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domingo, 22 de dezembro de 2002

Cadê o preconceito que tava aqui?...

Um dos dados mais interessantes do senso 2000, divulgado na semana passada pelo IBGE, traz uma análise da escolaridade média dos praticantes de diferentes religiões. A pesquisa é curiosa porque derruba dois preconceitos mais ou menos arraigados. O primeiro é que, quanto mais a pessoa estuda maior sua tendência ao ateísmo e ao agnosticismo. Errado. Segundo o IBGE, as pessoas que se declaram sem religião passaram, em média, 5,65 anos na escola – menos que a média de todas as religiões, menos os evangélicos pentecostais (tipo Universal) que ocupam a rabeira da lista, com 5,34 anos.

O segundo preconceito a cair por terra é que os cultos afro-brasileiros são “coisa de gente ignorante” – idéia elitista ainda em voga entre católicos e, principalmente, evangélicos. Lamento informar aos supracitados, mas os praticantes de umbanda e candomblé passaram, em média, 7,19 anos na escola. Os católicos não ficaram mais que 5,78 anos nas salas de aula, resultado pouco abaixo dos evangélicos (5,83 anos, somando todas as corrente). Ok, ok, essas duas últimas têm um número maior de seguidores, o que esculhamba qualquer média num país como o Brasil, mas já serve para cobrar um tiquinho de humildade na hora de olhar de cima a crença dos outros.

Em tempo, os kardecistas lideram com folga o ranking da escolaridade religiosa: 9,58 de sala de aula. Neopagãos estamos enfiados no saco "outras religiosidades", que tem a respeitável média de 7,01 anos de escola.

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