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quinta-feira, 22 de dezembro de 2005

Para anotar

Para anotar

Povo,
Do blog do no mínimo vem a lista de deputados que, até o momento, abriram mão da verba extra pela convocação extraordinária. Caso seu deputado não esteja na lista, veja aqui o e-mail dele e solte o verbo.

Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ)
Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP)
Armando Monteiro Neto (PTB-PE)
Chico Alencar (PSOL-RJ)
Doutor Rosinha (PT-PR)
Fernando Gabeira (PV-RJ)
Iris Simões (PTB-PR)
José Chaves (PTB-PE)
José Múcio Monteiro (PTB-PE)
Lincoln Portela (PL-MG)
Luciano Zica (PT-SP)
Luiz Antônio Fleury Filho (PTB-SP)
Mauro Passos (PT-SC)
Orlando Desconsi (PT-RS)
Orlando Fantazzini (PSOL-SP)
Paulo Rubem Santiago (PT-PE)
Walter Pinheiro (PT-BA)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2005

Valeu!!!

Valeu!!!

Prazados, o lançamento do livro foi um sucesso! Quero agradecer a todos os amigos que estiveram presentes. Os que não puderam ir podem se redimir comprando o livro para si e dando de presente para os amigos. ;-)

quinta-feira, 8 de dezembro de 2005

Atenção, galera

Atenção, galera

Reparando um injustição online, o texto sobre a reforma ortográfica publicado aqui há alguns dias é da minha querida Cyntia, consorte (com trocadilho) do Almirante Nelson. O original está aqui, no Cyn City, o blog dela - com assento permanente na nossa lista de recomendados.

terça-feira, 6 de dezembro de 2005

Velho antipático

Velho antipático

Verdade seja dita: Eu adoro Jethro Tull, mas esta música é muito escrota.

Fat Man

Don't want to be a fat man,
people would think that I was
just good fun.
Would rather be a thin man,
I am so glad to go on being one.
Too much to carry around with you,
no chance of finding a woman who
will love you in the morning and all the night time too.

Don't want to be a fat man,
have not the patience to ignore all that.
Hate to admit to myself half of my problems
came from being fat.
Won't waste my time feeling sorry for him,
I seen the other side to being thin.
Roll us both down a mountain
and I'm sure the fat man would win.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2005

Reforma Ortográfica

Reforma Ortográfica

Eis aqui um programa de cinco anos para resolver o problema da falta de autoconfiança do brasileiro na sua capacidade gramatical e ortográfica. Em vez de melhorar o ensino, vamos facilitar as coisas, afinal, o português é difícil demais mesmo. Para não assustar os poucos que sabem escrever, nem deixar mais confusos os que ainda tentam acertar, faremos tudo de forma gradual.

No primeiro ano, o "Ç" vai substituir o "S" e o "C" sibilantes, e o "Z" o "S" suave. Peçoas que açeçam a internet com freqüênçia vão adorar, prinçipalmente os adoleçentes. O "C" duro e o "QU" em que o "U" não é pronunçiado çerão trokados pelo "K", já ke o çom é ekivalente. Iço deve akabar kom a konfuzão, e os teklados de komputador terão uma tekla a menos, olha çó ke koiza prátika e ekonômika.

Haverá um aumento do entuziasmo por parte do públiko no çegundo ano, kuando o problemátiko "H" mudo e todos os acentos, inkluzive o til, seraum eliminados. O "CH" çera çimplifikado para "X" e o "LH" pra "LI" ke da no mesmo e e mais façil. Iço fara kom ke palavras como "onra" fikem 20% mais kurtas e akabara kom o problema de çaber komo çe eskreve xuxu, xa e xatiçe. Da mesma forma, o "G" ço çera uzado kuando o çom for komo em "gordo", e çem o "U" porke naum çera preçizo, ja ke kuando o çom for igual ao de "G" em "tigela", uza-çe o "J" pra façilitar ainda mais a vida a jente.

No terçeiro ano, a açeitaçaum publika da nova ortografia devera atinjir o estajio em ke mudanças mais komplikadas serão poçiveis. O governo vai enkorajar a remoçaum de letras dobradas que alem de desneçeçarias çempre foraum um problema terivel para as peçoas, que akabam fikando kom teror de soletrar. Alem diço, todos konkordaum ke os çinais de pontuaçaum komo virgulas dois pontos aspas e traveçaum tambem çaum difíçeis de uzar e preçizam kair e olia falando çerio já vaum tarde.

No kuarto ano todas as peçoas já çeraum reçeptivas a koizas komo a eliminaçaum do plural nos adjetivo e nos substantivo e a unificaçaum do U nas palavra toda ke termina kom L como fuziu xakau ou kriminau ja ke afinau a jente fala tudo iguau e açim fika mais faciu. Os karioka talvez naum gostem de akabar com os plurau porke eles gosta de eskrever xxx nos finau das palavra mas vaum akabar entendendo. Os paulista vaum adorar. Os goiano vaum kerer aproveitar pra akabar com o D nos jerundio mas ai tambem ja e eskuliambaçaum.

No kinto ano akaba a ipokrizia de çe kolokar R no finau dakelas palavra no infinitivo ja ke ningem fala mesmo e tambem U ou I no meio das palavra ke ningem pronunçia komo por exemplo roba toca e enjenhero e de uzar O ou E em palavra ke todo mundo pronunçia como U ou I, i ai im vez di çi iskreve pur ezemplu kem ker falar kom ele vamu iskreve kem ke fala kum eli ki e muito milio çertu ? os çinau di interogaçaum i di isklamaçaum kontinuam pra jente çabe kuandu algem ta fazendu uma pergunta ou ta isclamandu ou gritandu kom a jenti e o pontu pra jenti sabe kuandu a fraze akabo.

Naum vai te mais problema ningem vai te mais eça barera pra çua açençaum çoçiau e çegurança pçikolojika todu mundu vai iskreve sempri çertu i çi intende muitu melio i di forma mais façiu e finaumenti todu mundu no Braziu vai çabe iskreve direitu ate us jornalista us publiçitario us blogeru us adivogado us iskrito i ate us pulitiko i u prezidenti olia ço ki maravilia.

Brinde da minha querida Mônica.

quarta-feira, 23 de novembro de 2005

Oficial

Oficial

Prezados

Este é o convite oficial para o lançamento do meu livro Som no PC (juntamente com Fotos no PC, do meu prezado Nelson Vasconcelos). Vai ser na livraria DaConde, Rua Conde de Bernadotte, 26, lj 125, Leblon, no dia 13 de dezembro (terça-feira), a partir das 19h30. Aguardo vocês lá.

segunda-feira, 14 de novembro de 2005

Bendito engano (ou picaretagem)

Bendito engano (ou picaretagem)

Aliás, tem uma outra história divertida envolvendo o Skid Row. Em 1967, jovens irlandeses formaram um power trio com esse nome. O grupo, que fazia um excelente blues anabolizado na linha do Cream, teve vida curta, mas serviu para tirar do anonimato um certo Gary Moore, responsável pela guitarra e pelos vocais.

Contextualizando um pouco, eu já prestei consultoria para gravadoras e posso atestar: na maior parte das vezes os caras não têm a menor idéia do que estão fazendo. Se alguma lança acidentalmente um produto que faz sucesso, todas correm atrás imitando. Foi nessa que, no início dos anos 90, quando o Skid Row americano estourou aqui com a balada baba "I remember you", para a alegria da gravadora Warner, a Sony jogou na ruas o primeiro e auto-entitulado disco do Skid Row irlandês. Sem, claro, qualquer aviso de que não tinha nenhuma relação com Sebastian Bach e sua turma. Melhor para nós, que temos acesso a esse disco sem morrer nuns dólares.

Mas não se pode sacanear só as gravadoras. A Amazon também caiu no conto da banda homônima. Na página dela, 34 hours, segundo e último disco da banda irlandesa, está listado na coleção dos americanos. Pior ainda, há um aviso recomendando como congêneres Telsa, Warrant e (essa é pra revirar o estômago) Cinderella.

Sabedoria roqueira

Sabedoria roqueira

Hoje toca no Rio Sebastian Bach, ex-vocalista do Skid Row. Confesso que, tirando um bom EP de covers, a banda nunca me disse nada. Entretanto, na minha opinião, ela tem seu lugar na história por ter inspirado um dos melhores diálogos do programa Beavis & Butthead. Para quem não lembra, era um desenho animado sobre dois adolescentes roqueiros que passava na MTV. As histórias eram muito toscas; o que valia mesmo era a hora em que eles comentavam os clipes.

Certa vez passou um clipe do Skid Row (identificado pela dupla como "aquela banda que o cara parece uma mina") em que os sujeitos apareciam ao ar livre quebrando manequins. Seguiu-se o seguinte comentário da dupla:

- Por que esses caras aparecem nos clipes quebrando as coisas?

- Deve ser pra parecerem menos viados.

- Não tá funcionando...

quarta-feira, 9 de novembro de 2005

Essa merece a íntegra

Essa merece a íntegra

Sou um fã confesso e descarado de The Onion. Em geral, acho tudo lá engraçado. Mas esta semana eles se superaram, num artigo que vai soar grego para quem não gosta de heavy metal. Ri tanto que resolvi traduzir e botar aqui.

Conselho do Metal se reúne para discutir uso abusivo do "Sinal do Metal"

GELEIRA DE VATNAJÖKULL, ISLÂNDIA ? Numa sessão de emergência nesta terça-feira, membro do Conselho Supremo do Metal condenaram com veemência o uso crescente do sinal do metal na sociedade laica, afirmando que o significado do símbolo foi corrompido pelo uso excessivo.

Sábios do Conselho Supremo do Metal examinaram vídeos caseiros com provas do que chamaram de "uma tendência preocupante".

"O sinal do metal, ou 'sinal do bode', perdeu todo o seu impacto como um símbolo de reconhecimento respeitoso por algo verdadeiramente roqueiro ou metal", disse o presidente do conselho, Terrence "Geezer" Butler. De acordo com Butler, os integrantes estão irritados pelo uso de seu gesto sagrado para comemorar "eventos favoráveis, mas visivelmente não-metálicos".

"Nós recebemos relatórios sobre pessoas usando o símbolo para saudar os sogros, ou após fazerem o cortador de grama pegar de primeira", disse Butler. "Mas recentemente chegou ao nosso conhecimento que alguém no Texas usou o gesto após conseguir o ultimo pacote de tortas de cenoura numa loja de conveniência. Isso é inaceitável."

Formando em 1972 e reunindo 12 dos mais venerandos líderes da comunidade metálica, o conselho se reúne anualmente em seu salão majestoso no topo da Vatnajökull, a maior geleira da Islândia, para discutir assuntos do metal. O conselho se reuniu para uma sessão especial depois que Nikki Sixx, Chefe Supremo para Assuntos de Glam Metal, recebeu provas fotográficas de uso abusivo em todo o país. Os demais sumos-sacerdotes disseram-se chocados, classificando o caso como "a mais séria afronta à integridade do metal desde o surgimento do rap-metal no fim dos anos 1990".

"Lembro-me que há não muito tempo os Chifres do Diabo eram reservados somente para as pessoas, os atos e os riffs mais reverenciados", disse o Grande Sábio Lemmy Killmister. "Ver alguém fazendo os chifres para o parceiro na lavanderia porque a secadora terminou o ciclo a tempo de ele acabar de ler seu exemplar da Circus parte meu coração."

Concordando em silêncio estavam dois outros integrantes do conselho: Adalwolfa, uma curvilínea guerreira teutônica desenhada por Frank Frazetta e trazida à vida pelos conselheiros, e o espírito de "Dimebag" Darrell Abbott, ex-guitarrista do Pantera, assassinado por um fã.

Agravando o problema, disse Sixx, está o fato de que muitas das pessoas que estão usando o sinal não são membros reconhecidos da Tribuna do Metal, a lista de verdadeiros acólitos do metal, gravada em caligrafia medieval sobre brilhantes páginas de aço.

"Esse homem aqui, que invoca o sinal apenas para indicar seu prazer pelas pipocas de microondas estarem prontas: Ele não é do metal", disse Sixx. "Sabemos de fonte confiável que ele prefere a música de Tim McGraw e que a palavra mágica 'Zoso' jamais passou por seus lábios."

O conselho discutiu diversas punições rígidas para deter o uso abusivo do sinal do metal. Paulo Pinto, baixista da banda de thrash metal brasileira Sepultura e Chefe Supremo para Assuntos de Metal Internacional, sugeriu que a mão de um suspeito de uso abusivo seja imediatamente decepada. Um grupo de músicos de Death Metal de Gothenburg, Suécia, recomendou que qualquer culpado de uso abusivo, ou qualquer um que não seja metal o bastante, seja forçado a comer a própria mão decepada enquanto seus olhos são queimados com um crucifixo de metal superaquecido, e em seguida esfolados vivos lentamente.

Membros mais caridosos, como o ex-líder do Megadeth, Dave Mustaine, sugeriram que "uma lista de diretrizes úteis poderia educar os outros, permitindo-lhes distinguir entre situações metálicas e não-metálicas".

"Muitas das pessoas que usam incorretamente o sinal têm traços de metal em seus corações e mentes, precisando apenas da orientação correta", disse Mustaine. "Lembrem-se que muitos são desajustados e fracassados. Puni-los ainda mais seria destruir o futuro do metal."

Até que o conselho decida que linha de ação adotar, Butler disse acreditar que uma regra simples deve ajudar a reduzir a incidência de uso abusivo do sinal do metal. "Se a sua cabeça não está batendo nem sacudindo, você não deve fazer o sinal", disse Butler. "É simples assim."

Entretanto, numa entrevista posterior, em sua sala decorada com crânios, Butler externou sua preocupação de que o problema pode ter se disseminado a ponto de nem o poderoso CSM poder resolvê-lo. Ele disse temer que os padrões do metal tenham declinado por tanto tempo que poucos ainda tenham idéia clara do que é ou não metal. O CSM viveu no passado divisões ideológicas que podem ter afetado sua habilidade para tomar decisões firmes, especialmente durante o longo julgamento e a condenação do baterista do Metallica, Lars Ulrich, indiciado em 2004 por acusações de cortar o cabelo, perseguir o Napster e participar da trilha sonora original de Missão Impossível 2.

"Até hoje muitos no conselho se ressentem da presença de C.C. DeVille (guitarrista do Poison)", disse Butler. "Na verdade, eu sou um deles. A despeito de nossas diferenças, o conselho permanece o único árbitro para assuntos de metal. Devemos chegar àqueles que temerariamente abusam do sinal do metal. Eles precisam ser informados que a diluição do significado do sinal vai resultar em conseqüências sérias."

Se o abuso continuar, disse Butler, o conselho "vai passar o assunto diretamente a Satã".

O original em inglês está aqui

terça-feira, 8 de novembro de 2005

Reservem a data

Reservem a data

Povo, Som no PC vai ser lançado (junto com Fotos no PC, de Nelson Vasconcelos) no dia 13 de dezembro, na livraria Da Conde (na galeria do Teatro do Leblon, na Conde de Bernadotte), a partir das 19h30.

Depois eu publico o endereço certinho.

Preocupação de pai

Preocupação de pai

Acredito que todo o ser humano tem o direito ao martírio ? a sofrer ou mesmo morrer em nome de sua fé. Mas será que alguém pode decidir que um filho vai ser mártir também?

Li hoje que uma menina de oito meses contraiu pólio e a passou para outras quatro crianças numa comunidade amish no interior de Minnesotta. É a segunda vez (a primeira fora em 1979) que um surto da doença eclode em comunidades dessa seita. Oriunda da Europa Central no século XVII, a seita amish não aceita nenhuma relação com o "mundo secular", incluindo aí atuação política, serviço militar, eletricidade, automóveis, tratores e vacinas.

Eu defendo com unhas e dentes a liberdade religiosa, mas será que ela pode ser justificativa para expor crianças a uma doença como a pólio? E de quebra, expor outras pessoas ao risco?

terça-feira, 25 de outubro de 2005

Saiu do forno

Saiu do forno

Prezados, lembram quando eu disse que um projeto me manteve afastado do blog em agosto? Pois é. O projeto em questão era meu (primeiro) livro, chamado Som no PC, que acaba de ficar pronto. Editado pela Campus/Elsevier, o livro se propõe a ensinar o usuário leigo de computadores a transformar seu PC num poderoso aparelho de som, onde poderá não só ouvir música, mas editá-la, fazer mixagens e complementar com letras e imagens.

O lançamento deve acontecer na primeira quinzena de novembro, juntamente com Fotos no PC, do gente-boa Nelson Vasconcelos. Juntos eles abrem uma coleção sobre lazer digital lançada pela Campus.

Assim que tiver data, hora e local, eu aviso. Enquanto isso, dêem uma conferida na capa:

sexta-feira, 21 de outubro de 2005

Nada pessoal, mas...

Nada pessoal, mas...

Sou radicalmente contra críticas de filmes darem pistas demais ou até mesmo contarem o final da história (como o JB fez com Coração satânico), mas hermetismo tem limite. Alguém, que não tenha visto o trailer ou lido a respeito, é capaz de dizer do que se trata o filme Plano de vôo a partir da crítica publicada hoje no Globo?

Usando a mesma metáfora do autor, quando o glacê estiloso derrete, não se acha recheio de informação.

Gênio da raça

Gênio da raça

O executivo saiu do escritório as 18:00, quando viu sua secretaria no ponto de ônibus.

Estava caindo a maior chuva.

Ele parou e perguntou:

- Você quer uma carona?

- Claro... respondeu ela, entrando no carro.

Chegando no edifício onde ela morava, ele parou o carro para que ela saísse e ela o convidou para entrar.

- Não quer tomar um cafezinho, um whisky, ou alguma coisa?

- Não, obrigado, tenho que ir para casa... -

- Imagine, o Sr. foi tão gentil comigo, suba um pouquinho...

Ele subiu, atendendo ao pedido da moça.

Ao chegarem lá, enquanto ele tomava seu drink, ela foi para o quarto enxugar-se e voltou, toda gostosa e perfumada. Deixou antever um belíssimo par de coxas debaixo do babydoll, escondendo uma escultural bunda, das mais desejadas. A lingerie fio dental que usava, inspirava que a noite poderia ser inimaginável! Depois de alguns drinks, quem pode agüentar?

Ele caiu literalmente...transou com a secretaria de todas as formas possíveis. Após intensa atividade sexual, acabaram adormecendo. Por volta das 6 da manhã, ele acordou e olhou no relógio. O maior susto...

Pegou o telefone, discou o numero de sua casa e, aos berros, disse a quem atendeu:

- NÃO PAGUEM O RESGATE ! EU CONSEGUI FUGIR!!!

terça-feira, 18 de outubro de 2005

Era isso?

Era isso?

Assinei a HBO para pode assitir Roma. O que dizer? A série é possivelmente a melhor coisa que já vi na TV. Reproduz a cidade e seus costumes com detalhismo e sem o anacronismo que contamina praticamente tudo o que se produz sobre o período.

Por outro lado, há tempo ouço conhecidos tecendo loas à HBO. Sinceramente, quando estiverem passando os créditos finais do último capítulo de Roma, cancelo a assinatura. Não consegui achar algo que me prendesse por mais de cinco minutos - incluindo aí o dito canal Plus.

quinta-feira, 13 de outubro de 2005

Dá-lhe, mentira

Dá-lhe, mentira

Povo, como vento que venta cá, venta lá, estive no ótimo blog do Carlos Paris, É Tudo Mentira!!!, e passei a mão neste post. Quero ver quem tem a cara de pau de negar todas...

As 50 maiores mentiras.

01 - Satisfação garantida ou seu dinheiro de volta.
02 - Não nos procure, nós o procuraremos!
03 - Pode deixar que eu te ligo.
04 - Puxa, como você emagreceu!
05 - Fique tranqüilo, vai dar tudo certo.
06 - Quinta-feira, sem falta, o seu carro vai estar pronto.
07 - Pague a minha parte que depois eu acerto contigo.
08 - Eu só bebo socialmente.
09 - Isso é para o seu próprio bem...
10 - Eu estava passando por aqui e resolvi subir.
11 - Estou te vendendo a preço de custo.
12 - Não vou contar pra ninguém.
13 - Não é pelo dinheiro, é uma questão de princípios.
14 - Somos apenas bons amigos...
15 - Que lindo é o seu bebê.
16 - Pode contar comigo!
17 - Você está cada vez mais jovem.
18 - Eu nem reparei que você usava peruca...
19 - Nunca broxei antes.
20 - Você foi a melhor transa que eu já tive!
21 - Não contém aditivos químicos.
22 - Estou sem troco, leve um chiclete.
23 - Obrigado pelo presente, era exatamente o que eu estava precisando....
24 - Não se preocupe, essa roupa não vai encolher.
25 - Não se preocupe, essa roupa vai lacear.
26 - Essa roupa é a sua cara!
27 - Eu não pude evitar.
28 - Tudo o que é meu, é seu.
29 - A inflação vai cair.
30 - Eu não sou candidato.
31 - Começo a dieta na segunda...
32 - O trabalho engrandece o homem!
33 - Isso nunca aconteceu comigo...
34 - Isto vai doer mais em mim do que em você.
35 - Dinheiro não traz felicidade.
36 - Você sempre foi a única!
37 - Pode ir que vou depois.
38 - Eu nem estava olhando...
39 - Que bom que você já arrumou outra, estou feliz.
40 - A amizade é o que importa.
41 - Juro que não estava sabendo!
42 - Não fui eu que contei.
43 - Está perfeito!
44 - Esse carro nunca foi batido, só fica na garagem...
45 - Não folga que sou do jiu-jitsu!
46 - Eu liguei, mas ninguém atendeu...
47 - Beleza e dinheiro não importam, e sim estar feliz.
48 - Ela era virgem quando a conheci.
49 - Nunca te traí!
50 - Essas mentiras acima, nunca falei...

segunda-feira, 10 de outubro de 2005

Novo placar

Novo placar

Suderj informa: Com o devastador terremoto no Paquistão, o placar agora marca 2 x 1. O povo andava dizendo que, com os furacões nos EUA, Alá estava ganhando por 2 x 0.

terça-feira, 4 de outubro de 2005

Calhordice armada

Calhordice armada

Dia desses uma amiga me mandou (e para meia torcida do Flamengo), um artigo da deputada Denise Frossard (PPS-RJ) explicando o motivo pelo qual ela votaria não no plebiscito do desarmamento. Claro que, não sendo exatamente uma pessoa desinformada, dei uma freada. Afinal, a deputada - que, como juíza, mandara para a cadeia a cúpula do jogo do bicho - era uma partidária notória do sim. Na dúvida, fui à página pessoal dela e confirmei.

Algum sem-vergonha pegou um texto dela escrito há mais de dois anos, deu um "tratamento" para sugerir que ela votaria não e espalhou pela rede, usando o nome de uma pessoa respeitada na tentativa de influenciar eleitores. Isso é o tipo de atitude calhorda que, a meu ver, desqualifica as posições que o responsável pretende defender.

Alertada, minha amiga mandou um aviso para os destinatários da primeira mensagem, desfazendo o erro - exatamente o que eu esperava de uma pessoa como ela.

Em tempo, para contribuir para o debate, ficam aqui os links para bons textos a favor (da própria deputada) e contra (do meu prezado Guilherme Fiúza) a proibição da venda de armas.

sábado, 24 de setembro de 2005

Porque eu me ufano...

Porque eu me ufano...

A digníssima não é de brincadeira, não. Deu hoje um furo tão retumbante com a morte do brasileiro em Houston que até a Folha - que, em termos de ego, é uma espécie de argentino dos jornais - teve que entubar e dar crédito.

terça-feira, 20 de setembro de 2005

As lâmpadas e os signos

As lâmpadas e os signos

P: Quantos Arianos são necessários para trocar uma lâmpada?
R1: Só um. Por quê? Qual o problema?
R2: Nenhum. Arianos não têm medo do escuro.
R3: Só um, mas com um monte de lâmpadas. (*crash*)

P: Quantos Taurinos são necessários para trocar uma lâmpada?
R1: Só um, mas só se depois puder celebrar com um jantar complete e muito sexo.
R2: Nenhum. Taurinos não trocam nada.
R3: Um, mas tente convencê-lo de que a lâmpada queimada é inútil e deve ser jogada fora?

P: Quantos Geminianos são necessários para trocar uma lâmpada?
R1: Dois. Mais um telefone sem fio, uma conexão com a Internet e um cópia do Guia Completo da Troca de Lâmpadas
R2: Dois (é claro) mas vai levar uma semana inteira e, no fim, a lâmpada vai fazer seu trabalho de casa, falar francês e brilhar na cor que você quiser.
R3: Dois, mas o trabalho nunca termina - eles ficam discutindo quem deve fazer e como deve ser feito.

P: Quantos Cancerianos são necessários para trocar uma lâmpada?
R1: Só um, mas o terapeuta leva três anos para fazê-los superar o sofrimento.
R2: Só um, e ele vai usar também uma fralda não descartável.
R3: Nenhum: Um Canceriano ia morrer de preocupação com esse problema.


P: Quantos Leoninos são necessários para trocar uma lâmpada?
R1: Leoninos não trocam lâmpadas, ainda que às vezes seus empresários contratem um Virginiano para fazer o serviço enquanto eles estão fora.
R2: Um. Ele segura a lâmpada e o mundo gira a sua volta.
R3: Nenhum. Leoninos brilham com luz própria.

P: Quantos Virginianos são necessários para trocar uma lâmpada?
R1: Virginiano não têm tempo de trocar as próprias lâmpadas. Estão muito ocupados trocando as dos outros.
R2: Aproximadamente 1,000000 com uma margem de erro de of +/- 1 milhonésimo.
R3: Vejamos? Um para ver que a lâmpada queimou, um para marcar o tempo que a lâmpada levou para queimar, um para decidir de quem é a culpa pela lâmpada ter queimado e quem escolheu aquela marca, dez para decidir remodelar a casa assim que trocarem a lâmpada...

P: Quantos Librianos são necessários para trocar uma lâmpada?
R1: Bem, dois. Ou talvez um. Não? pensando bem, dois. Tá bom pra você?
R2: Por que trocar a lâmpada? O escuro é mais romântico.
R3: Bem? Eu não sei ao certo. Acho que depende da lâmpada e de onde ela queimou. Pode ser um se for uma lâmpada comum, ou talvez dois se a pessoa não souber onde encontrar uma lâmpada nova, ou talvez... ...

P: Quantos Escorpianos são necessários para trocar uma lâmpada?
R1: Nenhum, eles preferem ficar sentados no escuro.
R2: Quem quer saber? Por que você quer saber? É da polícia?
R3: Essa é uma informação estritamente secreta, partilhada somente pelos Iluminados na Câmara das Estrelas da Antiga Ordem Hierárquica.

P: Quantos Sagitarianos são necessários para trocar uma lâmpada?
R1: Pergunte quando eu voltar da Índia, ok?
R2: O Sol está brilhando, o dia nasceu, temos a vinda inteira pela frente e você fica aí dentro se preocupando com uma lâmpada queimada idiota?
R3: Um monte. Eu só consigo mantê-los na sala tempo suficiente para que cada um dê um quarto de volta na lâmpada.

P: Quantos Capricornianos são necessários para trocar uma lâmpada?
R1: Nenhum. Capricornianos não têm como comprar lâmpadas novas, a menos que sejam uma despesa de trabalho legítima.
R2: Eu não perco tempo com piadas infantis.
R3: Nenhum. Por que se preocupar? Provavelmente a nova vai queimar também.

P: Quantos Aquarianos são necessários para trocar uma lâmpada?
R1: Bem, você tem que lembrar que tudo é energia...
R2: Centenas, mas eles vão brigar para ver com troca a lâmpada e traz luz ao mundo.
R3: Olha, por que você não se manda e para de me pedir pra fazer todo o trabalho? Estou, tipo, de saco cheio de você me perguntar essas coisas.

P: Quantos Piscianos são necessários para trocar uma lâmpada?
R1: Lâmpada? Que lâmpada?
R2: Ahn? A luz apagou?
R3: Nenhum. O que interessa é a luz interior.

Leitura dinâmica

Leitura dinâmica

Bem sei que a vida moderna não deixa tempo para a leitura de bons livros.

Assim, envio-lhe o resumo de clássicos da literatura que muito ajudarão a engrandecê-lo(a) culturalmente.

Leon Tolstoi: Guerra e Paz
Resumo: Um rapaz não quer ir à guerra por estar apaixonado e por isso Napoleão invade a Rússia. A mocinha casa-se com outro. Fim.

Marcel Proust: Em Busca do Tempo Perdido
Resumo: Um rapaz asmático sofre de insônia porque a mãe não lhe dá um beijinho de boa-noite. No dia seguinte (pág. 486. vol. I), come um bolo e escreve um livro. Nessa noite (pág. 1344, vol.VI) tem um ataque de asma porque a namorada (ou namorado?) se recusa a dar-lhe uns beijinhos. Tudo termina num baile (vol. VII) onde estão todos muito velhinhos - e pronto. Fim.

Luís de Camões: Os Lusíadas.
Resumo: Um poeta com insônia decide encher o saco do rei e contar-lhe uma história de marinheiros que, depois de alguns problemas (logo resolvidos por uma deusa super-gente-fina), ganham a maior boa vida numa ilha cheia de mulheres gostosas. Fim.

Gustave Flaubert: Madame Bovary
Resumo: Uma dona de casa mete o chifre no marido e transa com o padeiro, o leiteiro, o carteiro, o homem do boteco, o dono da mercearia e um vizinho cheio da grana. Depois entra em depressão, envenena-se e morre. Fim.

William Shakespeare: Romeo e Julieta
Resumo: Dois adolescentes doidinhos se apaixonam, mas as famílias proíbem o namoro, as duas turmas saem na porrada, uma briga danada, muita gente se machuca. Então um padre tem uma idéia idiota e os dois morrem depois de beber veneno, pensando que era sonífero. Fim

William Shakespeare: Hamlet
Resumo: Um príncipe com insônia passeia pelas muralhas do castelo, quando o fantasma do pai lhe diz que foi morto pelo tio que dorme com a mãe, cujo homem de confiança é o pai da namorada, que entretanto se suicida ao saber que o príncipe matou o seu pai para se vingar do tio que tinha matado o pai do seu namorado e dormia com a mãe. O príncipe mata o tio que dorme com a mãe, depois de falar com uma caveira e morre assassinado pelo irmão da namorada, a mesma que era doida e que tinha se suicidado. Fim.

Sófocles: Édipo Rei
Resumo: Maluco tira uma onda, não ouve o que um ceguinho lhe diz e acaba matando o pai, comendo a mãe e furando os olhos. Por conta disso, séculos depois, surge a psicanálise que, enquanto mostra que você vai pelo mesmo caminho, lhe arranca os olhos da cara em cada consulta. Fim.

William Shakespeare: Othelo
Resumo: Um rei otário, tremendo zé-ruela, tem um amigo muito fdp que só pensa em fazê-lo de bobo. O tal "amigo" não ganha um cargo no governo e resolve se vingar do rei, convencendo-o de que a rainha está dando pra outro. O zé-mané acredita e mata a rainha. Depois descobre que não era corno, mas apenas muito burro por ter acreditado no traíra. Prende o cara e fica chorando sozinho. Fim.

Você economizou a leitura de pelo menos 7.000 páginas e R$ 500,00 em livros !!!

Cortesia de Andrea Rollemberg

Interna

Interna

Essa é só para quem já trabalhou na Bloch:

Sic transit gloria mundi...

segunda-feira, 19 de setembro de 2005

Para fins de registro

Para fins de registro

Antes que algum especialista (ouviu, Maria Cristina?) venha criticar a correção da piada numérica abaixo, quero deixar claro que meu conhecimento de matemática se limita a saber que a palavra é proparoxítona...

domingo, 18 de setembro de 2005

Pura matemática

Pura matemática

Segundo Monique Cabral, a questão abaixo caiu na prova do ITA do ano passado.

Uma mãe é 21 anos mais velha que o filho. Daqui a seis anos a mãe terá uma idade 5 vezes maior que o filho. Pergunta : Onde está o pai agora?

Há que se fazer alguns cálculos para obter a resposta! Por mais incrível que pareça a resposta é dada pela pura matemática! É bem interessante:

Solução:

Analisando hoje:
A mãe tem hoje Y anos
O menino tem hoje X anos
Portanto, com a mãe 21 anos mais velha: Y = X + 21
Daqui a 6 anos : (Y + 6) e (X + 6)
Portanto, com a mãe 5 vezes mais que filho : Y + 6 = 5 (X + 6)
Resolvendo:
Y + 6 = 5 X + 30
Y = 5X + 24
Dai, substituindo na primeira equação:Y = X + 21 Teremos:
5X + 24 = X + 21
Logo:
4X = -3
X = -3/4

O menino tem hoje -3/4 anos, ou seja, - 9 meses (menos nove meses!). A resposta é lógica: Se o menino tem exatos menos 9 meses, ele nascerá daqui a nove meses, então:

Resposta do problema proposto - O pai agora está comendo a mãe!

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

O Bardo sabia das coisas

O Bardo sabia das coisas

Em Julio César, Shakespeare pôs na boca de Marco Antônio uma jóia de sabedoria: "O mal que o homem faz continua a viver. O bem que ele faz é enterrado com ele."

Morreu nos Estados Unidos Robert Wise, diretor do clássico O dia que a Terra parou, um dos raros filmes de ficção científica a remar contra a corrente do macartismo nos anos 50. Pois todos os noticiários só lembram dele como o sujeito que cometeu A noviça rebelde.

Vai entender

Vai entender

Do Globo On Line: "Vaticano prepara devassa em seminários dos EUA". Como se já não houvesse devassidão suficiente neles...

Tal pai, tal filho

Tal pai, tal filho


Para ninguém dizer que os Bushes não se sensibilizaram com a tragédia de Nova Orelans.

terça-feira, 13 de setembro de 2005

Voltei, voltei

Voltei, voltei

Povo, desculpe a desatenção ao blog - Paulo Motta chegou a interpelar a Cristina a respeito -, mas passei as férias envolvido até a cabeça num projeto que realmente não me deixou tempo para mais nada. Mas o Espírito de Porco está de volta e com uma história deliciosa, ainda que polêmica.

Apesar de eu mesmo ser um sujeito bastante religioso, sempre gostei de piadas envolvendo religião. Ok, ok, a maioria delas sacaneia os cristãos, é verdade. Mas não é minha culpa se eles não têm senso de humor e se as piadas pagãs são virtualmente incompreensíveis para quem está de fora.

Pois bem, hoje eu recebi um link para a página com o resultado do Laugh Judgement (Julgamento do Riso). Para quem não sabe, o site surgiu como uma reação a uma proposta de lei na Inglaterra para combater os chamados crimes de ódio com motivação religiosa. Nada contra a punição contra esses crimes - que vão da difamação aos atentados contra templos. O problema é que, num visível exagero, a lei pretendia enquadrar também as piadas.

Em protesto, criou-se o tal julgamento do riso. O site Ship Of Fools pediu que os internautas enviassem piadas de motivos religiosos e, por votação direta, escolheu as dez mais engraçadas e as dez mais ofensivas. Se você se garante no inglês, vale a pena clicar aqui e conferir tudo. Se não, aqui vão as vencedoras em cada categoria.

Primeiro a considerada mais engraçada:

O homem na ponte

Eu caminhava por uma ponte quando vi um homem sentado na mureta, prestes a pular. "Pare, não faça isso!"

"Por que não?", ele perguntou.

"Bem, há muito pelo qual viver."

"Por exemplo?"

"Você é religioso?"

"Sim."

"Eu também! Cristão ou budista?"

"Cristão."

"Eu também! Católico ou protestante?"

"Protestante."

"Eu também! Episcopal ou batista?"

"Batista."

"Uau, eu também! Igreja Batista de Deus ou Igreja Batista do Senhor?"

"Igreja Batista de Deus."

"Eu também! Da Igreja Batista de Deus original ou da Igreja Batista de Deus reformada?"

"Igreja Batista de Deus reformada."

"Eu também! Igreja Batista de Deus reformada, reforma de 1879 ou Igreja Batista de Deus reformada, reforma de 1915?"

"Igreja Batista de Deus reformada, reforma de 1915."

"MORRA, ESCÓRIA HEREGE!!!" E empurrei-o do parapeito.


Agora a mais ofensiva:

O menininho* no penhasco

Um menininho estava parado na beira de um precipício, olhando para o mar e chorando desesperadamente, quando um padre católico passa e pergunta: "Por que você está tão desesperado, menino?"

O garotinho olha para ele e diz: "Minha mamãe e meu papai estavam no carro, mas ele rolou pelo precipício e se arrebentou nas pedras lá embaixo."

O padre olha para um lado, olha para o outro e diz, já abrindo a braguilha: "É, hoje não é mesmo seu dia de sorte..."


* Na versão original era uma menininha, mas assim fica mais verossímil.

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

Revival new wave

Revival new wave

O que é ruim sempre volta. Nunca imaginei que, tantos anos depois, Katrina And The Waves ainda fosse causar tamanha comoção nos EUA.

sábado, 13 de agosto de 2005

Falando em glam

Falando em glam

Lembrei-me de uma frase de Dee Snider, vocalista do Twisted Sister:

"Não consigo entender quando alguém nos classifica como glam. A palavra vem de glamour, e nós somos tudo, menos glamurosos. Deviam nos chamar de hed, pois somos hediondos."

Aliás, entrevistei Dee Snider em 1985 aqui no Rio. Figuraça, com quase dois metros, uma cabeleira loura (mal-)oxigenada, todo sarado... mas extremamente inteligente.

Adendo do conto de fadas

Adendo do conto de fadas

Tempos atrás eu publiquei aqui um conto de fadas que fez um baita sucesso entre os visitantes. Contava a história de um dragão que mantinha uma princesa cativa num castelo. Um roqueiro decidia salvá-la, havendo então um final diferente para cada estilo. Esta semana, Dapieve mandou para mim, para o Romanholli e para o Tom Leão uma versão um pouquinho maior.

Straight Edge
Chega no castelo, salva o dragão dos horripilantes gritos da princesa e resolve soltá-lo, pois onde já se viu um pobre animalzinho preso dentro de um castelo? Tenta convencer o dragão a alimentar-se somente de cereais e folhas, porém, sem sucesso, acaba sendo devorado.

Emocore
Depois de tanto chorar por julgar impossível conseguir salvar a princesa do dragão, acaba aceitando o fato da garota ter preferido o monstrengo. Desiste de fazer aquela tatuagem de foguinho para que não traga más lembranças. Volta cabisbaixo para casa, embora nunca esqueça esse acontecimento e fique remoendo este fato por toda a sua existência infeliz.

Indie
Ao chegar no castelo e tentar subir as escadas correndo, tropeça no cadarço do all star e acaba deixando cair seus óculos. Cego e caído, acaba sendo salvo pela princesa, que achou seu jeitinho tímido muito meigo.

Grunge
Chega no castelo e tem uma overdose de heroína.

Glam Rock
Chega no castelo. O dragão ri tanto quando o vê que o deixa passar. Ele entra no castelo, rouba o hair dresser e o batom da princesa. Depois a convence a pintar o castelo de rosa e a fazer luzes nos cabelos.

terça-feira, 2 de agosto de 2005

E viva a Constituição!

E viva a Constituição!

"Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

(...)

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;"

Estou a partir de hoje gozando do direito constitucional...

sexta-feira, 29 de julho de 2005

Para a segurança

Cultura peladona

O Museu Leopold, de Viena, inovou ao permitir o acesso de pessoas nuas ou em roupas de baixo a suas dependências. Clique aqui para ver as fotos.

A medida tem um aspecto de segurança da maior importância. Afinal, é difícil uma pessoa pelada passar pela porta levando algum objeto do museu. Se, durante a greve da Biblioteca Nacioal, as pessoas que tiveram acesso ao acervo precisassem estar nuas, talvez isso evitasse o roubo de 150 fotografias raras. Por mais espaçosos que sejam os orifícios do ladrão, não daria para malocar tantos documentos.

terça-feira, 26 de julho de 2005

Besta é a mãe

Besta é a mãe

Por motivos de trabalho estava pesquisando na rede sobre médicos de importância histórica no Brasil e encontrei um texto de Eurico Villela (ele próprio um médico renomado) de 1935 sobre Carlos Chagas. Tratava-se de uma aula inaugural na Escola Nacional de Medicina. O estilo é empolado que só, mas, lá pelo meio, um trecho me chamou a atenção.

Villela falava da tradição de erudição mineira, que formava grandes humanistas mesmo em cidades de menor porte. E emendava: "Notavam-se em São João d'El-Rey typos de rara cultura, como o douto philologo Aureliano Pimentel, grammatico de autoridade reconhecida e acatada aquem e além-mar".

A "autoridade reconhecida" do "douto philologo" fez com que o imperador Pedro II o convidasse (e, como o professor não aceitasse o convite, intimasse) a se mudar para a Corte e lecionar no Colégio Imperial. Depois de anos no Rio, ele ficou desgostoso com a morte da esposa numa epidemia qualquer e conseguiu com o imperador a autorização para voltar a Minas, onde viveu até a morte. Hoje é nome de escolas e ruas e São João Del Rey e até de uma ruazinha na Ilha do Governador.

E era meu tataravô.

segunda-feira, 25 de julho de 2005

Antes que alguém fale

Antes que alguém fale

Sim, eu puxo saco de chefe - mesmo quando o chefe não tem.

Convite

Convite

Povo, Cristiane Costa, editora de Nossa História, convida para o lançamento de seu novo livro, Pena de Aluguel - Escritores jornalistas no Brasil 1904-2004. Será amanhã (terça-feira, 26 de julho), às 19h, na Livraria da Travessa, Rua Visconde de Pirajá 572, Ipanema.

O livro, sua tese de doutorado em Cultura e Comunicação pela UFRJ, resgata, analisa e atualiza uma pesquisa feita no início do século XX por João do Rio, a respeito dos profissionais que combinavam a atividade literária com o trabalho jornalístico.

sábado, 23 de julho de 2005

Receita collorida

Receita collorida

O Jornal Nacional apresentou hoje uma extensa nota do deputado José Dirceu (PT-SP) acusando a imprensa de linchá-lo moralmente sem direito de defesa. Conforme a nota era lida por Sandra Anemberg, foi me atacando uma sensação de desconforto que demorei a compreender. Só entendi quando me lembrei do ex-presidente Fernando Collor, que reclamava da mesma coisa e era incapaz de efetivamente apresentar uma defesa de fato. Chegou a convocar uma cadeia de rádio e TV para reclamar da falta de oportunidade para de defender!

Após a nota, Renato Machado leu um editorial igualmente duro, contestando uma série de pontos e lembrando o que todo mundo que acompanha essa crise política já percebeu: José Dirceu não tentou se defender até agora. Dá respostas lacônicas, solta notas curtas e só. Nenhum discurso bombástico, nenhuma entrevista coletiva - ou mesmo exclusiva para algum órgão de peso -, nada. Não chegou sequer a tentar aquela patuscada deprimente do presidente Lula, que ignorou a imprensa brasileira e deu uma entrevista com indefensáveis sinais de armação para uma produtora da TV francesa. A menina demonstrava dominar as técnicas de entrevista tanto quanto eu domino a arte de fazer um permanente.

Numa boa, eu há muito me arrependera do voto em Lula, mas agora as coisas estão chegando às raias do nojo.

sexta-feira, 22 de julho de 2005

Aliás

Aliás

Os petistas cearenses até admitem botar a mão na grana, mas exigem uma lavagem do dinheiro antes.

A partir de idéia da Luana

Esse já era

Esse já era

O pessoal do PT do Ceará já não tem qualquer esperança de recupar os cem mil dólares que estavam nas cuecas de seu diretor de organização, José Adalberto Vieira da Silva. Fontes da Polícia Federal garantem que, ao ser preso, José Adalberto já tinha metido o pau no dinheiro.

Desculpem, mas eu não resisti.

quarta-feira, 20 de julho de 2005

Grande sabedoria

Grande sabedoria

De que adianta uma barriga de tanquinho se a torneira não funciona?

Cortesia da Monique Cabral

terça-feira, 19 de julho de 2005

Dar uns pulinhos

Dar uns pulinhos

Sei que é o roto falando do esfarrapado, mas a capacidade de o ser humano pensar besteira é realmente infinita.

Descobri hoje um site fascinante chamado World Jump Day, dedicado a organizar um pulo sincronizado de todos os habitantes do planeta com o objetivo de desviar a Terra de sua órbita.

Diz a página que um estudo feito por cientistas alemães mostrou que a Terra podia ser desviada da órbita pela força combinada dos pulos de pelo menos 600 milhões de pessoas. A teoria teria surgido após sismógrafos registrarem o impacto dos pulos de milhões de pessoas durante a final da Copa de 2002. Segundo o site, essa mudança de órbita implicaria a redução do aquecimento global. Falta explicar como, mas isso é um reles detalhes.

Não, eu não bebi, cheirei ou fumei nada - os caras do site provavelmente o fizeram. Mas não deixa de ter suas vantagens. Agora quando os marmanjos derem um escapadela, poderão confessar à patroas que foram dar uns pulinhos, mas era pelo bem do planeta.

No dos outros é refresco

No dos outros é refresco

Foi só o Ministério Público e a Polícia Federal finalmente descobrirem que sonegação de impostos por pessoas jurídicas é crime para a Fiesp se levantar contra "o exagero e desproporcionalidade das mega-operações realizadas em empresas brasileiras, inclusive com prisões cautelares que levam cidadãos à execração pública, tudo isso sem observância do devido processo legal e da constitucional presunção de inocência". Contra um esquema que, por exemplo, cobrava R$ 4 mil por um vestido declarado a Receita como tendo custado US$ 4, não rola manifesto nenhum, né?

Lembrou-me uma velha piada na qual um presidente corrupto, diante de crescentes protestos, elabora um orçamento que investiria milhões em prisões, aparelhando-as com piscinas, ar-condicionado e TV em todas as celas etc. Um assessor argumenta que, diante da impopularidade, seria melhor investir em escolas e marcar pontos com a opinião pública. "É? E cê acha que quando a gente cair, vão nos mandar pra escola?", indaga o presidente.

terça-feira, 12 de julho de 2005

Salve-se quem puder

Salve-se quem puder

Os especialistas em segurança pública vivem com medo de o Comando Vermelho (carioca) se juntar ao Primeiro Comando da Capital (paulista) para montar um conglomerado do crime.

Pois os jornais hoje mostram um cenário muito pior. Duas "entidades" bem mais articuladas e perigosas estão atuando juntas: a Igreja Universal e o PFL. O deputado João Batista Ramos da Silva (PFL-SP), bispo da IURD, foi preso no aeroporto de Brasília com malas e malas cheias de dinheiro, oficialmente proveniente de dízimo. Para que seria usada a verba arrancada do gado, só eles sabem.

Horas depois, a PF, responsável pela operação no aeroporto, prendeu em frente a sua superintendência, onze homens armados que estavam em dois carros pertencentes à "igreja" do bispo Edir Macedo. Segundo a polícia, as placas dos carros são frias.

Placas frias, malas de dinheiro, capangas armados... Sei não, é capaz de o CV e o PCC ficarem ofendidos com a comparação lá de cima.

A dona do puteiro

A dona do puteiro

Reflexões de uma cafetina brasiliense:

"Baixa tanto político no meu privê que coloquei o nome do estabelecimento de 'Metida Provisória'. Esta semana, com tanta gente para me aparecer, adivinha quem resolve dar o ar da graça? Severino.

"Depois dizem que puta é mulher de vida fácil. Fácil? Quero ver encarar. Se um milhão de pessoas vaiaram o sujeito vestido, imagina sem roupa. Mas nada que cinco notas de cem não o transformem num Suplicy. Vem com a mamãe, Severino. Apaguei as luzes por motivos óbvios. Desci com a mão até o baixo clero, mas o dito-cujo era nanico. Pensei: É, Severino, está precisando conseguir um aumento pro rapaz aqui, hein? Para incentivar, comecei a falar umas palavras de 'baixo escalão':

"- Vem, Severo. Me chama de Congresso e me desarruma. Pensa que eu sou o governo e me mete o pau. Finge que eu sou teu filho e me bota lá dentro. Pensa que eu sou o orçamento e acaba comigo. Vai, Severo. Finge que eu sou o povo e me leva à loucura.

"O Severo deve ter gostado. Tanto que começou a dizer que ia me tirar dessa vida, que ia me arrumar um emprego no Congresso e coisa e tal. Isso já é 'neputismo', pensei. Mas, como ele conseguiu transformar o Congresso numa zona, até faz sentido..."

Cortesia da Marcela

sábado, 9 de julho de 2005

Questão étnica

Questão étnica

Comentário na redação do Globo a respeito dos traços aparentemente orientais de José Adalberto Vieira da Silva:

"Cueca de japonês deve mesmo ter mais espaço pra levar dinheiro."

Caramuru! Caramuru!

Caramuru! Caramuru!

Strippers masculinos de todo o mundo estão marcando viagens ao Brasil para homenagear José Adalberto Vieira da Silva, diretor de Organização do PT do Ceará e assessor do irmão de José Genoíno. Devem estar imaginando que showzaço o cara deve ter dado para botarem cem mil dólares na cueca dele.

Está sendo considerado o messias da categoria.

Essa é da minha lavra mesmo.

quinta-feira, 7 de julho de 2005

Diálogos X-Crotos - Vida Real

Diálogos X-Crotos - Vida Real

Dois carinhas conversando sobre uma garota:

- Bem que eu queria convidar a fulana para jantar lá em casa. Sou doido pra dar uns pegas nela.
- Por que você não chama?
- Porque eu tenho medo de ela me dar um tapão na cara.
- Mas mesmo assim você sai no lucro. Pelo menos ela te deu alguma coisa.

Cortesia da Gwynn, que jura ter ouvido essa conversa.

terça-feira, 5 de julho de 2005

Valeu, Bill Gates

Valeu, Bill Gates

Os dispositivos de segurança do Windows XP salvaram minha pele agora. Volta e meia eu recebia e-mails supostamente do site O Carteiro, dizendo que fulana, beltrana ou sicrana tinha mandado um cartão para mim. Às vezes nem dava o nome das ditas cujas, dizia só "alguém especial". Eu nunca caí nessa por três motivos.

- Sou um sujeito casado que não sai abrindo cartão que outra mulher mande;

- Apesar de os nomes de "fulana, beltrana e sicrana" serem comuns, eu não conheço nenhuma mulher com aqueles nomes;

- Eu sou mocréio. Se recebo um cartão de uma admiradora secreta, tá na cara que é armadilha, a menos que venha de um servidor @pinel.gov.br.

Só que hoje quase que eu danço por conta da curiosidade jornalística. Recebi um e-mail de brasil@istoe.com.br com todo o lay out das matérias da revista, trazendo uma entrevista com a gerente financeira do Marcos Valério. Pelo texto, ela dizia temer virar o bode expiatório da história dos saques nas agências de publicidade e do mensalão, e abria o bico. Tinha até fotos dela (que já saíram na própria revista).

Abaixo da chamada e de algumas perguntas com respostas genéricas, havia um link para o texto completo em java e, abaixo, um "se o link acima não abrir, clique aqui", com um endereço (falso) da revista. O mané aqui, claro, clicou. A sorte é que o XP está com todos os dispositivos de segurança acionador e barrou a instalação de um worm.

Devo essa ao Bill Gates e aprendi a não ser tão idiota.

Cena brasiliense

Cena brasiliense

Um sujeito vai visitar um amigo deputado e aproveita para lhe pedir um emprego para o seu filho que tinha acabado de completar o supletivo do primeiro grau.
- Eu tenho uma vaga de assessor, só que o salário não é muito bom...
- Quanto é doutor?
- Pouco mais de dez mil reais!
- Dez mil? Mas é muito dinheiro para o garoto! Ele não vai saber o que fazer com tudo isso não, doutor! Não tem uma vaguinha mais modesta?
- Só se for para trabalhar na Assembléia. Meio período. E eles estão pagando sete mil!
- Ainda é muito, doutor! Isso vai acabar estragando o menino!
- Bom, então tenho de consultor. Estão pagando cinco mil reais.
- Isso tudo é muito. O senhor não tem um emprego que pagasse uns mil e quinhentos ou até dois mil reais?
- Ter eu até tenho. Mas aí e só por concurso e é para quem tem curso superior em Engenharia, Administração, Medicina, Economia, Direito ou Contabilidade... E ainda tem que ter Pós-Graduação e com bons conhecimentos em informática, além de fluência no Inglês, Francês e Espanhol...

Cortesia da Alê

quarta-feira, 29 de junho de 2005

Nada pessoal

Nada pessoal

Um brasileiro entra na polícia em plena Caxias do Sul e dirige-se ao delegado:
- Vim me entregar, cometi um crime e desde então não consigo viver em paz.
- Meu senhor, as leis aqui são muito severas e são cumpridas e se o senhor é mesmo culpado não haverá apelação nem dor de consciência que o livre da cadeia!
- Atropelei um argentino na estrada ao sul de Caxias.
- Ora meu amigo, como o senhor pode se culpar se estes argentinos atravessam as ruas e as estradas a todo o momento?
- Mas ele estava no acostamento.
- Se estava no acostamento é porque queria atravessar, se não fosse o senhor seria outro qualquer.
- Mas não tive nem a hombridade de avisar a família daquele homem, sou um crápula!
- Meu amigo, se o senhor tivesse avisado haveria manifestação, repúdio popular, passeata, repressão, pancadaria e morreria muito mais gente, acho o senhor um pacifista, merece uma estátua.
- Eu enterrei o pobre homem ali mesmo, na beira da estrada.
- O senhor é um grande humanista, enterrar um argentino, é um benfeitor, outro qualquer o abandonaria ali mesmo para ser comido por urubus e outros animais, provavelmente até hienas.
- Mas enquanto eu o enterrava, ele gritava: Estoy vivo, estoy vivo.
- Esses argentinos mentem muito...

Cortesia da Bete

domingo, 26 de junho de 2005

Quadrilha

Quadrilha

Cenário, uma mega-festa junina na Zona Oeste do Rio na tarde de domingo. Na hora da quadrilha, o animador dá o mote e os participantes respondem.

- Olha a cobra!
- É mentira!
- Olha a chuva!
- É mentira!
- Olha o mensalão de vinte milhões!
- É verdade!

Numa boa, quando a suspeita se arraiga nesse nível, não há como descolar.

sábado, 18 de junho de 2005

Soltaram o morcego

Soltaram o morcego

Batman begins não é o título ideal para o filme que acabo de ver. Nem me refiro à patuscada de usar no Brasil o título em inglês, não. Por uma questão de coerência com as versões anteriores, deveria se chamar Batman at last. Pela primeira vez se fez um filme cujo objetivo era contar a história do Homem-Morcego, não servir de veículo para os delírios visuais de Tim Burton ou as fantasias homoeróticas de Joel Schumacher.

Vi o primeiro Batman de Burton na estréia (estréia mesmo, primeira sessão no Odeon). Saí do cinema impressionado com o visual do filme, mas insatisfeito. Não era Batman, era "Batman de Tim Burton". Para transformar o baixinho e franzino Michael Keaton (um dos mais clássicos miscastings do cinema) no herói foi preciso enfiá-lo numa armadura que o transformou num Robocop. Aliás, até o Robocop tinha mais mobilidade que ele.

Transformar o Coringa no assassino do casal Wayne foi uma tijolada, jogando para escanteio a relação de contraponto entre ele e Batman. Da mesma forma, Burton "reinventou" o Pingüim e a Mulher Gato na continuação. Por fim - e esse é motivo de uma querela eterna aqui em casa - centrou suas histórias num personagem que não existe: Bruce Wayne.

Dos filmes de Schumacher nem vale a pena falar, ainda que eu considere Val Kilmer o Batman menos ruim daquele ciclo. No terceiro filme, Jim Carey (Charada) e Tommy Lee Jones (Duas-Caras) ficam disputando quem teria sido o melhor Coringa. Do quarto, então, com George Clooney, não há nada que se possa dizer de bom.

Chegamos então a esse. Vou tentar ao máximo não cometer spoilers. Num dado momento, um personagem fala a verdade que Burton preferiu ignorar: Bruce Wayne é a máscara. O personagem de verdade é Batman. Ainda que a fantasia de morcego só apareça na segunda metade, é Batman que está ali desde o começo, treinando com o personagem de Lian Nesson - uma espécie de Qui-Gon Jinn sith.

O filme é inspirado em Batman - Ano um, de Frank Miller - que, na época, chamávamos de "a mini-série do tenente Gordon". Personagens como o mafioso Falcone e o policial corrupto Flass estão lá. A seqüência final é quase idêntica à da revista, assim como um recurso engenhoso que Batman usa quando é encurralado pela Swat.

A personagem de Kate Holmes não é "a namorada do Batman". Ela é a pessoa do herói na promotoria, um papel que, na revista, era desempenhado pelo promotor Harvey Dent - futuro Duas-Caras. Christian Bale está excelente como Batman - excelente a ponto de não ser engolido por feras como Neeson, Michael Caine (Alfred), Morgan Freeman (Lucius Fox, o armeiro de Batman) e Gary Oldman (Gordon).

Dessa vez não há nada de risível ou patético nos vilões. Todos os outros eram, de alguma forma, vítimas. Falcone e o Espantalho não. São movidos por ganância e desejo de poder. Sem falar no vilão de verdade na história - aliás, o meu favorito entre os inimigos de Batman. Mas aí eu não posso detalhar, se não vira spoiler demais.

quinta-feira, 16 de junho de 2005

País do buraco

País do buraco

Acabo de atravessar a BR 235, que cruza Pernambuco, Bahia e Piauí. Tirando o trecho pernambucano, não da pra chamar aquilo de estrada. Onde havia acostamento de barro, era mais rápido seguir por ele, dada a inacreditável quantidade de buracos.

Na saída de Casa Nova (BA), um grupo de operários recapeava um trecho de não mais de 500 metros. Quer dizer, recapeava é gentileza minha. Como bem definiu nosso motorista, eles estavam "pintando o barro com cor de asfalto", de tão fina que era a camada. Uma chuva leve (como a que caía na região ontem) ou um caminhão vazio leva tudo embora.

Agora, como desenvolver as cidades da região sem produção? Como produzir sem levar os produtos aos centros consumidores? Como fazer esse transporte por vias tão precárias? E o turismo? Quem é um herói que vai fazer em seis horas uma viagem que mal levaria três, sacudindo como um peão nesses rodeios infames? Sem contar que o trajeto só pode ser feito de dia. À noite, juntam-se aos buracos hordas de assaltantes.

Ida e volta por aquela zona de bombardeio (ou queda de meteoros) me levou a constatar que, para fins de estradas, Brasil e Bahia não tem governo. Não é questão de ter governo incompetente. É não ter governo at all.

segunda-feira, 13 de junho de 2005

De Naya a Jackson

De Naya a Jackson

Não sei se serve de consolo, mas, pelo menos em termos de Justiça esculhambada, estamos pau a pau com os EUA.

quarta-feira, 8 de junho de 2005

Daí é que não sai nada

Daí é que não sai nada

Imagine a seguinte situação: No meio de uma partida de futebol, jogadores de um dos times denunciam ao juiz que um adversário deu um chute sem bola na canela do goleiro. O árbitro chama o suposto agressor e este, para se defender da acusação, mostra as mãos, para o juiz ver que não há marcas.

Conclusão? O cara está embromando o juiz. Se deu um chute, não haveria mesmo marcas nas mãos.

A situação pode parecer ridícula, mas é exatamente o que o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, está tentando fazer, segundo o noticiário. Pivô da atual crise política, ele ofereceu abrir mão dos sigilos fiscal e bancário.

Bonitinho, não? Só tem um problema: No momento, ele não é acusado de enriquecimento ilícito ou de sonegação fiscal. A acusação é que pagava mesada a deputados da escória aliada para votarem com o governo. É improbabilíssimo que ele usasse uma conta oficial para isso ou que declarasse ao fisco. A quebra dos sigilos, para citar o Analista de Bagé, é tão produtiva quando mijar num incêndio.

Será que ele não topa trocar pela quebra do sigilo telefônico de casa, do celular e do escritório? Aí é que pode estar uma pista.

segunda-feira, 6 de junho de 2005

De volta ao assunto

De volta ao assunto

Raciocínio (por si só maquiavélico) da Cristina: "Sei que é o cúmulo do maquiavelismo, mas e se o Roberto Jefferson inventou essa história há mais de um ano e foi falando dela com as pessoas para, quando viesse a público, elas confirmarem que tinham sido alertadas?"

O pior é que não é uma hipótese a ser descartada...

Pausa pra respirar II - A Missão

Pausa pra respirar II - A Missão

Depois de décadas de mistério, revelou-se a identidade de "Garganta Profunda", a secretíssima fonte de Bob Woodward e Karl Bernstein, do Washington Post, no caso Watergate. Fiquei pensando, se George Lucas tivesse dirigido Todos os Homens do Presidente, daqui a alguns meses teríamos uma versão revista do filme com um ator criado por computador vivendo Mark Felt, o então vice-diretor do FBI que fornecia informações para os repórteres.

Pausa pra respirar

Pausa pra respirar

Leio hoje que a Apple pretende adotar processadores Intel em seus computadores a partir do ano que vem. Durante anos meus amigos usuários de Mac - Pedro Doria e Octávio Aragão à frente - viviam deitando falação sobre a confiabilidade das maçãs. Não só do celebrado Mac-OS, mas do hardware propriamente dito. Parece que Steve Jobs não concorda...

Fico que imaginando a cara da turma que se divertia nas convenções de usuários de Apple com adesivos dizendo "Intel Outside"...

Cara a tapa

Cara a tapa

Por mais chocante que seja, tudo indica que a denúncia de Roberto Jefferson está se configurando como verdade, ainda que falte o revólver fumegante na mão de Delúbio Soares, tesoureiro do PT. Primeiro foi o deputado Miro Teixeira (PT-RJ) que confirmou ter recebido a denúncia de Jefferson quando era ministro das Comunicações. Miro disse que, na época, insistiu com Jefferson que a denúncia fosse levada a Lula, mas o deputado amarelou. Por isso, declarou hoje, não acreditava que ele tivesse, de fato, contado ao presidente. Mas deixou no ar que existem denúncias de corrupção ainda piores a caminho.

Eis que agora à noite o ministro Aldo Rabelo, da Coordenação Política, admitiu que Lula realmente recebeu a denúncia, mas sem os detalhes e a reação lacrimosa de que Jefferson falou. Por mais ridículo que pareça, a tônica da fala de Aldo que é as acusações não são contra o governo, mas contra "um partido". O "um partido", no caso é só o partido do presidente e da cúpula do governo. Parece ter feito pós-graduação na Escola George W. Bush de embromação política.

Mais cedo, o senador Aloísio Mercadante (PT-SP), que anda precisando tomar Simancol na veia, subiu à tribuna para garantir que Lula não tinha chorado. "Quem conhece o presidente Lula sabe que ele não é muito de chorar." Pombas, Lula cansou de ser sacaneado por chorar em qualquer solenidade.

A situação é muito triste, especialmente para ex-eleitores de Lula, como eu. Como Delúbio não é burro nem louco, não deve ser fácil provar a existência do mensalão. É improbabilíssimo que tenham sido usadas contas quentes. Por outro lado, vai ser igualmente difícil segurar uma CPI, uma vez que qualquer deputado que fique contra passa a ser suspeito de ter se beneficiado pela boquinha. Em vez de uma comissão para investigar a roubalheira de petebistas nos Correios, teremos uma para arregaçar em público as entranhas do partido do governo até a próxima eleição. Nunca, nem nos meus piores pesadelos, podia imaginar um cenário desses.

Ah, duas constatações importantes:

1) Roberto Jefferson é um artista. Pivô de denúncias de corrupção nos Correios e no IRB, conseguiu em um dia virar o jogo. A manchete do Globo hoje denunciava que seus apadrinhados manipulavam até R$ 4 bi. Dificilmente ele será réu nas manchetes de amanhã.

2) Pobre JB. A denúncia que sacudiu o país hoje pelas páginas da Folha tinha saído no jornal carioca no ano passado, atribuída então a Miro Teixeira. A absoluta falta de repercussão dá uma boa medida da pouca relevância do outrora sonho de consumo dos estudantes de jornalismo. Uma pena.

Me engana que eu gosto

Me engana que eu gosto

Diz o ditado que os Deuses estão nos detalhes. Acusado, como diria Chico Buarque, até de dar desfalque no banco dos réus, Roberto Jefferson diz que o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, pagava um mensalão a deputados dos partidos de aluguel na "base aliada". Os valores, diz ele, chegariam a R$ 30 mil.

Não que eu continue acreditando na lisura do PT, mas daí a Jefferson dizer que a prática não acontecia no governo anterior e, pior, que ele e o PTB não aceitaram, é abuso. Há que se ter um mínimo de respeito pela inteligência alheia.

sexta-feira, 3 de junho de 2005

Ser otário é tudo de bom

Ser otário é tudo de bom

Eu sou um otário. É serio. Não tenho nem nunca tive o gene da esperteza, o talento para bolar esquemas mirabolantes e a capacidade de "levar vantagem em tudo". Por conta disso, mês após mês tento (e raramente consigo) equilibrar o orçamento, trabalhando e fazendo eventuais frilas.

Claro que isso tem um lado positivo. Por reconhecer-me otário, eu nunca caio em golpes. Sempre que alguém me oferece um "negócio maravilhoso", uma "oportunidade em um milhão", acredito que o sujeito quer tirar vantagem da minha óbvia otarice. Como sei que não sou esperto, sempre amarelo. Talvez algum dia perca um "negócio maravilhoso" de verdade, mas até hoje só consegui escapar de furadas.

Porque esse é o detalhe: o mundo não está divido entre "otários" e "espertos", mas entre "otários", "espertos" e "muito espertos". Quem cai nos golpes dos muito espertos são os espertos, não os otários. Quando um muito esperto convida para participar, por exemplo, de um negócio que envolve desvio de verbas, um otário acha que vai ser descoberto e não entra. Um esperto acha que vai se dar bem e acaba ganhando um processo do Ministério Público.

Lembrei disso, entre outros motivos, ao ler hoje que empresários espertos morreram em R$ 300 milhões na mão de uma quadrilha que oferecia empréstimos internacionais a longuíssimo prazo e juros baixos. Qualquer otário que já precisou levantar uma grana no banco sabe que isso não existe. Mas os espertos acreditavam realmente que, pagando 10% do valor que pretendiam levantar, a grana viria molinha, molinha... Ah, para passar ao largo dos impostos - sonho dourado de todo esperto -, a grana seguia por doleiros em paraísos fiscais.

O esquema era bacana, envolvendo até escritórios de fachada na Quinta Avenida. Uma vez adiantado o dízimo (Por que será que toda instituição fraudulenta trabalha com dízimos?), o tal fundo negava o empréstimo alegando irregularidades na empresa do esperto. Como é mais fácil achar o Bordel das Normalistas do que uma empresa brasileira cem por cento limpa, não faltavam motivos para as negativas. Com as calças na mão, os espertos não tinham sequer como reaver o dinheiro, pois a remessa fora ilegal.

O esquema era tão bom que funcionou por quatro anos.

quinta-feira, 2 de junho de 2005

Falando nisso

Falando nisso

Tem dois artigos muito bons na imprensa online hoje sobre o desalentador quadro político. O primeiro, mais específico, de Ricardo A. Setti em no mínimo, chama a atenção para a manobra calhorda que um grupo de senadores petistas tentou armar em torno da CPI dos Correios. Eduardo Suplicy (SP), Christovam Buarque (DF), Serys Slhessarenko (MT), Ana Júlia Carepa (PA), Flávio Arns (PR) e Paulo Paim (RS) firmaram um acordo pelo qual assinariam o requerimento da CPI, mas só no último instante e se o governo conseguisse evitar a instalação. Posariam de paladinos da moralidade sem, efetivamente, terem contribuído para isso.

A cachorrada não deu certo porque Suplicy se antecipou e assinou o requerimento quando o governo ainda tentava comprar parlamentares. Foi criticado por Christovam e já se fala que o PT, em vingança, pode negar-lhe a vaga para concorrer à reeleição, em favor do aliado Orestes Quércia, cujos padrões éticos estão em maior sintonia com o governo, obviamente.

O segundo artigo, mais amplo, é de Hélio Schwartsman e está na Folha Online. Trata, fundamentalmente do ocaso do PT e da constatação de que o partido nunca teve de fato um projeto político para o país. Ao chegar no poder, repete (com menos eficiência) os mesmos vícios dos governos anteriores, o mesmo loteamento do governo para partidos que em vez de programa têm prontuário, o mesmo desprezo pelos compromissos éticos e históricos etc.

O agravante é que o atual governo foi eleito (inclusive por mim, devo lamentar) na esperança de mudar, ainda que minimamente, esse quadro. Ver Lula chamando Roberto Jefferson de parceiro e aliciando o PP de Maluf para evitar uma investigação sobre o PTB do mesmo Jefferson é algo que eu nunca esperei ver. Como lembra Schwartsman, a putrefação (o termo é meu) do PT reforça a idéia de que todo político é igual e abre caminho para o pior tipo de populismo - impossível nas ratazanas diminutivas que governam atualmente o Rio.

Só faltava essa

Só faltava essa

O Congresso dos Estados Unidos, que está longe de ser um exemplo de pensamento avançado, aprovou uma lei passando por cima da proibição de George W. Bush às pesquisas com células-tronco embrionárias. E já se articula para derrubar um eventual veto presidencial, num raro momento de união entre democratas e republicanos.

Ou seja, Lula conseguiu nomear um procurador-geral da República mais retrógrado que os políticos norte-americanos...

Aliás, entre fanáticos religiosos, nulidades administrativas e apadrinhados na cleptocracia política, a caneta do presidente anda fazendo mais estragos que os tornados.

quarta-feira, 1 de junho de 2005

Cabotino é a mãe

Cabotino é a mãe

Crianças, dêem uma conferida na materinha quem emplaquei em no.minimo hoje. O tema é Revelations, um notável fan film de quarenta minutos ambientado no universo de Guerra nas Estrelas. Para uma produção de fundo de quintal financiada pelo cartão de crédito estourado do diretor, é impressionante. Não é à toa que mais de um milhão de internautas (eu incluído) já baixaram gratuitamente o filme.

De quebra, confiram a crítica do Dapieve tecendo loas ao novo CD do Audioslave. Ainda não ouvi, mas concordo. O disco de estréia da nova turma de Chris Cornell foi, na minha radical opinião, a única coisa realmente boa em termos de rock a vir dos EUA nos últimos anos.

segunda-feira, 23 de maio de 2005

Caminho certo

Caminho certo

Descobri que há cerca de um mês o coronel Jarbas Passarinho - ministro de diversos ditadores do período pós-64 e signatário do AI-5 - escreveu um artigo no Jornal do Brasil criticando (sem citar abertamente) um artigo de Nossa História. Nessas horas eu sinto um tremendo orgulho da minha profissão.

segunda-feira, 16 de maio de 2005

Velha surda americana

Velha surda americana

Esse caso de Guarapari me lembrou os processos contra roqueiros nos anos 80 por conta de suicídios de fãs. O scritp era sempre o mesmo: algum guri com seriíssimos problemas psicológicos metia uma bala nas idéias, e a família, disposta a tudo para livrar a própria cara de qualquer responsabilidade, dizia que algum roqueiro satanista tinha induzido seu bebezinho a se matar. De quebra, processavam o infeliz para arrancar uns milhõezinhos de dólares.

Scorpions e Judas Priest sofreram processos desse tipo, mas o caso mais rumoroso envolveu Ozzy Osbourne. Em outubro de 1984, John McCollun, rapaz de 19 anos, matou-se ouvindo o disco Blizzard of Ozz. A família contratou o advogado Thomas Anderson, que processou o cantor alegando que a faixa "Suicide solution" fizera o rapaz estourar os miolos.

Aí começa a parte divertida. A tradução correta de "Suicide solution" é "Mistura suicida", não "Solução suicida". Ela fala de como o álcool pode acabar com uma pessoa e se refere a Bon Scott, vocalista do AC-DC, que bebeu até desmaiar no carro numa noite de inverno, morrendo de hipotermia. Se o título pode ter duplo sentido, a letra é bem explícita.

Anderson alegou - e apresentou o laudo de um certo Instituto de Pesquisas Bio-Acústicas (IBAR) para provar - que Ozzy incluíra na música uma mensagem subliminar que dizia "Shoot, shoot, get the gun, get the gun" ("Atire, atire, pegue a arma, pegue a arma"). A técnica usada tornaria a pessoa sugestionável à mensagem; no caso, a dar um tiro na cabeça. Por que só o pobre John foi afetado entre os milhões de pessoas que ouviram a canção (inclusive este que vos digita) era uma pergunta que Mr. Anderson preferia evitar.

A acusação, claro, caiu de madura. Ozzy foi absolvido em três processos. A tese de mensagem subliminar não resistiu à contestação no tribunal. Aliás, não sei que fim o tal IBAR levou, mas hoje as únicas referências a ele na Internet estão em sites sobre este caso.

O fim do processo não foi, pelo menos para Anderson, o fim da história. Durante anos ele capitalizou o caso. Numa entrevista, reproduzida no DVD de Ozzy Don't blame me, ele disse que foi a um show do cantor. "Não vi um sorriso", disse - era um show de Ozzy, não de Jerry Lewis, doutor. E insistiu nas mensagens subliminares, agora falando que a canção "Paranoid", gravada por Ozzy ainda como vocalista do Black Sabbath dizia: "I tell you to end you life, I wish I could but it's too late" ("Eu te mando acabar com a sua vida, queria poder mas é tarde demais"). Anderson bem que poderia substituir o saudoso Roni Rios no quadro da Velha Surda, pois a canção diz claramente: "I tell you to enjoy life" (Eu mando aproveitar a vida").

Mas o próprio Ozzy deu-lhe um refresco, contando que durante anos achou que Jimi Hendrix fosse viado. O motivo? Entendia "Excuse me, while I kiss the sky" ("Dá licença, enquanto eu beijo o céu") da canção psicodélica-chapadona "Purple haze", como "Excuse me, wanna kiss this guy" ("Dá licença, quero beijar esse cara"). Na certa foi muita cocaína.

Desculpas, desculpas...

Desculpas, desculpas...

Dois psicopatas assassinaram uma família em Guarapari (ES), roubaram pertences e dinheiro e jogaram a culpa no RPG que disputavam com a vítima. Bastou para que os boçais de sempre voltassem suas baterias contra o jogo, falando mesmo em proibição. Milhares de jovens (e não tão jovens assim) se divertem no Brasil com uma atividade que estimula leitura e imaginação, mas basta aparecerem dois anormais para o jogo virar estímulo à matança.

Vamos combinar uma coisa, então, da próxima vez que um maluco - como aquele pedófilo infanticida que atacou no Rio há alguns anos - cometer um crime dizendo ter sido inspirado por algum versículo particularmente sangrento ou pela pregação de um pastor, a gente proíbe a Bíblia. Pode ser?

Total what?

Total what?

É duro admitir, mas impossível negar. Eu sou geek. Pior, Total Geek. Clique aqui, faça o teste e veja se você também se enquadra.

Cortesia da minha querida Claudia Manes

quarta-feira, 11 de maio de 2005

Repita: baixo tem quatro cordas

Repita: baixo tem quatro cordas

Há muito, muito tempo, aqui mesmo nesta galáxia, eu estagiava no Globo quando uma colega de redação veio me mostrar uma matéria que ela estava fazendo sobre músicos de rua no Centro do Rio. Falava que o carro-chefe do repertório de um guitarrista era a canção "Stairway to Heaven", dos Rolling Stones. Claro que eu corrigi, informando que a música era do Led Zeppelin.

Um repórter de geral não precisa entender profundamente de música, de economia ou de esportes. Quando se vê diante de uma informação sobre um assunto que não domina, tem obrigação de checar com que entende. Essa lição antiga foi esquecida hoje pela normalmente cuidadosa Geral do Globo.

Na matéria sobre o show dos Rolling Stones no Rio, diz que o grupo fez um show surpresa na entrevista coletiva com dois baixistas: Darryl Jones e Ron Wood - que, aliás, virou Woods na chamada da página 2. Wood realmente tocou baixo... em 1968, no disco Truth, de Jeff Beck. Desde então é guitarrista. Uma checada rápida com o Segundo Caderno teria evitado o erro - agravado pelo fato de Wood aparecer na foto que ilustra o texto tocando uma guitarra, não um baixo.

terça-feira, 10 de maio de 2005

Em resumo... maluquetes

Em resumo... maluquetes

Conta meu pai que, durante uma palestra do saudoso Darcy Ribeiro no início dos anos 60, um estudante com pinta de porta-estandarte da TFP pediu um aparte e começou dizendo que era "um conservador", ao que o professor, cortante como sempre, replicou: "Só se for de fralda. E você lá tem idade pra ser conservador? Não viveu nada, vai conservar o quê?"

Tenho que confessar que nunca entendi exatamente o pensamento conservador, melhor dizendo, o pensamento dos conservadores. Não é que não entenda os postulados teóricos - não concordo, mas entendo. Também não tenho problemas em compreender os motivos para uma pessoa rica ou de classe média alta ser conservadora; afinal, é do interesse dela manter o conjunto de fatores que lhe permitiu a riqueza. O que não me entra na cabeça é o fascínio que esse tipo de pensamento exerce sobre pessoas que, invariavelmente, acabam prejudicadas quanto tais idéias são postas em prática.

Isso aqui no Brasil. Nos EUA, de onde importamos praticamente tudo que não presta, a coisa é ainda mais grave. Em seu livro What's the matter with Kansas? (Qual o problema com o Kansas?), o escritor Thomas Frank relata como a visão política da classe média norte-americana se descolou de seus problemas cotidianos. Ele lembra como, nos últimos trinta anos, a política dos EUA se tornou mais conservadora graças ao voto da classe média (assalariados e pequenos empresários), justamente o setor que mais perdeu em termos materiais com esse conservadorismo político. "Você pode ver o paradoxo na rua principal de qualquer cidadezinha no interior dos EUA. Avisos de que a loja está fechando dividem a vitrine com cartazes de apoio a George W. Bush", conta Frank.

Hoje, na revista virtual Slate, o articulista Timothy Noah dá conta de uma possível explicação (ainda que acabe não concordando): Os conservadores podem, simplesmente, não bater bem da bola. A conclusão está num estudo publicado há dois anos por pesquisadores de três universidades norte-americanas, entrevistando 22.818 pessoas em doze países.

Political conservatism as motivated social cognition (Conservadorismo político como percepção social motivada) identifica uma série de variáveis psicológicas associadas ao conservadorismo político. Segundo os autores, pessoas de níveis sociais mais baixos tendem a abraçar ideologias de direita diante de medo, ansiedade, dissonância, incerteza e instabilidade. O processo, aliás, acontece também em regimes totalitários de esquerda - que se tornam conservadores, no sentido de resistirem a mudanças. "Muitos esquerdistas em regimes totalitários comunistas exibiam a mesma rigidez de pensamento e outras características psicológicas que seriam, em outro contexto, associadas a direitistas", dizem.

Um dos conceitos mais interessantes com os quais trabalham é a "intolerância com a ambigüidade", que caracteriza uma visão dicotômica rígida em relação a tudo. Lembro-me que, na faculdade, um professor nos fez analisar a série de TV americana Wiseguy, que aqui foi exibida como O homem da Máfia. Nela, um agente do FBI era infiltrado numa família mafiosa para levantar provas contra o capo. Por envolver capítulos e não episódios, a série permitiu desenvolver melhor o perfil psicológico dos personagens. Isso, somado ao fato de se passar prioritariamente dentro da quadrilha, resultou em mafiosos que, embora fossem criminosos cruéis, tinham relações de amizade, carinho pela família etc. Durou quatro anos, a despeito de níveis de audiência nunca melhores que medianos. Na análise de críticos e teóricos, seus personagens multifacetados incomodavam o público conservador, que gosta de bandidos dando tiro em cachorro e batendo na mãe.

Outro conceito que vale olhar é o gerenciamento do terror. Diante de uma situação - real ou imaginária - que represente medo, o conservador tende a se agarrar a seus valores e a rejeitar outras visões. O terror, no caso, não se refere simplesmente ao medo da morte ou de uma violência física, mas ao medo do "outro", de tudo que possa ser diferente da visão de mundo do indivíduo. Daí o racismo, a xenofobia e a homofobia que, em diferentes níveis, permeiam o pensamento conservador em todo o mundo.

Sinceramente, acho que Noah descartou as conclusões do estudo baseado numa leitura muito preguiçosa. Em momento nenhum o texto diz, como ele dá a entender, que conservadores ou pessoas de classe média têm mais medo da morte que outras. O que está em questão é como esse medo é processado psicologicamente e como se reflete na visão de mundo dessas pessoas.

De qualquer forma, a idéia de que o conservadorismo tenha um componente psico-patológico abre caminho para uma esperança: a de que ele tenha cura.

Em tempo: Os americanos usam uma linguagem muito peculiar na política, que não se aplica em nenhum outro lugar do mundo. "Radical" significa "extremo-esquerdista", ainda que Bush seja um sujeito extremamente radical. "Liberal", que em qualquer outro lugar se aplica adeptos do liberalismo econômico, lá quer dizer "esquerdista" ou "centro-esquerdista". Os "conservadores" norte-americanos englobam liberais (economicamente falando), conservadores propriamente ditos, especialmente em assuntos religiosos e morais, e até anarquistas de direita - só nos EUA pra inventarem um troço desses...

quinta-feira, 5 de maio de 2005

Apocalipse revisado

Apocalipse revisado

Sabe aquele seu primo aborrecente revoltado-com-o-mundo e fã de Doom Metal que tatuou um 666 no peito pra chocar as tias nas festinhas de família? Parece que ele vai ter de voltar ao tatuador...

Diz hoje o jornal inglês Independent que o Número da Besta, citado no Livro das Revelações (13:18), seria 616 e não 666. Cientistas teriam decifrado o que seria um pequeno fragmento da mais antiga cópia do Apocalipse, escrita em grego arcaico no final do século III E.A., e deram de cara com o novo número.

Na verdade, o 616 não é exatamente inédito. Ele aparecia em outras poucas cópias, mas historiadores atribuíam-no a erros de copistas. A diferença desta vez está na idade do manuscrito. Embora os livros do Novo Testamento sejam atribuídos a apóstolos e cristãos primevos, não existem cópias que datem daquele período. O Apocalipse, por exemplo, é atribuído ao apóstolo João. Sendo contemporâneo de Jesus, qualquer texto seu teria, obrigatoriamente de ser escrito até, digamos, o terceiro quarto do século I. Entretanto, o fragmento em questão, datado de duzentos anos depois, seria a cópia mais antiga. O tal "erro de copistas" poderia, perfeitamente, ser o 666, então.

Ouvido pelo Independent, o professor David Parker, da Universidade de Birmingham (Inglaterra), disse que os números são resultados de gematria, um sistema que atribui valores numéricos a letras. Dessa forma, 616 se referiria ao imperador Calígula, que reinou de 37 a 41 E.A. Não deixa de ser uma referência curiosa, uma vez que Calígula, embora tenha aprontado muitas, não ficou famoso com perseguidor de cristãos.

De qualquer forma, vai ser curioso ver Bruce Dickinson cantar "Six, one, six, the number of the beast"...

Veja aqui o fragmento, encontrado junto com outros restos arqueológicos no Egito:

segunda-feira, 2 de maio de 2005

Presidente Alencar

Presidente Alencar

Recebi uma informação estarrecedora. O vice-presidente José Alencar estaria se preparando para assumir a Presidência da República. O motivo está numa entrevista concedida pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva à revista Caros Amigos em novembro de 2000, dois anos antes de ser eleito para o cargo atual. Confiram o que ele disse:

"Se eu ganhasse a Presidência para fazer o mesmo que o Fernando Henrique Cardoso está fazendo, preferiria que Deus me tirasse a vida antes. Para não passar vergonha. Porque, sabe o que acontece? Tem muita gente que tem direito de mentir, o direito de enganar. Eu não tenho. Há uma coisa que tenho como sagrada: é não perder o direito de olhar nos olhos de meus companheiros e de dormir com a consciência tranqüila de que a gente é capaz de cumprir cada palavra que a gente assume. E, quando não as cumprir, ter coragem de discutir por que não cumpriu".

Ou seja, na hora que Deus der uma conferida no que acontece por aqui, Lula empacota no ato.

quinta-feira, 28 de abril de 2005

Geopolítica anal

Geopolítica anal

Um árabe decide ir a uma suruba. Transa com várias mulheres de todas as maneiras. No troca-troca, se misturam alguns homens e acaba enrabado.

No dia seguinte começa a ter agudos e constantes remorsos do bacanal e vai até a mesquita para confessar-se com o Iman e assim obter o perdão. Começa a explicar sua noite devassa: "Tomei álcool, fiz sexo com outras mulheres que não as minhas e ao final fui enrabado." O Iman diz que é extremamente grave e que se quer ser perdoado deve voltar no dia seguinte com US$ 15.000,00 para a mesquita.

O árabe sai, feliz por ter achado a solução, mas incomodado com o monte de grana que terá que doar.

Em seu caminho passa por uma Igreja Católica. Reflete que apesar de não ser sua religião, talvez possa obter uma absolvição mais em conta...

Entra e fala com o padre: "Tomei bebidas, fiz sexo com várias mulheres a fui enrabado por um cara." O padre diz que não se preocupe; mesmo não sendo católico pode ajudar a paróquia e se quiser o perdão de Deus, deve voltar com US$ 8.500,00.

O árabe sai mais aliviado por ter conseguido um desconto no preço do pecado...

Caminha um pouco mais, passa na frente de uma Sinagoga e, claro, fica tentado em ver se pode conseguir um pouco mais barato. Por que não?

Entra, procura o rabino e conta-lhe que se bem que não seja judeu, ali está na sinagoga porque teve uma noite de orgia, bebeu muito, transou com várias mulheres, acabou enrabado e agora tem remorsos. O rabino o escuta atentamente e lhe diz que, para obter o perdão, que volte no dia seguinte com refrigerantes, biscoitos, bolos, doces e outras guloseimas e que tudo tem de ser, obviamente, kosher.

O árabe se surpreende, alegra-se por cumprir sua penitência por tão pouco e então pergunta ao rabino:

- É tudo que tenho que fazer? Porque o Iman pediu US$15.000,00, o padre
católico pediu US$8500,00? O senhor tem certeza de que o que está me pedindo é tudo?

O rabino responde:

- Absolutamente certo! É assim entre nós: cada vez que enrabam um árabe, nós comemoramos com uma festinha.

Cortesia do meu irmão Cócis

segunda-feira, 25 de abril de 2005

Depois reclamam quando a gente sacaneia

Depois reclamam quando a gente sacaneia

Ao ler esta matéria no domingo, no Globo, fiquei pensando nos estragos que a falta de um pouquinho de sexo faz ao cérebro humano. É bem verdade que se esses rapazes gostassem de sexo (com mulheres, por supuesto) teriam mais o que fazer em vez de ir a churrascaria comemorar eleição de Papa...

quarta-feira, 20 de abril de 2005

Descobriram a pólvora...

Descobriram a pólvora...

Diz a Folha que o Papa Bento XVI escolheu os jovens como alvo. Grandes coisas, os padres, especialmente os da arquidiocese de Boston, fizeram isso há um tempão.

terça-feira, 19 de abril de 2005

E eu, cara-pálida?

E eu, cara-pálida?

Lula pediu perdão aos negros pelo horror da escravidão e depois pediu perdão aos índios pelo genocídio. Que tal pedir perdão a mim por ter me embromado em 2002?

É o homem!

É o homem!

Descobri quem odeia a igreja católica mais do que eu: os cardeais do conclave.

Começa o pontificado de Bento XVI, até esta manhã conhecido como cardeal Josef Ratzinger. Tão conservador que, se Gengis Kahn foss um cardeal, Ratzinger estaria à direita. É contra qualquer reforma que modernize o catolicismo, contra o uso de preservativos no combate à Aids (mesmo que isso implique um genocídio na África), contra a ordenação de mulheres, contra o fim do celibato, contra o engajamento político (à esquerda, claro) do clero etc.

Para melhorar, Ratzinger vem da Alemanha, país de maioria protestante. A cúpula da igreja de seu país não gosta dele. Como todos os alemães de sua geração, teve de participar da juventude hitlerista - era criança e não tinha responsabilidade por isso, claro, mas não é uma lembrança agradável para franceses, holandeses, ingleses etc. Foi o responsável por um documento assinado por João Paulo II afirmando que o cristianismo era a única religião e que a igreja católica era verdadeira representante de Jesus. É esse sujeito que vai ter de dialogar com as demais denomiações cristãs e lidar com o mundo árabe.

Há uns 500 anos, a eleição de um sujeito com esse perfil representaria uma ameaça à civilização. Hoje, fora o potencial estrago na África, representa uma ameaça à própria igreja católica. Que seu reinado seja longo.

quinta-feira, 14 de abril de 2005

Infatilização é isso aí

Infatilização é isso aí

Enquanto os cardeais se preparam para o conclave que pode consagrar Josef Ratzinger como novo Papa (uhu!), andei pensando um pouco sobre a nota anterior, especialmente sobre a opinião de Leonardo Boff. Lembrei-me de um causo contado pelo historiador francês Serge Gruzinski, um dos maiores especialistas em história mexicana em todo o mundo, quando o entrevistei para o número 13 de Nossa História.

Conta ele que, no fim dos anos 90, com o avanço das seitas evangélicas no México - e de suas redes de TV -, firmou-se uma sólida parceria entre a Igreja Católica e a Televisa para um acontecimento que novamente impulsionaria o catolicismo no país: a canonização de Jan Diego, o índio humilde que teve a visão da Virgem de Guadalupe em 1531.

Aqui é necessário um parêntese. A Televisa, para quem não sabe, é o maior império de comunicação da América Espanhola. Tudo que a turma da teoria conspiratória imagina que a Globo faz por aqui, ela faz de fato em dezenas de países. Ainda que sua abrangência no México seja do gênero da que a Globo tinha nos anos 70 e 80, sua programação popularesca está mais para Record, mesmo.

Pois bem, toda essa máquina de mídia foi posta em movimento para enaltecer a biografia do "índio humilde" e os feitos da Santa Madre no México. Todos os dias os mexicanos eram lembrados que Juan Diego seguia para o catecismo quando, no topo da colina Tepeyac deu de cara com a Virgem Maria, que mandou-o dizer ao bispo para construir ali um santuário para ela. Enquanto isso, o Vaticano corria com a beatificação e a canonização do dito cujo, levada a cabo em 31 de julho de 2002.

Tudo muito bom, tudo muito bem, não fosse pela grita de parte do próprio clero mexicano. O motivo era bem simples e conhecido de qualquer historiador minimamente informado: O "índio humilde" Juan Diego é um personagem fictício. Quando os espanhóis invadiram o México, encontraram no topo da referida colina o concorrido santuário de uma divindade feminina asteca. Seguindo um padrão que fazia sucesso há mais de mil anos, transformaram a deusinha local numa santa (e não numa santa qualquer, mas na própria Virgem de Guadalupe) e construíram-lhe uma igreja sobre o local do santuário. A história de Juan Diego foi inventada pouco depois.

Esses clérigos reclamões - ligados, claro, à dita igreja progressista - achavam um absurdo que o Vaticano enfrentasse a mistificação e as armações dos pastores evangélicos com mais mistificação e armações. Ainda mais em parceria com a Televisa, que não é exatamente uma organização livre de pecado.

O resultado? Foram todos perseguidos e enquadrados. Não podiam lecionar, pregar nem publicar - e o "índio humilde" virou santo com toda a pompa e circunstância. Como disse o ex-frade brasileiro, "um esforço de normatização da fé, de mediocrização das inteligências e uma infantilização dos cristãos".

Mas, cá entre nós, temos que dar um desconto ao Vaticano. Se existência de fato dos personagens e comprovação historiográfica significassem alguma coisa, a Igreja como um todo não existiria.

quarta-feira, 6 de abril de 2005

Habemus candidatum

Habemus candidatum

Algumas pessoas devem estar estranhando eu não ter feito qualquer comentário sobre a morte de João Paulo II. Pois é, apesar de ele ter estragado meu fim de semana (Cristina foi convocada para trabalhar), preferi seguir a máxima do "se não tem nada de bom a dizer do morto, nada diga".

Mas é óbvio que não estou indiferente ao processo de escolha do novo bispo de Roma. Até a manhã de hoje eu torcia ardorosamente pela escolha de um cardeal africano, qualquer um. Mas mudei de candidato ao ler hoje a notável seqüência de sandices disparadas pelo cardeal-arcebispo do Rio de Janeiro, d. Eusébio Oscar Scheid. Espero que os membros do conclave fiquemi cativados pela figura dele e dêem-lhe uma chance de comandar a igreja. D. Eusébio já!

Para quem não leu (clique aqui), o cardeal disparou uma saraivada de ataques grosseiros contra Lula, aparentemente do nada. Disse que ele não é "católico", e sim "caótico", que "não se entende bem com o Espírito Santo". O pano de fundo dos ataques parece ser o fato de Lula, a despeito de ser católico, defender políticas de direitos dos gays, prevenção da Aids por uso de camisinhas, descriminalização do aborto etc. Quase me arrependi de ter me arrependido de votar em Lula - que, aliás, foi eleito para ser presidente de um país laico, e não preposto do Vaticano em Brasília.

Claro que d. Eusébio está jogando para a torcida - apesar desta não ter voto no conclave. Com o gado cada vez mais conservador e, digamos, pouco letrado, esse tipo de discurso agressivo mas sem conteúdo dá o maior Ibope. Lembrei de uma entrevista de Leonardo Boff publicada há alguns dias na qual ele dizia que o pontificado de João Paulo II havia se caracterizado teologicamente por "por um esforço de normatização da fé, de mediocrização das inteligências e uma infantilização dos cristãos". Para um público infantilizado, comentários como os do cardeal são melhores que show de padre cantor.

"Peraí, Leo. Como é que, depois dessa desancada, você diz que torce para que d. Eusébio seja eleito Papa?" E que é que disse que eu desejo um bom futuro para a igreja?

Você já foi a Bosta? Então vá!

Você já foi a Bosta? Então vá!

Ao longo desses anos eu já fui mandando à merda uma infinidade de vezes. Em algumas delas, aliás, eu fui.

Só que hoje foi a minha própria esposa, mãe da minha única herdeira, a querer que eu fosse a Bosta. Sabe o que é pior? Deu mesmo a maior vontade de ir.

Bosta, para quem não sabe (e eu não sabia) é uma localidade microscópica na Escócia, mais precisamente na ilha de Grande Bernera. Para um pagão que ama História e Arqueologia, é tudo de bom. Além da paisagem belíssima do litoral escocês, Bosta tem um verdadeiro tesouro para os visitantes: a reprodução perfeita de uma casa da Idade do Ferro.

Bosta tinha uma aldeia, datada provavelmente do século VI E.A., que foi inteiramente coberta pelas areias da praia e assim permaneceu até 1996, quando uma tempestade particularmente violenta expôs as ruínas. A casa foi construída seguindo os padrões desses restos.

Para saber mais sobre as maravilhas de Titica, digo, de Bosta, clique aqui.

sexta-feira, 1 de abril de 2005

Politicamente incorretíssima

Politicamente incorretíssima

Só faz sentido em inglês

Michael Schiavo goes out for dinner after a day at his wife's bedside and orders a steak.

"Very good sir", says the waiter, "and for the vegetable?"

"Oh", replies Michael, "she's not hungry."

Contribuição da minha querida Ângela Fatorelli

quinta-feira, 31 de março de 2005

Para os anais

Para os anais

Esse me chegou por e-mail, enviada pela Cristina (a.k.a. Digníssima):

Salvador - Reflexões sobre as agruras do exame de próstata, ocuparam grande parte do tempo da sessão de ontem da Assembléia Legislativa da Bahia. Tudo porque o deputado Manoel Isidório de Santana de 43 anos, o Sargento Isidório do PT, usando o tempo cedido pela liderança da oposição na Casa, fez um áspero discurso contra o referido exame, ao qual havia se submetido pela primeira vez na parte da manhã e conforme suas palavras ainda estava "vendo estrelas" por uma suposta violência do médico.

O exame é o mais recomendado para se prevenir o câncer de próstata e consiste no toque da glândula com o dedo através do ânus. Classificando o exame de "angustiante", e exortando a Medicina a criar outro método que não "penalize" tanto os pacientes, Sargento Isidório se inflamou na tribuna e fazia questão de mostrar com gestos exagerados e gritos, como o doutor foi rude.

Embora afirmasse não querer se estender muito no assunto, por considerar "desmoralizante para um pai de família", o deputado petista foi descrevendo detalhes, enquanto seus colegas se divertiam no plenário. Entre outras coisas, reclamou do fato de ser enganado sobre a forma como o exame de toque é feito e repetiu que "foi horrível" e quase desmaia.

Ele gastou cerca de 25 minutos como tema que provavelmente seria encerrado se o deputado e médico Targino Machado (PMDB) não tivesse pedido um aparte para criticar o discurso apologético de Sargento Isidório contra o exame. Foi o suficiente para o petista voltar à carga repetindo toda à sua "desagradável" experiência. Uma das coisas que deixou o Sargento Isidório mais indignado é que após o exame, o médico abriu a porta e chamou o próximo paciente "como se nada tivesse acontecido", enquanto o petista saiu do consultório sentindo-se "deflorado".


Na certa o nobre deputado esperava que o médico o levasse para jantar, mandasse flores e telefonasse no dia seguinte...

sábado, 26 de março de 2005

Telecine Anta

Telecine Anta

Sugestão para os marketeiros da Globosat: O Telecine primeiro criou um canal com filmes dublados (em geral mal dublados) e agora passou, no canal principal, a incluir legendas na chamada "esrita da Internet". Por que não juntam tudo num único canal, o "Telecine Analfabeto"? Ia nos ajudar muito na hora de excluir da programação.

terça-feira, 15 de março de 2005

Chefia cinematográfica

Povo, recebi hoje um artigo delicioso sobre relações de trabalho. Leiam e digam se seus chefes se enquadram. Se quiserem ler o original em inglês, cliquem aqui.

Qual o seu "chefe de cinema"?

Por Laura Morsch, do CareerBuilder.com

Nós vamos ao cinema para entretenimento e para uma fuga temporária da realidade. Às vezes, porém, os personagens e situações na tela parecerem estranhamente familiares.

Talvez seja porque muitas vezes nós mesmos nos consideremos merecedores de um Oscar. De acordo com uma pesquisa recente do CareerBuilder.com, 26% dos trabalhadores se sentem como se estivessem "atuando" no ambiente de trabalho. Não é à toa que "Como enlouquecer seu chefe" e "Um morto muito louco" se tornaram cult.

Às vezes o horário de nove às cinco pode ser bem dramático. O estudo do CareerBuilder.com com 1.333 trabalhadores descobriu que 36% disseram que, se seu ambiente de trabalho fosse um filme, seria um drama, cheio de altos e baixos e com tramas intrincadas.

Curiosamente, as mulheres consideram seus locais de trabalho mais dramáticos que os homens. Entre elas, 43% caracterizaram seus empregos assim, comparadas a apenas 28% dos homens.

Alguns trabalhadores são capazes de descobrir um lado leve no dia de trabalho. Vinte e sete por cento deles dizem que o filme de seu escritório seria uma comédia, e 19% classificam os seu como filmes de ação cheios de adrenalina.

Sete por cento menos afortunados dizem que seus empregos são como filmes de terror, e cerca de seis por centro chamam os seus de mistério (o caso do grampeador desaparecido, talvez?).

Chefes

Todo astro precisa de um ator coadjuvante. Nesse caso, seu chefe. De todos os chefes do cinema, esses dez são os que os trabalhadores mais associam a seus comandantes:

1. Andrew Shepherd, "Meu querido presidente."
Amigável, popular, mas pode às vezes dificultar as coisas.

2. Obi-Wan Kenobi, "Guerra nas estrelas."
Sábio, leal e sempre pronto a dar conselhos.

3. Bill Lumbergh, "Como enlouquecer seu chefe."
Chefe maléfico que adora atormentar os empregados e fazê-los trabalhar nos fins-de-semana.

4. Treinador Norman Dale, "Momentos decisivos."
Usa táticas pouco convencionais para motivar ao sucesso.

5. Franklin Hart, "Como eliminar seu chefe."
Machista, egoísta, mentiroso, hipócrita e preconceituoso.

6. Katherine Parker, "Uma secretária de futuro."
Chefe que apunhala pelas costas e rouba suas idéias para apresentá-las como dele.

7. Bernie Lomax, "Um morto muito louco."
Um pilantra que quer se ver livre de você.

8. Dr. Evil, "Austin Powers"
Tem duas obsessões: ele mesmo e a total dominação do mundo.

9. Cruella De Vil, "101 Dálmatas"
Rica, poderosa e tão má que mataria filhotinhos.

10. Gordon Gekko, "Wall Street"
Workaholic sem amigos ou vida social e que espera o mesmo de você.

Se você tem um chefe como estes últimos, não está sozinho. Trinta e sete por cento dos trabalhadores planejam agraciar-se com um novo emprego antes da entrega do Oscar 2006!