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quarta-feira, 29 de outubro de 2003

Tem solução?

Hoje, indo para o trabalho no carro da Cristina, tomei uma fechada criminosa de um taxista – que vai reencarnar na Somália. A navalhada me lembrou uma conversa que tive com outro taxista há alguns dias. Num dado momento ele disse “eu, que sou profissional...” e eu interrompi perguntando como ele se tornara profissional, o que tivera de fazer. Não que eu esteja pensando em mudar de profissão; era curiosidade, mesmo.

Descobri que ele inscreveu-se no INSS, pagou meia dúzia de taxas no sindicato e na Prefeitura e, bingo, tornou-se taxista. Aí eu, espírito de porco como sempre, argumentei que ele não fez nada para se profissionalizar, apenas cumpriu trâmites burocráticos. Em termos de habilitação, não diferia em nada de mim. Depois andei num carro que o motorista não sabia onde ficava a São Clemente. É mais ou menos como jornalista escrever “haveriam erros”. Acontece, mas não deveria acontecer.

O problema é que isso é um fenômeno generalizado. Seja pela crise, pelo desemprego ou pela falência dos meios de capacitação, os serviços estão cada dia piores. Você entra num restaurante, pergunta como é o Filé à Moda da Casa e o garçom responde “é um filé feito à moda da casa” e ainda te olha como se você tivesse obrigação de saber o que passa pela cabeça do cozinheiro. No Bob’s, então, é de doer. Parece que fazem um teste de QI na seleção de balconistas e só contratam quem tira abaixo de 50.

Qual a solução para isso? Não faço a menor idéia. Essas pessoas têm que trabalhar honestamente, claro. Mas a absoluta falta de capacitação já está passando de todos os limites – e no caso dos taxistas, já vira até risco para os outros.

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