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segunda-feira, 5 de julho de 2004

Réquiem para o morcego

Conferindo o blog do Rafa, trombei com uma polêmica em torno de um post no qual ele detonava Andy Warhol, para horror de algumas amigas mudernas. Desnecessário dizer que assino embaixo a bronca dele.

O papo, porém, lembrou-me duas passagens. A primeira foi em julho de 1998 (ou ano 6 a.L.), quando eu e Cristina fomos flanar em Nova York. Lá pelas tantas ela me arrastou para o MoMA e, ao longo de duas horas (das quais pretendo pedir ressarcimento quando tiver que fazer escala o País do Verão), encarei todo o tipo de empulhação disfarçada de arte. Mas nada poderia ter me preparado para dar de cara com seis sujeitos apreciando uma parede pintada de vermelho. Isso mesmo, era uma parede pintada de vermelho. Só. Nem um matiz, nem um tom variado. Só o vermelho e a assinatura do artista. E, claro, um texto enorme e desprovido de qualquer objetividade para explicar porque aquilo era genial.

A outra é bem mais antiga. Um trecho de um episódio da série Batman e Robin, no qual o Coringa, para dar um golpe, se passava por artista moderno. Num dado momento, ele se inscreveu num concurso de pintura moderna. Um dos competidores jogava bolas de tinta numa tela, outro entrava numa banheira com tinta e rolava na tela, um terceiro botava um chimpanzé para pintar. Enquanto isso, o Coringa passava um pincel seco numa paleta vazia e o esfregava numa tela em branco, impecável em sua bata verde e rosa - entre outras provas de um caráter psicótico, o Coringa é mangueirense. Quando o tempo terminou, ele sacou uma caneta e assinou a tela branca.

No final, cada artista tinha que explicar sua obra. Não apareciam os outros, só o "Príncipe Palhaço". Eis o diálogo:

Jurada: Coringa, qual o nome do seu quadro?
Coringa: A morte do morcego.
Jurada (olhando para a tela branca com cara de idiota): Mas onde está o morcego?
Coringa: Morreu.
Platéia: OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

Claro que ele ganhou o concurso...

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