Elogio e gozação
A Justiça do Rio Grande do Sul criou uma importante jurisprudência a determinar que os cartórios do estado registrem uniões civis entre pessoas do mesmo sexo. A decisão é histórica, mas deve provocar reações furiosas daquelas pessoas que gostam de ditar como os outros devem levar suas vidas. Há anos a bancada cristã emperra um projeto sobre o assunto no Senado.
Nos EUA, onde os estados têm uma independência muito maior, o Judiciário de Massachusetts concluiu que proibir homossexuais de se casarem viola o princípio de igualdade garantido pela Constituição. Bastou para a extrema-direita cristã tentar aprovar uma emenda constitucional proibindo o casamento gay. Paul Kistof, colunista do New York Times, lembrou há algum tempo que, em vez de criticar a facilidade com que divórcios acontecem nos EUA, os conservadores querem "defender o casamento" impedindo que pessoas se casem.
Paisinho curioso, não? Um sujeito sair na rua armado, representando um risco potencial real para outras pessoas, é considerado um direito individual. Já as relações sexuais de adultos consentidos viram tema de legislação.
Passado o elogio à decisão da Justiça gaúcha, vale lembrar que só podia ter acontecido no Rio Grande, onde "todo mundo é macho!" - aqui no Rio, onde tem macho e fêmea, a gente se diverte mais. Dizem até que vão decretar feriado em Pelotas.
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