior é que não levaram. O velho mostrou a nota fiscal, disse que todas plantas estavam anotadas ali, que a dona da loja ia ver se faltasse alguma, ia dizer que ele roubou, ia mandá-lo embora, ele precisava do dinheiro. Só faltou chorar.

Como eu disse, ele é muuuuito pior que eu.

quinta-feira, 29 de julho de 2004

Pirações gestacionais

Eu tenho um primo que nasceu prematuro de onze meses. É sério. A mãe dele (cunhada do meu pai e uma das criaturas mais doces que eu conheço) tinha problemas de fluxo menstrual, o dito cujo às vezes não dava sinal de vida. Depois de casada com meu tio e sem tomar nenhuma medida contraceptiva, ela interpretou a primeira falha dessas como gravidez.

Isso foi no começo dos anos 70, sem os métodos modernos de hoje. Mesmo assim o médico dizia que ela estava maluca, que não era gravidez nenhuma, passava exames que davam negativo, mas nada a convencia. Até porque ela é uma médica frustrada. Conhece toda a terminologia e, se o doutor lhe receitar um remédio diferente do que ela recomenda, desconfie dele.

Aí, quando ela estava no imaginário quarto mês, engravidou mesmo. O médico fez cara de idiota ao ver o resultado positivo e da cara de triunfo dela. Se alguém estranhava a ausência de barriga, a resposta estava na ponta da língua: "Eu e Tintim (apelido doméstico do meu tio) somos pequenos, nosso neném deve ser pequeno também."

Só que chegou o nono mês das contas dela e nada. Os exames diziam que o feto estava longe de ficar pronto para nascer. Décimo mês e o pânico já se instalando. Eis que no décimo-primeiro mês ela entrou em trabalho de parto. No fim do trabalho propriamente dito, vira o médico e diz: "É um menino, mas foi para a incubadora, pois é prematuro, presumo que de uns sete meses." Era tão pequeno que, ainda no berçário, ganhou do pai o doce apelido de "cocô de cambaxirra".

"Tá, mas por que você está contando essa história." É que ela se repetiu pelo avesso. Depois do "cocô de cambaxirra", meus tios tiveram duas filhas. A do meio, em vias de fazer trinta anos, estava sentido mal-estar, enjôos e outros piripaques. Foi ao médico, que pediu-lhe algumas ultra-sonografias para ver como andava o aparelho digestivo. Descobriu que o estômago dela já tinha bracinhos e perninhas e, se tudo seguir normalmente, pula fora daqui a sete meses...

terça-feira, 27 de julho de 2004

Definições para a sigla TPM

Todos Problemas Misturados
Tendências a Pontapés e Murros
Temporada Proibida para Machos
Toda Paixão Morre
Tô Puta Mesmo
Tocou, Perguntou, Morreu
Tire a Pórrrra da Mão
Tente no Próximo Mês
Tô Pirada Mesmo
Tempo Para Meditação
Totalmente Pirada e Maluca
Tendência Para Matar
Tira as Patas, Moleque
Tenha Paciência Meu

Contribuição da Leila

sábado, 24 de julho de 2004

Sou, mas quem não é?

Meus Deuses concederam-me um antigo desejo: virar homem-objeto. Ganhei da minha mulher um American Express Gold.

É chato se gostoso...

sexta-feira, 23 de julho de 2004

Samba do candidato doido

Durante a eleição presidencial de 2000, os jornalistas norte-americanos Jacob Weisberg e William Saletan coligiram os famosos Bushismos, frases tiradas de discursos e entrevistas mostrando a pouca intimidade do então governador George W. Bush com o inglês e com o raciocínio lógico.

Agora, além de manter os Bushismos, Saletan inaugurou os Kerrysmos, dedicados ao candidato democrata, John Kerry. Não que Kerry seja burro, longe disso. Mas é do tipo que não é contra nem a favor, muito pelo contrário. Quer alimentar a onça poupando a vida do boi.

Um ótimo exemplo é o trecho abaixo. Diante de uma pergunta, Kerry conseguiu dar, na mesma resposta, quatro opiniões diferentes e, de certa forma, conflitantes (estão numeradas para facilitar a leitura). A rigor, sua opinião sobre o aborto se resume a "sou contra a prática e a favor do direito" - exatamente a minha -, mas a embromação verbal chega a ser assustadora. Confiram.

- Para o senhor, o aborto é uma grande questão moral?

- Claro que é. Com certeza.
1) E eu acho que é mais complicada do que a vida pública permite que a discussão seja. Quer dizer, ser a favor da escolha não significa que você seja a favor do aborto. Nem eu nem Teresa somos a favor do aborto. O aborto deveria ser raro,
2) mas seguro e legal, como dizia freqüentemente o presidente Clinton, apropriadamente, acredito. Acho que a questão realmente é quem deve tomar a decisão, como chegar a ela.
3) Mas essa é uma moralidade. Claro que há moralidade envolvida. E acho que deveríamos estar falando com as pessoas na América a respeito de responsabilidade, a respeito de adoção, a respeito de outras escolhas. E eu quero ter uma conversa melhor do que a que temos sobre o assunto.
4) Mas isso não muda minha posição quanto a quem escolhe. E vou proteger esse direito à escolha.

domingo, 18 de julho de 2004

Próxima vítima
 
Ontem, graças à babá, fomos ao cinema pela primeira vez desde que Luísa nasceu. Encaramos Homem-Aranha 2 - Cristina não gostou (muito violento e muito cruel com o pobre Peter Parker) e eu adorei pelos mesmos motivos e muitos outros.
 
Mas o tema aqui não é o amigo e vizinho, mas um trailer que passou antes: Eu, robô, com Will Smith. Sim, o título foi tirado do livro de Isaac Asimov (1920-1992), mas o filme parece ser tão disparatado em relação à obra, que soa quase ofensivo.
 
Asimov era um apaixonado pela ciência. Dividia a ficção científica em duas categorias. A primeira vinha da tradição de Frankenstein, para mim o primeiro livro do gênero, e envolvia os riscos da ciência, a criatura se voltando contra o criador. O segundo, seu gênero, falava das maravilhas da ciência, do progresso.
 
Sua obra (à exceção do Homem Bicentenário) não tinha a dimensão poética de Ray Bradbury, por exemplo, mas era de uma tremenda coerência. Seus contos sobre robôs envolviam basicamente as três Leis da Robótica. A saber:
 
1) Um robô não pode ferir um ser humano ou, por omissão, permitir que um ser humano se fira;
2) Um robô deve obedecer aos seres humanos, desde que não viole a primeira lei;
3) Um robô deve proteger a própria integridade física, desde que para isso não viole as duas leis anteriores.
 
Com base nessas regras, os contos de Eu, Robô mostravam as máquinas confiáveis, íntegras e preocupadas fundamentalmente com o bem-estar de seus mestres - chegando no final a governá-los não como ditadores, mas como facilitadores. Sempre que algo dava errado, era falha humana.
 
O filme, a julgar pelo trailer e por este bom artigo na Slate, virou Asimov ao avesso. No livro, a protagonista era a Dra. Susan Calvin, uma engenheira que gostava mais robôs que de seres humanos e reconhecia neles uma moral superior. No filme, Smith é um policial que investiga um assassinato e, a despeito das negativas de colegas e da fábrica, atribui o crime a um robô. Mais síndrome de Frankenstein, impossível.
 
Antigamente dizia-se que, na falta de boas idéias, Hollywood as importava de outros meios. Agora, em vez de importar, parecem mais interessados em destruir.

quarta-feira, 14 de julho de 2004

Com garantia legal

A sabedoria popular sempre atestou que fiofó de bêbado não tem dono. Agora a Justiça deu fé. Diz o Globo que o Tribunal de Justiça de Goiás considerou improcedente a queixa de um sujeito que, participando de uma suruba sob elevada ação de álcool, acabou virando bainha da espada alheia.

Luziano Costa da Silva (o entrosobado) acusou o amigo (muy amigo) José Roberto de Oliveira de passar-lhe um porre e passar-lhe outra coisa durante um sexo a três com a esposa deste, Ednair Alves de Assis. O depoimento dela foi fundamental para o veredito, pois Ednair afirmou que Luziano participou da festinha por vontade própria.

Os desembargadores do TJ não deixaram margem para dúvidas: "A prática de sexo grupal é ato que agride a moral e os bons costumes minimamente civilizados. Se o indivíduo, de forma voluntária e espontânea, participa de orgia promovida por amigos seus, não pode ao final do contubérnio dizer-se vítima de atentado violento ao pudor. Quem procura satisfazer a volúpia sua ou de outrem, aderindo ao desregramento de um bacanal, submete-se conscientemente a desempenhar o papel de sujeito ativo ou passivo, tal é a inexistência de moralidade e recto neste tipo de confraternização."

O único reparo à sentença refere-se à "inexistência de recto", pois o recto foi exatamente o objeto do processo.

terça-feira, 13 de julho de 2004

Parati, eu sobrevivi

Prezados, estou chegando de cinco dias em Parati, onde estava fazendo o site da Festa Literária Internacional de Parati (FLIP) - aliás, cliquem aqui e confiram o resultado; para ler todas as matérias, basta clicar em Notícias. O evento foi maravilhoso. Senti-me o último dos quadrúpedes diante da erudição de José Miguel Wisnik falando de Guimarães Rosa e voltei de lá fã de carteirinha de Paul Auster.

O notável, porém, foi eu ter conseguido voltar de Parati com os tornozelos intactos. Aquele calçamento é praticamente uma garantia de estabaco. Só posso imaginar que fosse uma estratégia defensiva dos portugueses. Uma tropa invasora que tentasse avançar correndo por aquelas ruas ficaria toda pelo meio do caminho.

Outra curiosidade é o cartel dos R$ 40. Não interessa o tipo do restaurante, o grau de sofisticação etc. Nenhuma refeição sai por menos de R$ 40. Sorte que o voucher da FLIP me permitia comer "de grátis" no bom italiano Punto Divino. Recomendo.

Queria recomendar outro restaurante, o Bartholomeu. Fui lá com Dapieve e Manya, Paulo Roberto Pires e Cristiane, Gustavo Poli e Marcela e Sérgio Rodrigues - tremenda formação de quadrilha. A comida era boa? Assim, assim. Não era ruim, de forma alguma, mas o preço prometia mais sabor e quantidade. Então por que você queria recomendar, mané? Porque a gerente era uma loura com um decote!

Teve um momento memorável. Manya queria um frango, mas preferia que fosse coxa. A gerente curvou-se para falar com ela, expondo ainda mais o decote, e disse: "Eu recomendo o peito, está macio e suculento." Não fosse a presença de tantas esposas (Manya tinha procuração da minha para me vigiar), alguém teria terminado o almoço com um tapa na cara.

Aliás, tenho quer ver quando cobro do Gustavo para não revelar ao mundo uma frase que ele soltou na mesa, daquelas de destruir reputações por umas quatro encarnações.

Antes de terminar, um conselho importante. Se algum dia forem dar com os costados na Pousada Canoas, recusem terminantemente o quarto 66. Tem cheiro de mofo e barata. Enfrentei uma que resumiu bem meu relacionamento com fêmeas: eu era maior, mas ela era mais ágil e fugia de mim.

terça-feira, 6 de julho de 2004

segunda-feira, 5 de julho de 2004

Réquiem para o morcego

Conferindo o blog do Rafa, trombei com uma polêmica em torno de um post no qual ele detonava Andy Warhol, para horror de algumas amigas mudernas. Desnecessário dizer que assino embaixo a bronca dele.

O papo, porém, lembrou-me duas passagens. A primeira foi em julho de 1998 (ou ano 6 a.L.), quando eu e Cristina fomos flanar em Nova York. Lá pelas tantas ela me arrastou para o MoMA e, ao longo de duas horas (das quais pretendo pedir ressarcimento quando tiver que fazer escala o País do Verão), encarei todo o tipo de empulhação disfarçada de arte. Mas nada poderia ter me preparado para dar de cara com seis sujeitos apreciando uma parede pintada de vermelho. Isso mesmo, era uma parede pintada de vermelho. Só. Nem um matiz, nem um tom variado. Só o vermelho e a assinatura do artista. E, claro, um texto enorme e desprovido de qualquer objetividade para explicar porque aquilo era genial.

A outra é bem mais antiga. Um trecho de um episódio da série Batman e Robin, no qual o Coringa, para dar um golpe, se passava por artista moderno. Num dado momento, ele se inscreveu num concurso de pintura moderna. Um dos competidores jogava bolas de tinta numa tela, outro entrava numa banheira com tinta e rolava na tela, um terceiro botava um chimpanzé para pintar. Enquanto isso, o Coringa passava um pincel seco numa paleta vazia e o esfregava numa tela em branco, impecável em sua bata verde e rosa - entre outras provas de um caráter psicótico, o Coringa é mangueirense. Quando o tempo terminou, ele sacou uma caneta e assinou a tela branca.

No final, cada artista tinha que explicar sua obra. Não apareciam os outros, só o "Príncipe Palhaço". Eis o diálogo:

Jurada: Coringa, qual o nome do seu quadro?
Coringa: A morte do morcego.
Jurada (olhando para a tela branca com cara de idiota): Mas onde está o morcego?
Coringa: Morreu.
Platéia: OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

Claro que ele ganhou o concurso...
Novidades

Prezados, não deixem de conferir as novidades na lista de links (coluna da esquerda). Lá estão os blogs O Livro dos Insultos (do que meu querido Rafael, colega dos tempos de Approach) e Cyn City, da nossa Cynthia, sócia-atleta aqui da casa. Confiram também o site da Nossa História, revista na qual labuto diariamente.

sexta-feira, 2 de julho de 2004

Cenário de pesadelo

Fala a verdade, povo. Marcelo Crivella candidato a prefeito com o apoio do Siro Darlan parece conto do Lovercraft, né?

quarta-feira, 30 de junho de 2004

quarta-feira, 23 de junho de 2004

Prazer bobo, mas é prazer

Há semanas que os americanos estão em polvorosa no Orkut por conta da invasão de brasileiros - the plague, como disse um deles. Chegaram ao ponto de criar uma regra de escolha de idioma para impedir que os brazucas publicassem(os) mensagens em português nas comunidades deles.

Não adiantou. Segundo o levantamento do próprio site, os brasileiros já são a principal nacionalidade do orkut (30,64%), seguidos pelos americanos, com 30,12%. Não é nada, não é nada... não é nada mesmo. Mas não deixa de ser divertido ver a fúria deles.
Vide Sucupira

Por conta de um comentário do Xandão sobre a morte fazer bem à biografia, vale dizer que as cenas do velório de Brizola, especialmente a entrevista do Jorge Bornhausen, me lembraram demais o último capítulo da novela O Bem Amado, de Dias Gomes.

Para quem é novinho e não lembra, na novela o prefeito Odorico Paraguassu se elegem em Sucupira prometendo construir um cemitério. Pronta a obra, não consegue inaugurá-la por falta de defunto. Após aprontar todas tentando conseguir um morto, acaba assassinado pelo cangaceiro Zeca Diabo. A última cena da novela é o enterro do prefeito, com seu mais ferrenho inimigo político fazendo um apaixonado discurso de louvor.

terça-feira, 22 de junho de 2004

Luto global?

Morreu ontem no Rio o ex-governador Leonel Brizola. Jamais conseguiu se eleger presidente, mas sobreviveu ao arqui-rival Roberto Marinho.

Pode ser coincidência, mas o repórter que fez a repercussão no Rio Grande do Sul, o William Bonner e a Fátima Bernardes estavam de preto no Jornal Nacional. Que coisa?

terça-feira, 15 de junho de 2004

Precoce

Na foto, Luísa aprendendo a jogar Diablo II.



Com apenas quatro meses, ela já tem uma Amazona de nível 23 dura na queda.

sexta-feira, 11 de junho de 2004

Mägo de Oz

Sou devedor do meu prezado Quez por ter me apresentado ao grupo espanhol Mägo de Oz. Nos momentos mais fracos, é uma boa banda de rock pesado europeu, com variações de andamento, instrumental exuberante e tudo aquilo que jogaram fora quando fizeram a lobotomia no heavy americano. Nos melhores momentos, é uma banda de música espanhola pesada - e aí eles são devastadores.

Do que ouvi até agora, a canção que melhor sintetiza o estilo e o potencial do grupo é Fiesta Pagana, cuja ótima letra reproduzo abaixo. Como é praticamente impossível achar discos deles por aqui, vale catar num Kazaa da vida.


Fiesta Pagana

Cuando despiertes un día
Y sientas que no puedes más
Que en el nombre del de arriba
Tu vida van a manejar

Si sientes que el miedo se pega a tu piel
Por ser comunero y justicia querer
Si te rindes hermano, por ti nunca pensarás

Cuando vayan a pedirte
Los diezmos a fin de mes
Y la Santa Inquisición
Te "invite" a confesar

Por eso amigo tú alza la voz
Di que nunca pediste opinión
Y si es verdad que existe un Dios
Que trabaje de sol a sol

Ponte en pie
Alza el puño y ven
A la fiesta pagana
En la hoguera hay de beber

De la misma condición
No es el pueblo ni un señor
Ellos tienen el clero
Y nosotros nuestro sudor

Si no hay pan para los tuyos
Y ves muy gordo al abad
Si su virgen viste de oro
Desnúdala

Cómo van a silenciar
Al jilguero o al canario
Si no hay cárcel ni tumba
Para el canto libertario

Ponte en pie
Alza el puño y ven
A la fiesta pagana
En la hoguera hay de beber

De la misma condición
No es el pueblo ni un señor
Ellos tienen el clero
Y nosotros nuestro sudor


Festa Pagã

Quando acordas um dia
E descobres não agüentar mais
Que em nome do Altíssimo
Governam tua vida

Se sentes que o medo se agarra a tua pele
Por seres um homem comum e quereres justiça
Se te renderes, irmão, jamais pensarás por si mesmo

Quando vão pedir-lhe
O dízimo no fim do mês
E a Santa Inquisição
Te "convida" a confessar

Por isso, amigo, ergue tua voz
Dize que nunca pediu opinião
Se é verdade que existe um Deus
Que ele trabalhe de sol a sol

Levanta-te
Ergue teu punho e vêm
Para a festa pagã
E na fogueira hás de beber

Da mesma condição
Não és povo nem senhor
Eles têm o clero
E nós temos nosso suor

Se não há pão para os seus
E o abade esta muito gordo
Se a Virgem deles se veste de ouro
Desnude-a!

Como vão silenciar
O pintassilgo e o canário
Se não há prisão ou tumba
Para o canto libertário

Levanta-te
Ergue teu punho e vêm
Para a festa pagã
E na fogueira hás de beber

Da mesma condição
Não és povo nem senhor
Eles têm o clero
E nós temos nosso suor

quinta-feira, 3 de junho de 2004

Orkut bêbado não tem dono

Tudo bem, o Orkut é legal, permite contato com bastante gente etc. Mas esse negócio de "expandir a circunferência do seu círculo social" parece papo de boiola...
Poxa...

É com profundo pesar que comunico a morte do Gothan City é aqui, blog da minha querida Selina. Deixa saudades.
Assim não dá

Por mais que eu goste de escrever piadas e bobeiras, vou ter que parar. Li que, segundo o sub-secretário de Segurança do Rio, Marcelo Itagiba, o governo do estado não pode ser responsabilizado por mortes de presos que estavam dentro de uma penitenciária.

Infelizmente não dá pra competir com um piadista desses.

quarta-feira, 26 de maio de 2004

Psiquiatria em choque!

Cresce nos meios psiquiátricos a inquietação por conta de uma patologia desconhecida que vem se alastrando significativamente: são mulheres, em geral jovens, que desenvolvem uma fixação na figura paterna, chegando mesmo às raias do desejo sexual e da paixão.

"Peraí, Leonardo, isso é Complexo de Elektra", dirão os mais ilustrados.

Complexo de quê, cara-pálida? Se alguém falar "Elektra, filha do rei Agamenon, que vinga o assassinato do pai pelo novo consorte da rainha", pode esquecer. Para milhões de pessoas que viram o filme Tróia - e não fazem a menor idéia do que sejam Ilíada, Odisséia ou Elektra -, Agamenon morre no cerco, não volta para casa, não é assassinado, nem tem filha para vingá-lo - ficando sem nome o complexo supracitado.

Ok, ok, eu sei, filme é filme. Cineastas não têm compromisso com História, com original etc. É preciso fazer adaptações para atrair o público, como valorizar o personagem Arwen no Senhor dos Anéis, ou tornar mais ágil a narrativa - tirando a chatíssima discussão de semiologia de O Nome da Rosa. Mas tem horas que a coisa fica ridícula. Os dez anos da Guerra de Tróia são reduzidos a alguns dias, Páris foi criado com a família real e não por pastores, a intervenção divina desaparece da saga e por aí vai.

Por outro lado esse tipo de coisa segue uma tradição firmada em Hollywood: o gênero Cinema de Estupro Literário, cujos expoentes são A Letra Escarlate com final feliz, Os Três Mosqueteiros pós-adolescentes, Robin Hood de Kevin Costner e, lestibatinotilist, Drácula, no qual Francis Ford Coppola inventou uma origem para o vampiro e um romance tórrido entre ele e Mina, e ainda teve a cara-de-pau de dizer que era uma adaptação fiel à obra de Bram Stocker.

Só falta agora o final feliz para Romeu e Julieta.

terça-feira, 25 de maio de 2004

Registro chato

Richard Biggs, ator que interpretava o Dr. Stephen Franklin na série Babylon 5 foi flanar no País do Verão. Segundo a CNN, não se sabe ainda a causa da morte, mas suspeita-se de aneurisma ou de um derrame fulminante, pois o ator tinha apenas 44 anos.

Não significa nada, mas vale a coincidência: o primeiro integrante do elenco principal de Jornada nas Estrelas a passar para o outro lado também foi o médico, o ator DeForrest McCoy Kelley.

Que os dois reencarnem bem.

segunda-feira, 24 de maio de 2004

Mau humor é isso aqui

Cena: sujeito entrando em uma loja de ferragens.
- Tem veneno pra rato?
- Tem!, Vai levar? - Pergunta o balconista.
- Não, vou trazer os ratos pra comer aqui!
*****
Cena: No caixa do banco, o sujeito vai descontar um cheque.
A pergunta: Vai levar em dinheiro?
-Não! Me dá em clips e borrachinhas!
*****
Cena: Casal abraçadinho, entrando no barzinho romântico.
A pergunta: Mesa para dois?
- Não, mesa para quatro, duas são para colocar os pés.
*****
Cena: o sujeito apanhando o talão de cheques e uma caneta.
A pergunta: Vai pagar com cheque?
- Não, vou fazer um poema pra você nesta folhinha.
*****
Cena: Sujeito no elevador (no subsolo-garagem).
A pergunta: Sobe?
- Não, esse elevador anda de lado.
*****
Cena: Sujeito fumando um cigarro.
A pergunta: Ora, ora! Mas você fuma?
- Não eu gosto de bronzear os pulmões também.
*****
Cena: Sujeito voltando do píer com um balde cheio de peixes.
A pergunta: Você pescou todos?
- Não, alguns são peixes suicidas e se atiraram no meu balde.
*****
Cena: Sujeito no caixa do cinema.
A pergunta: Quer uma entrada?
- Não, é que eu vi essa fila imensa e queria saber onde vai dar
*****
Cena: Homem com vara de pesca na mão, linha na água, sentado.
A pergunta: Aqui dá peixe?
- Não, dá tatu, quati, camundongo, ..., Peixe costuma dar lá no mato...

Cortesia da Bete

quarta-feira, 19 de maio de 2004

Soweto II - A Missão

Abro o noticiário e vejo que o exército de Israel lançou mísseis contra uma manifestação num campo de refugiados, matando pelo menos dez palestinos, a maioria crianças em idade escolar. Em seguida, segundo a organização Médicos Sem Fronteiras, impediu que ambulâncias chegassem ao campo.

Lembrei-me de um caso parecido. A polícia sul-africana abriu fogo contra uma manifestação de estudantes em Soweto, um bairro onde os negros viviam confinados. O massacre detonou uma onda de indignação na comunidade internacional, deu voz a figuras moderadas dentro da África do Sul e foi o começo do fim do regime do Apartheid.

Pode acontecer o mesmo agora? Alguns acham que não, que os EUA vão continuar dizendo amém para tudo o que a direita israelense fizer, especialmente num ano eleitoral - judeus são eleitores decisivos na Flórida e em Nova York. Mas eu não sei. O regime racista na África do Sul, durante muito tempo depois de Soweto, também contou com apoio explicito dos EUA. Aliás, a título de curiosidade, no auge da crítica internacional, só dois países continuavam apoiando o governo do Apartheid: Estados Unidos e Israel.

quinta-feira, 13 de maio de 2004

Passo a palavra

Eu ia hoje escrever um texto sobre as duas vergonhas que me assolam. A primeira por ser colega de profissão de Larry Rother, o correspondente do New York Times responsável pela mais perfeita definição de porcalhada pseudo-jornalística que já vi. A segunda, por constatar que ajudei a botar no poder um protoditador de República de Bananas que não parece capaz de perceber o tamanho da burrada que fez.

Ia, porque o meu prezado Sérgio Rodrigues o fez com uma verve maior do que seria possível eu pretender. Confiram aqui.

terça-feira, 11 de maio de 2004

segunda-feira, 10 de maio de 2004

Falou e disse

"Os antigos gregos inventaram a lógica, a ciência, a medicina e a filosofia, e ainda construíram o Partenon. Querem nos convencer que eles não sabiam do que falavam em termos de religião?"

Georgios, advogado ateniense e integrante do movimento religioso helenista

quarta-feira, 5 de maio de 2004

Provocação

Frase pintada nos tapumes do Museu Nacional de Belas Artes (RJ):

Adote um artista antes que ele se torne um designer.

quinta-feira, 29 de abril de 2004

Walace de saias

Depois de sua recente e lucrativa experiência na ficção religiosa, Mel Gibson estaria voltando ao épicos históricos e, a exemplo de "Coração Valente", explorando o filão de rebeldes das Ilhas Britânicas.

Segundo a revista inglesa Empire, a Icon, produtora de Gibson, estaria preparando o filme "Warrior" (Guerreira), baseado na história de Boadicea, rainha dos icênios, uma etnia celta da Grã-Bretanha. Segundo biógrafos, por volta de 60 E.A., o marido dela morreu deixando a soberania e as propriedades para as filhas, mas pagando um pesado tributo a Roma, então governada por Nero. Apesar dos bens deixados para o Império, tropas romanas invadiram o território icênio, torturaram Boadicea e estupraram-lhe as filhas.

O ataque aos icênios provocou um levante das demais tribos (potenciais alvos da truculenta pax romana), sob a liderança da já liberta Boadicea. Segundo cronistas, ela reuniu um exército de cem mil guerreiros, arrasou Camulodunum (hoje Colchester) e simplesmente riscou do mapa Londinium, sobre cujas ruínas ergue-se a moderna Londres. No fim das contas, seu exército não foi páreo para as bem treinadas Legiões. Ela foi vencida nas colinas perto de Verulamium (hoje St. Albans). Historiadores romanos contam que ela e as filhas sobreviveram à batalha e mataram-se depois, sendo enterradas com toda a pompa da tradição celta.

A reportagem diz que a Icon está dando uma alteradinha na história, transformando a rainha viúva numa jovem camponesa que se torna líder militar e é chamada de rainha depois de morta. Mais para Joana D'Arc, mas tudo bem.

Boadicéia está em alta, aliás. Além da mini-série (disponível aqui em DVD) e do filme da Icon, a Paramount e a Dreamworks preparam suas versões da história. Depois que "O Senhor dos Anéis" mostrou o potencial dos épicos de batalha, sai da frente...

terça-feira, 27 de abril de 2004

Humor elétrico

Sabe aquela infinidade de piadas sobre quantas pessoas são necessárias para trocar uma lâmpada? Este site é dedicado exclusivamente a elas, divididas em categorias como Zodíaco, Nacionalidades e, acredite, Jornada nas Estrelas. Faltam diversas, especialmente a longa lista de piadas pagãs sobre lâmpadas, mas vale a diversão.

O carro chefe é uma que sempre irrita a Cristina:

- Quantos arianos são necessários para trocar uma lâmpada?
- Um, e umas duzentas lâmpadas...

domingo, 25 de abril de 2004

Fábula da imprensa

As diferentes versões da estória do Chapéuzinho Vermelho segundo cada veículo de comunicação:

CLÁUDIA
Como chegar na casa da vovozinha sem se deixar enganar pelos lobos no caminho

NOVA
Dez maneiras de levar um lobo à loucura na cama

MARIE-CLAIRE
"Na cama com um lobo e minha avó", relato de quem passou por essa experiência

VEJA
"... fulano de tal, 23 anos, o lenhador que retirou Chapeuzinho da barriga do lobo tem sido considerado um herói na região. ‘O lobo estava dormindo, acho que não foi tão perigoso assim’, admite."

FANTÁSTICO (Glória Maria)
"... que gracinha: gente, vcs não vão acreditar, mas essa menina linda aqui foi retirada viva da barriga de um lobo! não é mesmo..."

CIDADE ALERTA (Luis Datena)
"...onde é que a gente vai parar, cadê as autoridades? a menina ia para a casa da avózinha. Não tem transporte público! não tem transporte público! e foi devorada viva. Um lobo, um lobo safado. Põe na tela, primo!" e veremos, tintim por tintim, explicadas as táticas para abordar e enganar a vítima.

JORNAL DO BRASIL
"Floresta: Garota é atacada por lobo". Na matéria, a gente não fica sabendo onde, nem quando, nem mais detalhes. O ataque é mais importante que o desfecho.

O GLOBO
"Retirada Viva da Barriga de um Lobo". Na matéria, terá até mapa da região. O salvamento é mais importante que o ataque.

A FOLHA DE S, PAULO
Legenda da foto: "Chapeuzinho, à direita, aperta a mão de seu salvador". Na matéria, teremos um box com um zoólogo explicando os hábitos alimentares dos lobos.

SEXY
(ensaio fotográfico com Chapeuzinho) "Essa garota matou um lobo!"

CARAS
(ensaio fotográfico idem) "Na banheira de hidromassagem na cabana da avozinha, em Campos de Jordão, Chapeuzinho reflete sobre seu futuro"

segunda-feira, 19 de abril de 2004

Mudança de nome

Fernando Calazans lembra hoje, no Globo, que, quando era técnico do Corinthians, Geninho foi flagrado pelas câmeras de TV mandando os jogadores pegarem os adversários num jogo da Libertadores. Roger obedeceu e foi expulso, abrindo o caminho para a vitória do River Plate.

Esta semana, novamente as TVs deram um flagra no técnico recomendando a violência contra Felipe na final entre Flamengo e Vasco. Mais uma vez foi obedecido, agora por Coutinho, e o resultado foi o mesmo. Expulso o botinudo – quando o empate já dava o título ao Mais Querido –, o esquema do Vasco se desminingüiu e ficou ainda mais fácil a vitória rubro-negra.

Nas aulas de PNL, minha querida Monique dizia que esperar resultado diferente da mesma ação é sintoma de loucura. Não acho que Geninho seja maluco. Parece mais caso de estreiteza intelectual, mesmo.

Assim, a menos que o apelido já seja em si uma ironia, proponho trocarmos o nome do técnico vascaíno de Geninho para Burrinho.

P.S. Pelo menos um consolo a torcida do Vasco teve. Graças à antecipação de Eurico Miranda, não faltou chopp para afogar as mágoas e esquecer o sacode de domingo à tarde.

domingo, 18 de abril de 2004

Ineditismo econômico

Que me perdoe a turma do politicamente correto, mas querer nos convencer que o tráfico de drogas é o único comércio que não depende fundamentalmente dos consumidores é piada.
Westmoreland cor-de-rosa

A Editoria Rio do Globo lançou mão hoje de um recurso de edição primoroso, imortalizado em "Corações e Mentes", documentário de Peter Davis sobre a Guerra do Vietnã. No filme, Davis mostra o enterro de um vietnamita, a viúva em desespero tentando se jogar dentro da sepultura, os filhos em pranto. No fim, apenas o mais novo, com hábito de noviço budista, chorando com uma foto do pai. Um efeito de som estica o choro do menino, e a cena é angustiantemente longa. Quando já não agüentamos mais aquela dor, corta o para o general William Westmoreland, comandante militar americano, dizendo: "os orientais não valorizam a vida como os ocidentais".

A edição de domingo do Globo deu continuidade à muito boa cobertura da guerra que a falta de governo no Rio deixou se abater sobre a Rocinha. Numa matéria, o perfil do psicopata Dudu, que quer dominar a favela; noutra, como a vida de famosos e anônimos foi afetada pelo crime; mais adiante, como a própria economia da cidade sofre com a crise. Eis que, qual o general supracitado, entra a (que todos os Deuses nos perdoem) governadora Rosinha Garotinho dizendo que "a população do Rio se sente mais segura".

Assim como o filme dispensa uma narração para chamar o general de genocida racista, o jornal nem precisou de um editorial para chamar a governadora de cínica. O completo descolamento entre a realidade e o discurso dela e de seu marido, o secretário Garotinho, fala por si. Não que eles precisem se preocupar muito. O lúmpen evangélico que os sustenta não irá abandoná-los, a menos que o pastor mande.

A turma das teorias conspiratórias acha que o casal diminutivo quer mesmo é uma intervenção federal, pois constatou que não tem como melhorar a segurança e prefere que a batata-quente estoure na mão de outro. Pode até ser, mas vão quebrar a cara, pois é com a tristeza de eleitor arrependido que constato não haver em Brasília ninguém com hombridade para meter a espada nesse nosso nó górdio.

Só um detalhe: em janeiro deste ano, no site No Mínimo, meu prezado Xico Vargas cantava a pedra da invasão iminente da Rocinha, dando inclusive o nome dos Dudus, Lulus e outros dissílabos envolvidos. Ou seja, a incompetência da governadora e do secretário não tem sequer a desculpa da ignorância.

domingo, 11 de abril de 2004

Depois é implicância minha...

Está para estrear por aqui um bom filme de vampiros e lobisomens, com os dois pés na estética gótica dos RPGs. O título original é "Underworld" - "submundo", "mundo inferior" ou, com alguma licença poética, "mundo oculto". Título perfeito, aliás, pois trata de uma guerra entre as duas espécies travada longe dos olhos dos humanos – a rigor, só há um personagem humano no filme.

Eis que chega a distribuidora brasileira e comete o título "Underworld – Anjos da Noite". Acreditem, estamos quase chegando n'O Filho Que Era Mãe.

Ah, quanto ao filme. Vale a pena. Boa história, boas reviravoltas e Kate Beckinsale linda como sempre.

quinta-feira, 8 de abril de 2004

Sobrou pro coelhinho

A aparente ausência de limites na psicopatia dos fundamentalistas nunca deixa de me surpreender. Diz o site do jornal norte-americano Sun Sentinel que pais e crianças ficaram chocados com uma exibição feita por evangélicos no estádio de Glassport, na Pensilvânia. No que deveria ser um espetáculo de Páscoa, os pastores/atores simulavam o açoitamento do coelhinho da Páscoa e quebravam ovos de chocolate, enquanto gritavam para as crianças que o dito coelhinho não existia.

Os evangélicos afirmam que o coelho e os ovinhos são símbolos pagãos – modéstia à parte, estão certos, são símbolos da Deusa Oster, da fertilidade, cuja festa coincidia com a chegada da Primavera na Europa pré-necrolatria. Nem precisa ficar por aí: o pinheiro e a guirlanda de Natal e as fogueiras e danças de roda nas Festas Juninas também têm origem pagã.

Agora, era realmente necessário levar crianças às lágrimas simulando o coelhinho apanhando como se estivesse num filme de Mel Gibson?

Dias atrás eu li no Landover Baptist (site que satiriza de maneira ácida a extrema-direita religiosa dos EUA) uma “reportagem” na qual o Pastor Diácono Fred, líder da seita, conclamava os pais a espancarem os filhos que de alguma forma se envolvessem com ovos de chocolate e coelhinhos no período. Depois de ler a matéria do Sun, começo a ter medo de o Landover virar realidade.

quarta-feira, 7 de abril de 2004

No mesmo assunto

Infâmia que cometi há uns três anos na tarefa diária de zoar meu prezado Pedro Doria:

Por que os judeus comemoram o Ano Novo no fim de setembro? Porque as flores para Iemanjá estão mais baratas nessa época.
Divórcio com segundas intenções

Na antevéspera do Rosh Hashaná (Ano Novo judaico) um velho judeu que morava na Flórida liga para o filho, advogado em Nova York, e diz:

- Jacozinho, eu odeio ter que estragar seu dia, mas acho que você precisa saber. Eu e sua mãe vamos nos divorciar.

- Papai, o que você está dizendo? Vocês estão juntos há mais de 40 anos!

- Eu sei, mas não conseguimos nem olhar um para o outro. Vamos nos separar e acabou. Por favor, ligue para sua irmã Raquel e conte a ela.

Desvairado, o rapaz liga para a irmã, que vivia em Los Angeles. Ela, compreensivelmente, dá um chilique.

- De jeito nenhum meus pais irão se divorciar! Que absurdo! Deixe comigo. Vou falar com o papai.

Ela telefona para os pais, tenta todos os argumentos e, como não consegue demove-lo da idéia, apela:

- Pai, eu vou tomar um avião agora. Chego aí amanhã de manhã. Meu irmão também está saindo de Nova York. Por favor, não façam nada até nós chegarmos, ouviu?

O velho concordou, colocou o fone no gancho, virou-se para a mulher e disse:

- Funcionou, Sara. Eles vão passar o Rosh Hashaná conosco e não teremos que pagar as passagens!

Cortesia da Claudia Manes. Agradecido, doc

terça-feira, 6 de abril de 2004

Além do surrealismo

Esqueça tudo o que você já viu em termos de surrealismo. Tramita na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara um projeto, de autoria do deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), estabelecendo um limite máximo de gastos que um cidadão pode ter consigo e com seus dependentes. O projeto estabelece o Limite Máximo de Consumo, equivalente a dez vezes a renda per capita nacional, estabelecida pelo IBGE –R$ 7.707, segundo dados consolidados de 2002.

Sete anos após a eventual transformação do projeto em lei, tudo o que um cidadão brasileiro (inclusive os que residirem no exterior) ou um estrangeiro que viva aqui ganhar acima desse limite deverá ser depositado compulsoriamente numa caderneta de "Poupança Fraterna" na Caixa Econômica Federal ou no Banco do Brasil. Isso inclui rendimentos obtidos com trabalho assalariado, já tributado na fonte.

O dinheiro será usado para projetos sociais e será gerido por um conselho ligado à Presidência da República, presidindo pelo ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. O dito conselho será formado por representantes de diversos ministérios, de todas as centrais sindicais, do MST, de ONGs, de universidades e por dois representantes dos garfados, digo, dos poupadores.

Pelo projeto, o "poupador" só poderá reaver seu dinheiro 14 anos depois, em módicas prestações. Uma parte pode ser sacada para comprar a casa própria (até o limite de R$ 200 mil) e para custear doença grave. Ainda segundo a proposta, a Receita Federal deverá fazer um cadastro dos poupadores compulsórios e fiscalizar os depósitos em comparação com sua renda.

Tudo bem que uma parcela ínfima da população tem renda mensal superior a R$ 77 mil, mas não parece um tantinho bizarro confiscar (o nome é esse) rendimentos já tributados e ganhos de forma honesta? Não se vê um projeto para aparelhar melhor a Receita no combate à sonegação, para fechar as brechas legais à elisão fiscal, para tornar mais eficiente o gasto do dinheiro de que já se dispõe etc.

Tem toda a pinta de ser mais um projeto que vai entrar para a lista de esquisitices bem intencionadas que caem no vazio do Congresso.

domingo, 4 de abril de 2004

Ah, ele fala, sim

Acabo de assistir novamente (agora na TV) "Guerra nas Estrelas – O Ataque dos Clones". Voltaram-me à mente três reflexões de quando vi no cinema.

- Ainda que não seja nenhuma Brastemp, o filme é melhor que "A Ameaça Fantasma". Tudo bem que até "Plan 9 From Outer Space" era melhor que "A Ameaça Fantasma". Pior, mesmo, só me ocorre "A Reconquista".

- O casal de protagonistas é ruim de doer. Natalie Portman, que deu um show em "O Profissional" entra para a lista de bons atores mirins que vêem o talento se desintegrar na puberdade. Como disse um crítico americano no lançamento do filme, que falta fazem Tobby Maguire e Kristen Dunst.

- Estou plenamente convencido de que George Lucas fala português. Não só isso, tenho certeza que ele se diverte bolando os nomes dos personagens. No Episódio I tínhamos a Rainha Amídala e o Capitão Panaka. No II, surgem o Conde Dooku e, apenas citado, o inacreditável Mestre Jedi Sifo Dyas. Impossível ser coincidência.

sábado, 3 de abril de 2004

Samba do ensino doido

Ontem o governo anunciou com estardalhaço uma nova avaliação para medir a qualidade do ensino básico. A mola mestra será uma prova a que serão submetidos todos os alunos. O objetivo não é saber como está a educação pública básica - todos sabemos que está um lixo -, mas identificar os principais pontos de carência e desenvolver ações para melhorar a base da educação brasileira. Hoje a avaliação é feita por amostragem e, segundo o MEC, não reflete a realidade. O programa prevê, também, a avaliação dos professores e das instituições.

Tudo muito bom, tudo muito bem, mas vale lembrar que há alguns meses, durante sua gestão indigente, o então ministro Cristóvam Buarque destruiu o Provão do ensino superior - possivelmente a única coisa boa da gestão de Paulo Renato na Era FHC. A desculpa para ceder ao lobby da UNE e das faculdades era que não seria necessário testar todos os alunos, bastava fazer prova por amostragem. Por uma questão de coerência, o MEC devia agora voltar atrás na besteira do antigo ocupante - mesmo tendo que assumir que ele era incompetente.

Outra coisa, é importante ver o que vai ser feito com o resultado dessa pesquisa. O Provão, é bom lembrar, comprovou a noção empírica de que a qualidade de ensino restringia-se às universidade públicas e a um punhado de centros de excelência particulares. Na prática, isso não significou muita coisa, uma vez que o Conselho de Ensino Superior, dominado pelas fábricas de diplomas, não permitiu praticamente nenhuma punição aos cursos de avaliação D e E, e ainda liberou a farra dos centros universitários, shoppings centers (inclusive na localização) de diplomas nas quais, como comprovou reportagem, até um analfabeto consegue entrar.

Só uma observação. Cobri com especial atenção Educação quando fui repórter e sempre foi uma das minhas áreas favoritas na época de coordenador da Nacional do Globo. Por conta disso, acompanhei o desenvolvimento e a aplicação do Provão. Posso dizer que uma das principais pedras de toque da UNE, de que o sistema só avaliava o aluno, é mentira. Pura e simples mentira. O Provão acontecia paralelamente a uma avaliação de currículo, instalações e corpo docente igualmente rigorosa - e cujos resultados, pela situação supracitada, nunca se desdobraram em ações concretas.

segunda-feira, 29 de março de 2004

Grande livro, péssimo título

Existe espaço para sensacionalismo em literatura científica? Por que os tradutores (ou melhor, os tituladores) subestimam tanto a nossa inteligência? No cinema isso já é notório. Praticamente desde a chegas dos primeiros filmes estrangeiros, títulos inteligentes, espirituosos eram massacrados e transformado em tolices sequer dignas de nota. Hoje em dias muitos nem se preocupam em traduzir; deixam o título em inglês e tascam um subtítulo em geral banhado em cretinice. O exemplo mais recente é Minority Report, que, em vez de virar "Relatório Minoritário" ou "Registro Dissonante", virou "Minority Report – A Nova Lei".

Agora isso chegou à literatura científica, e justamente com um dos meus livros favoritos. A Editora Girafa lançou no Brasil em português "Bible Unearthed", dos arqueólogos israelenses Israel Finkelstein e Neil Silberman. O problema é que, na hora de titulá-lo, escorregou no sensacionalismo barato e cometeu "A Bíblia Não Tinha Razão" – como uma resposta ao "E a Bíblia Tinha Razão", pérola do proselitismo disfarçado de ciência escrita pelo alemão Werner Keller. O problema desse título é que ele, de cara, aliena potenciais leitores, gente que não teria preconceito com “A Bíblia Desenterrada” ou mesmo “Escavando a Bíblia” (sugestão da Cristina).

Falando do livro, ele tem como um dos muitos méritos ter como autores judeus israelenses – do contrário, choveriam acusações de anti-semitismo e anti-sionismo. Finkelstein e Silberman inverteram a metodologia dos "arqueólogos bíblicos" do século XIX. Armados com os livros do Velho Testamento, este escavavam a Palestina com o objetivo e provar que as escrituras representavam História literal. Achavam as ruínas de Meggido, conferiam na Bíblia que Meggido fora fundada por Salomão, logo, datavam as ruínas de 1000 a.C.

Em seu livro, os dois arqueólogos israelenses partiram do oposto, foram até as ruínas, fizeram a datação usando as mais modernas técnicas. Conclusão: Meggido é pelo menos 200 anos mais nova, foi construída por Ahab, um rei de Israel execrado no Velho Testamento. E esse é apenas um dos pontos menos polêmicos do livro. Eles descartam toda a passagem de Abraão saindo da Mesopotâmia; sustentam, em vez disso, que os judeus são nativos da Palestina mesmo.

É uma leitura desafiadora, que encheria de questionamentos a cabeça de muitos judeus e cristãos. Infelizmente, poucos deles vão chegar perto de um livro chamado "A Bíblia Não Tinha Razão".

sexta-feira, 26 de março de 2004

Vai uma assessoria aí?

Há bem uns 15 anos o Vaticano baixou uma norma classificando como pecado consultar horóscopos, tarô e outras artes divinatórias. Na época, uma amiga que fazia mapa astral disse que ia botar um anúncio no Globo Zona Sul dizendo "venha pecar". Como a determinação foi solenemente ignorada, tempos depois saiu uma nova norma condenando o ocultismo, mas dizendo que, vá lá, não tem problema consultar horóscopos.

Lembrei disso hoje ao ler que, em discurso aos bispos australianos, o Papa João Paulo II condenou o cineminha e o futebol de domingo, dizendo que o dia deve ser dedicado a Deus e não às atividades seculares. Tudo bem que o pontífice já está mais velho que rascunho do Código de Hamurabi e mais tortinho que Frei Damião, mas algum cardeal deveria dar um toque. Fazer exortações que vão cair no vazio ou baixar normas só para voltar atrás depois não contribui em nada para a credibilidade da Igreja.

quinta-feira, 25 de março de 2004

Dez anos sem Ayrton

Quando Ayrton Senna chegou no céu, São Pedro foi logo perguntando:
- Como é seu nome, meu filho???
- Ayrton Senna da Silva.
- Ah! Você é aquele corredor da Fórmula 1, não é?
- Sou eu mesmo.
- Aquele que tinha uma ilha em Angra dos Reis com heliporto, quadra de tênis, praia particular entre outras coisas, mais um jato executivo Learjet 60 de 12 lugares comprado por US$ 19.000.000,00, um helicóptero bi-turbo avaliado em US$ 5.000.000,00 uma lancha Off Shore de 58 pés, uma fazenda em Tatuí e que ganhava US$ 1.200.000,00 por corrida?
- Sou eu mesmo.
- Andava de Audi, Honda NSX e tinha uma DUCATI com seu nome?
- Sim senhor!
- Morava em Mônaco, mas tinha apartamentos em NYC, Paris e viajava quando queria para o Brasil no seu próprio jatinho particular?
- Correto.
- Aquele que comeu a Xuxa, a Adriane Galisteu?
- Sim.
- Putz... pode entrar, mas você vai achar o Paraíso uma merda!

Cortesia do meu cumpadi Vicente