Total de visualizações de página

domingo, 30 de dezembro de 2007

Diálogos X-Crotos - Filho possessivo

Bem galera, neste ano que estive fora do ar muita coisa aconteceu. Nossa História, a revista em que eu trabalhava, fechou; BR História, criada na esteira, foi fugaz, e hoje sou assessor de imprensa do TRE-RJ – daí evitar fazer comentários sobre política partidária nesta encarnação do EP. Mas a mudança mais importante não foi profissional. Depois de muito adiar, fiz, em 20 de março, uma cirurgia de redução de estômago. Em nove meses, baixei de 130kg para 83,6kg, livrei-me da diabetes e da hipertensão (e de todo o meu guarda-roupa), fiz as pazes com a ginástica e desenvolvi uma auto-estima inédita em 41 anos assombrando este plano da existência.

Como é normal após essa operação, comecei a perder um pouco de cabelo, e resolvi da forma mais radical: comprei uma máquina e passei-a no cocoruto. Como disse na época, é preferível adotar o visual Bruce Willis que me resignar com o visual Zacarias. De quebra, há pouco mais de um mês resolvi também tirar a barba, que usava desde outubro de 2004. Resultado? Um monte de gente não me reconhece, especialmente se me encontra de terno, traje que eu nunca usava e que agora tenho que usar todo dia. No aniversário do André Machado, minha querida Elis Monteiro ficou um tempo tentando identificar aquele magrelo engravatado.

Essa história de reconhecimento produziu um momento inusitado na semana passada. Na manhã de quarta-feira, cerca de 200 pais e alunos irados afluímos para o São José a fim de cobrar explicações sobre a demissão generalizada de professores (que atingiu não só a pré-escola, mas todas as séries). Lá encontrei Márcia, mulher do meu irmão postiço André, como filho mais velho, Rodrigo. Conversei rapidamente com ela e entramos no auditório para a reunião com uma assustada direção da escola. Lá pelas tantas o padreco-diretor soltou três afirmações que ofendiam a inteligência dos pais. Pedi a palavra, peguei o microfone e desmontei as afirmações uma por uma. No meio da platéia, Rodrigo perguntou à mãe:

- Quem é esse cara com que você tava conversando e que agora tá falando lá na frente?

- Ué, seu tio Leo.

- Não é não!

- Claro que é, Rodrigo.

- Nem vem, mãe. Cê tá inventando que é o tio Leo só pra eu não contar pro meu pai que você tava conversando com um sujeito.

Nenhum comentário: