Total de visualizações de página

sábado, 28 de dezembro de 2002

Bom, muito bom

Estou ouvindo Audioslave, primeiro (e possivelmente último) CD da banda homônima formada por Chris Cornell (ex-vocalista do Soundgarden) com os músicos do Rage Against The Machine: Tom Morelo (guitarra), Tim Commerford (baixo) e Brad Wilk (bateria). Cheguei ao grupo a partir de uma ótima crítica do meu prezado Arthur Dapieve no No Mínimo, na qual ele mostrava a banda como um contraponto tradicional e bem feito à chatice do nu metal americano.

Concordo com ele que o disco é muito bom em si e ainda melhor na comparação com contemporâneos/conterrâneos. Mas a surpresa para mim é ver que os caras do Rage Against The Machine sabem tocar – tenho reservar apenas em relação a Wilk, que me soa como a maioria dos bateristas pós-grunge, pesado mas com fraseado muito limitado. O RATM sempre me lembrou alguns cantores de protesto dos anos 70 por aqui. A gente ouvia as músicas dos caras porque elas eram engajadas, mas, descontextualizando-as, eram fraquinhas de doer.

Mas eis que o Audioslave mostra que os caras sabem usar os instrumentos. Ótimos riffs, solos econômicos mas bem concebidos e executados, melodias interessantes – com destaque para Like a Stone, etc. A bateria é segura, mas eu sou do tempo em que isso era obrigação, não mérito.

Agora, Cornell exerce uma influência forte, mesmo. Em determinados momento parece que estou ouvindo Soundgarden ou mesmo Temple Of The Dog (um brilhante e quase esquecido projeto dele com membros do Pearl Jam). O curioso é que Euphoria Morning, seu excelente disco solo, é bem diferente de todos os outros projetos em que se envolveu.

O cara sabe. E olhe que há poucos desses hoje nos EUA.

Nenhum comentário: