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quinta-feira, 2 de junho de 2005

Falando nisso

Falando nisso

Tem dois artigos muito bons na imprensa online hoje sobre o desalentador quadro político. O primeiro, mais específico, de Ricardo A. Setti em no mínimo, chama a atenção para a manobra calhorda que um grupo de senadores petistas tentou armar em torno da CPI dos Correios. Eduardo Suplicy (SP), Christovam Buarque (DF), Serys Slhessarenko (MT), Ana Júlia Carepa (PA), Flávio Arns (PR) e Paulo Paim (RS) firmaram um acordo pelo qual assinariam o requerimento da CPI, mas só no último instante e se o governo conseguisse evitar a instalação. Posariam de paladinos da moralidade sem, efetivamente, terem contribuído para isso.

A cachorrada não deu certo porque Suplicy se antecipou e assinou o requerimento quando o governo ainda tentava comprar parlamentares. Foi criticado por Christovam e já se fala que o PT, em vingança, pode negar-lhe a vaga para concorrer à reeleição, em favor do aliado Orestes Quércia, cujos padrões éticos estão em maior sintonia com o governo, obviamente.

O segundo artigo, mais amplo, é de Hélio Schwartsman e está na Folha Online. Trata, fundamentalmente do ocaso do PT e da constatação de que o partido nunca teve de fato um projeto político para o país. Ao chegar no poder, repete (com menos eficiência) os mesmos vícios dos governos anteriores, o mesmo loteamento do governo para partidos que em vez de programa têm prontuário, o mesmo desprezo pelos compromissos éticos e históricos etc.

O agravante é que o atual governo foi eleito (inclusive por mim, devo lamentar) na esperança de mudar, ainda que minimamente, esse quadro. Ver Lula chamando Roberto Jefferson de parceiro e aliciando o PP de Maluf para evitar uma investigação sobre o PTB do mesmo Jefferson é algo que eu nunca esperei ver. Como lembra Schwartsman, a putrefação (o termo é meu) do PT reforça a idéia de que todo político é igual e abre caminho para o pior tipo de populismo - impossível nas ratazanas diminutivas que governam atualmente o Rio.

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