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sexta-feira, 12 de setembro de 2003

Gentileza quase fatal

Hoje de manhã eu estava me vestindo quando o telefone tocou. Atendi e uma voz feminina mandou um “Senhor, Leonardo?”. Fiquei cabreiro, telefonema matutino me chamando de “senhor” não podia ser boa coisa.

– Sim – disse eu, quase num gemido.

– Aqui é fulana, sua gerente no Banco Real.

Aí que eu gelei mesmo. Minha conta não está no vermelho (ainda) e não estou devendo nada ao banco. Mas mesmo assim, fiquei repassando mentalmente todos os cheques emitidos desde 1996, imaginando que alguém tivesse limpado a conta ou comprado um iate no meu nome... Essas paranóias de praxe.

– Pois não – emendei, já num fiapo de voz.

– Estou lhe telefonando para desejar um feliz aniversário e mais uma vez me colocar à disposição.

Eu agradeci a gentileza, mas fiquei pensando: numa dessas, uma pessoa com as coronárias menos em dia acaba fazendo check out. Da próxima vez vou pedir para ela cantar “Parabéns pra você” antes de se identificar.

Ah, sim. Estou completando hoje 37 invernos assombrando este plano da existência.

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