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quarta-feira, 16 de abril de 2003

O pior está por vir

Esqueça os anos de ditadura de Saddam, as bombas americanas no mercados, os tiros americanos nos postos de controle, as pilhagens etc. A maior ameaça ao futuro dos iraquianos está esperando do outro lado da fronteira da Jordânia, segundo a revista The New Republic (infelizmente a matéria é exclusiva para assinantes): o pastor e teleevangelista Franklin Graham, filho de Billy Graham e líder de uma fundação de proselitismo religioso disfarçado de filantropia, espera para entrar no país à frente de um grupo que a revista apelidou a Brigada da Bíblia.

Enquanto ONGs como os Médicos Sem Fronteiras prestam ajuda humanitária respeitando a cultura e as crenças locais, Graham e sua turma estão indo como pregadores – e a história está cheia de casos sobre pregadores que chegam na esteira de exércitos. Não fosse o possível estrago humanitário, seria engraçado ver o choque de fundamentalismos.

Em tempo, o distinto internauta sabia que o termo fundamentalista teve origem entre os evangélicos norte-americanos? Na década de 20 do século passado, um grupo de pastores sulistas se reuniu nos EUA e fundou o Movimento Fundamentalista, cujo objetivo era advogar a interpretação literal da Bíblia e combater qualquer ensino que a contestasse, especialmente a Teoria da Evolução. De lá para cá, ficaram também contra outras causas heréticas, como o fim da segregação racial, a liberdade religiosa e de expressão, o controle de armas de fogo, o direito ao aborto etc.

Hoje os aiatolás do Irã e o Talibã são chamados de fundamentalistas por mera (e mais que justa) analogia.

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