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quinta-feira, 6 de março de 2003

Choro de palhaço

Hoje, ao ler a reação do dançarino Carlinhos de Jesus a uma nota baixa para a comissão de frente da Mangueira, constatei que não há limites para a cretinice. Para quem não sabe (eu sei porque li no jornal, que fique claro), a dita comissão simulava o mito da fuga dos judeus do Egito, com o próprio Carlinhos fazendo papel de Moisés e “levitando” com o auxílio de uma empilhadeira disfarçada de árvore. Na apuração, diante de uma nota 9,5 (apenas meio ponto abaixo do máximo), Carlinhos disse que o jurado certamente era um anti-semita.

Isso mesmo querido visitante. O meio ponto a menos só podia significar que o jurado odiava judeus e andava com um retratinho de Goebles na carteira. Tudo bem que saber dançar não significa necessariamente um cérebro desenvolvido, mas tudo tem limite. Não lhe ocorreu que o jurado possa não ter gostado da coreografia? Que não visse num sujeito flutuando algo tão bacana assim? Nãããão. Se não gostou do Moisés, é porque não gosta de judeus...

Lembrou uma história contada pelo mais sábio dos brasileiros, Stanislaw Ponte Preta. Segundo ele, houve uma época, logo após o golpe, em que virou moda chamar os outros de comunista. Se alguém te fechava no trânsito, você berrava “comunista!” e seguia em frente. O cúmulo foi quando Ibrahim Sued (sujeito que cometia erros de ortografia até falando) disse que todas as pessoas que não gostavam de seu livro “Moscou contra 000” eram comunistas. “Como ninguém gostou, todo mundo era comunista”, concluiu o sobrinho da Tia Zulmira. Se ainda não reencarnou, deve estar rolando de rir com a patetice do senhor de Jesus.

O engraçado, ainda no tema choro, é que no sábado eu pensei em interromper o recesso carnavalesco para me lamentar do gol mal anulado pelo crápula do juiz (atendendo ao verme do bandeirinha) no Flamengo e Vasco. Mas desisti, pois todo choro de perdedor (por mais justificado que seja) é patético. Até porque, como lembrou bem Renato Maurício Prado, o Flamengo não perdeu a Taça Guanabara no empate com o Vasco, mas nas derrotas vexatórias para o América e o Olaria. Mas, c’est la vie (Lake/Sinfield).

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