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quinta-feira, 16 de junho de 2005

País do buraco

País do buraco

Acabo de atravessar a BR 235, que cruza Pernambuco, Bahia e Piauí. Tirando o trecho pernambucano, não da pra chamar aquilo de estrada. Onde havia acostamento de barro, era mais rápido seguir por ele, dada a inacreditável quantidade de buracos.

Na saída de Casa Nova (BA), um grupo de operários recapeava um trecho de não mais de 500 metros. Quer dizer, recapeava é gentileza minha. Como bem definiu nosso motorista, eles estavam "pintando o barro com cor de asfalto", de tão fina que era a camada. Uma chuva leve (como a que caía na região ontem) ou um caminhão vazio leva tudo embora.

Agora, como desenvolver as cidades da região sem produção? Como produzir sem levar os produtos aos centros consumidores? Como fazer esse transporte por vias tão precárias? E o turismo? Quem é um herói que vai fazer em seis horas uma viagem que mal levaria três, sacudindo como um peão nesses rodeios infames? Sem contar que o trajeto só pode ser feito de dia. À noite, juntam-se aos buracos hordas de assaltantes.

Ida e volta por aquela zona de bombardeio (ou queda de meteoros) me levou a constatar que, para fins de estradas, Brasil e Bahia não tem governo. Não é questão de ter governo incompetente. É não ter governo at all.

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