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quinta-feira, 5 de maio de 2005

Apocalipse revisado

Apocalipse revisado

Sabe aquele seu primo aborrecente revoltado-com-o-mundo e fã de Doom Metal que tatuou um 666 no peito pra chocar as tias nas festinhas de família? Parece que ele vai ter de voltar ao tatuador...

Diz hoje o jornal inglês Independent que o Número da Besta, citado no Livro das Revelações (13:18), seria 616 e não 666. Cientistas teriam decifrado o que seria um pequeno fragmento da mais antiga cópia do Apocalipse, escrita em grego arcaico no final do século III E.A., e deram de cara com o novo número.

Na verdade, o 616 não é exatamente inédito. Ele aparecia em outras poucas cópias, mas historiadores atribuíam-no a erros de copistas. A diferença desta vez está na idade do manuscrito. Embora os livros do Novo Testamento sejam atribuídos a apóstolos e cristãos primevos, não existem cópias que datem daquele período. O Apocalipse, por exemplo, é atribuído ao apóstolo João. Sendo contemporâneo de Jesus, qualquer texto seu teria, obrigatoriamente de ser escrito até, digamos, o terceiro quarto do século I. Entretanto, o fragmento em questão, datado de duzentos anos depois, seria a cópia mais antiga. O tal "erro de copistas" poderia, perfeitamente, ser o 666, então.

Ouvido pelo Independent, o professor David Parker, da Universidade de Birmingham (Inglaterra), disse que os números são resultados de gematria, um sistema que atribui valores numéricos a letras. Dessa forma, 616 se referiria ao imperador Calígula, que reinou de 37 a 41 E.A. Não deixa de ser uma referência curiosa, uma vez que Calígula, embora tenha aprontado muitas, não ficou famoso com perseguidor de cristãos.

De qualquer forma, vai ser curioso ver Bruce Dickinson cantar "Six, one, six, the number of the beast"...

Veja aqui o fragmento, encontrado junto com outros restos arqueológicos no Egito:

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