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quarta-feira, 27 de outubro de 2004

Bem-vinda

Galera, nova recomendação. Loch Ness é o blog da minha querida Claudia Manes, sócia-atleta aqui do Espírito de Porco. Ainda está no comecinho, mas, conhecendo-a, sei que vai pintar muita coisa boa.

domingo, 24 de outubro de 2004

Paulada com porrete de pelica

Prezados, confiram o artigo de Marcos Sá Corrêa sobre o episódio do marketeiro de briga do Plananto.

sexta-feira, 22 de outubro de 2004

Estamos mal parados...

O que é pior, o marketeiro do Planalto ser preso numa rinha de briga de galos (que, além de ser crime, é uma prática que mostra apenas crueldade e torpeza) ou insistir que não fez nada de errado?

Será que esses boçais a quem eu, num momento de insensatez que não vai se repetir, ajudei a entregar o país não entendem que são governo, que têm alguns compromissos mínimos com conduta, com ética e, principalmente, com lei?

Atualização: Para piorar o que já era ruim, o noticiário hoje dá conta que, ao ser preso em flagrante, Duda Mendonça sacou o celular e ligou para o ministro da Justiça para pedir ajuda. Só falta agora o ministro ajudar...
Inamovível

Ontem, conversando com um chefe da empresa baseado em São Paulo, comentávamos que o baixo nível da campanha para o segundo turno lá não refletia a qualidade dos candidatos. Goste-se ou não deles, Marta Suplicy e José Serra têm biografias e projetos respeitáveis. Numa cidade que já elegeu Maluf e Pitta, um segundo turno com os candidatos atuais é quase um luxo.

Independentemente disso, impressiona ver uma notícia na Folha On Line. Segundo o Ibope, Marta subiu um ponto percentual e agora tem 37% da preferência. O problema é que isso representa apenas 1,18 ponto percentual acima dos 35,8% de votos que ela recebeu no primeiro turno. Como a margem de erro é de dois pontos, ela está estacionada. E isso depois de (ou por) o PT ir buscar apoio até de Paulo Maluf.

É para acender alguns alertas vermelhos (com trocadilho, please)...

Autalização: Leio hoje no Globo que Marta não subiu um, sim caiu dois pontos percentuais. A explicação (subentendida) está na mesma página, um cartaz dela com Maluf.

quarta-feira, 20 de outubro de 2004

Carta da desgovernadora à imprensa inglesa

Very Excellent Mister,

We read in your niuspeipe that Rio is quepital of coqueine. And vorse, dat here is laiki Sudan i Xexenia. Rio is veri, veri diferenti, Rio is vonderful. We nou deti is bicose de elexion, and this articol has the finguer of Cesar Maia, from devils party. Do not mix garlic with bugarlic. Rio is Rio, Sudan is Sudan and Xexenia, I dont qnow uere it is. Best regards,

Little Rose,
Wife of Little Boy,
Governor in charge of wonderful city

Contribuição da minha querida Claudia Manes

terça-feira, 19 de outubro de 2004

Sacadas de peso

Mais uma dicar certeira é Glutus Obesus, blog da querida amiga orkuteira Cláudia Roncador.
É pelos textos...

Povo, a recomendação, já incorporada aos links permanentes da página, é LAD, blog que meu prezado Pedro Doria mantém em parceria com Marcos Moura.

São textos espirituosos, boas sacadas, pensatas interessantes, rese... Peraí. Quem eu estou querendo enganar? Se eu li três textos, foi muito. Fucei todas as páginas para ver as belíssimas fotos eróticas que os dois garimpam.

Sinceramente, o LAD é que nem o World Trade Center. Só entra avião.

segunda-feira, 11 de outubro de 2004

Saudade

A cultura brasileira, já tão combalida, sofreu hoje um abalo irreparável. Morreu no Rio o escritor Fernando Sabino. Cristina, grande fã dele, mandou-me do trabalho esta crônica. Espero que vocês gostem tanto quanto eu gostei.

'A Última Crônica', de Fernando Sabino

"A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o meu último poema". Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.

Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.

Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho - um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular. A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.

São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: "Parabéns pra você, parabéns pra você..." Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura - ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido - vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.

Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso."

Crônica publicada no livro "A Companheira de viagem" (Editora Record, 1965)
Maldade

Foi anunciada hoje nos EUA a morte do ator Christopher Superman Reeve. O passamento, dizem as agências, foi identificado pela sobrinha do morto. "Eu estranhei que há três dias o tio Chris não piscava", disse a menina.

sexta-feira, 8 de outubro de 2004