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quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Aliás

Nos últimos anos fiz algumas viagens a fronteiras agrícolas por conta do trabalho. Fui a São Raimundo Nonato, no Piauí (entrevistar a antropóloga Niede Guidon), e a São Félix do Araguaia, no Mato Grosso (entrevistar Dom Pedro Casaldáliga). Voltei das duas convencido que, se pretendemos salvar o meio-ambiente naquelas regiões, temos que começar a boicotar os produtos derivados da soja (incluindo tofu e shoyo), pois é essa cultura que está avançando predatoriamente sobre a vegetação nativa.

Mas vá explicar isso para um amigo natureba...

Decide, pô!

Recebi de uma amiga semi-natureba uma mensagem de fim de ano cheia de conselhos edificantes politicamente corretos. O problema é que quatro deles guardam uma certa incoerência: "Coma menos carne", "coma mais vegetais orgânicos", "gaste menos água", "gaste menos papel". Ora, se uma pessoa decide ir contra sua natureza biológica e parar de comer carne e ainda por cima aumentar o consumo de alimentos orgânicos (o que é muito bom), vai ter um aporte maior de fibras, o que implica uma produção maior de matéria fecal. Ergo, vai gastar mais papel para limpar a buzanfa e mais água para dar o acabamento. E aí, qual a melhor maneira de salvar o planeta?

Ah, alguém pode explicar para o tosco aqui como é que o consumo de carne "agrava a desigualdade social"?