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terça-feira, 25 de janeiro de 2005

Between, my well

Between, my well

Quando comecei a aprender inglês - décadas atrás, no século passado - cometi verdadeiras atrocidades "traduzindo" letras de músicas. Pegava a letra, ia conferindo no dicionário as palavras e mandava ver, sem fazer a menor idéia se o sentido era aquele mesmo. Mas eu era um aborrecente fazendo isso por mera curiosidade. Um artista consagrado fazer isso é que dói.

Digo isso porque outro dia estava ouvindo no carro o CD Grande encontro, de Alceu Valença, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho. Quando chegou na faixa "O amanhã é distante", cantada por Zé, topei com um trecho da letra que sempre achei o mais absoluto nonsense: "Se ao menos o meu amor estivesse aqui, se eu pudesse ouvir seu coração. Se ao menos mentisse ao meu lado, estaria em minha cama outra vez". Ficava pensando no que Zé queria dizer com isso.

Aí que eu me lembrei que a música não era dele, e sim uma versão para "Tomorrow is a long time", de Bob Dylan. Como nunca fui fã do dito cujo, não tenho uma boa memória de seu trabalho. Mas, ao me tocar que o original era em inglês, o sentido (e burrada do tradutor) surgiu imediatamente. Fui conferir a letra e lá estava: "Only if she was lyin' by me, then I'd lie in my bed once again".

Não era "mentisse", era "deitasse". E o pior é que nem prejudicaria a métrica do verso. Francamente, Zé...

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